Sabe aquele Aston Martin DB5 dos anos 1960, modelo celebrizado nos filmes clássicos de James Bond? Esqueça. O carro que a montadora inglesa está apresentando por esses dias talvez até combine com um herói destemido, mas que viva aventuras em outro contexto, outro estilo.
A começar pelo nome – tirado da mitologia nórdica e que batiza o suntuoso palácio gerenciado pelo deus Odin em que os guerreiros heroicos se hospedam após a morte: Valhalla.
Vamos logo aos números mais impressionantes, os do conjunto motriz: são 750cv de potência gerados por um V8 turbo 4.0 a combustão e aplicados nas rodas traseiras, associados a dois motores elétricos, um dianteiro, outro traseiro, perfazendo um total de estimulantes 950cv.
Para gerenciar toda essa força, o carro conta com uma nova transmissão DCT de oito velocidades, totalmente projetada e construída para ele e com inovações interessantes, como a marcha-ré exclusivamente elétrica, que diminui o peso das engrenagens convencionais.
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Além disso, o diferencial traseiro de deslizamento limitado é eletrônico (E-Diff), proporcionando mais tração e pilotagem mais ágil.
A eletricidade contribui para melhores controle e respostas em velocidade baixa e, como é característico, uma aceleração “do zero” vertiginosa.
Combinados, os três motores geram mais de 100 kgfm de torque, o que nos faz antecipar largadas parecidas com a de foguetes espaciais (0 a 100 km/h em aproximadamente 2,5 segundos) e retomadas em piscar de olhos.
Além da potência descomunal, o Aston Martin Valhalla traz uma configuração até então inédita para a marca, com o motor a combustão em posição central, entre os eixos – os modelos, até aqui, costumavam trazer o propulsor sempre à frente, sob um longo capô com uma grade icônica.
Origem (e quem sabe, destino) nas pistas
Bem, o desenho da grade continua lá, mas se antes a ideia era transmitir uma imagem de sofisticação fleugmática, embora rápida, agora a intenção é remeter também às pistas e recordes, estabelecendo uma ligação com a presença da Aston Martin à Fórmula 1.
Segundo os representantes da marca, o carro foi construído com chassis, estrutura, aerodinâmica e eletrônica desenvolvidos na Fórmula 1, de onde também vem sua tecnologia de propulsão híbrida.
Mas, mais que (mais) uma vitrine tecnológica, a ideia é proporcionar ao motorista uma experiência prazerosa como nunca oferecida antes.
E a pretensão não é pequena: todo o projeto, incluindo uma aerodinâmica que gera 600 kg de “downforce” tem como um de seus objetivos conseguir um tempo de volta abaixo dos seis minutos e meio na mítica pista antiga (e longa) de Nürburgring, parâmetro de desempenho da indústria.
Quando estiver rodando em modo apenas elétrico (EV), o Valhalla poderá atingir a velocidade máxima de 130 km/h, com até 15 km de autonomia, sem emitir uma grama de gases de efeito estufa. Por outro lado, com todos os seus 950 cv em ação, o carro poderá alcançar até 330 km/h.
Na dianteira, a suspensão também vem da Fórmula 1, e suas molas e amortecedores são montados na parte interna, de forma a reduzir o peso.
Na traseira, o sistema multilink é acompanhado por molas de ajuste variável (Multimatic Variable Spring) e amortecedores adaptativos (Adaptive Spool Valve, ASV), ajustáveis para o melhor desempenho na estrada e na pista.
Quando o modo “track” é acionado, a suspensão fica mais rígida e a altura em relação ao solo é reduzida, para aumentar a carga aerodinâmica (downforce).
Rodando manso, o carro conta com um sistema que eleva o eixo dianteiro e levanta a frente, melhorando o ângulo de abordagem para não raspar em guias e valetas.
Os freios são de carbono e cerâmica (Carbon Ceramic Matrix) e contam com tecnologia brake-by-wire de alto desempenho. Os pneus Michelin têm 20 polegadas na dianteira e 21 atrás e foram criados especialmente para o Valhalla.
Ainda em fase de desenvolvimento, o objetivo dos engenheiros é que o carro tenha um peso seco de menos de 1.550 kg, conseguindo uma relação peso-potência melhor que a de seus rivais.
A Aston Martin informa que seu hipercarro será produzido com opção de direção do lado direito (à inglesa) e esquerdo, e que contará com todos os recursos de multimídia e conectividade de ponta.
Além disso, como um bom supercarro, terá uma infinidade de ajustes e regulagens para que cada motorista – ou piloto – encontre a melhor posição possível para desfrutar dele.
Os faróis serão Full LED Matrix, e haverá recursos de segurança como frenagem automática de emergência, aviso de colisão, controle de cruzeiro adaptativo e monitoramento de ponto cego etc.
A sintonia fina do modelo inclui o trabalho de pilotos de competição, os atuais titulares da escuderia na Fórmula 1, Sebastian Vettel e Lance Stroll, além do reserva Nico Hulkenberg. Caberá a eles ajudarem a deixar o carro no ponto para voar baixo e arrancar sorrisos de seus sortudos proprietários.
A previsão é de que, após lançado, o modelo seja oferecido ao mercado brasileiro mediante encomendas. Dá tempo de começar a economizar agora.
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