A renovação dos modelos da Audi continua neste ano com a chegada do A5 Sportback à linha 2021. A versão reestilizada muda seguindo o estilo dos novos A4, RS4 Avant e RS5, lançados no fim de 2020 no mercado brasileiro.

Sedãs sempre foram associados no mercado brasileiro ao conservadorismo, alguns deles ganhando o apelido pejorativo de ‘carro de tiozão’. Como ter, então, um carro com bom porta-malas, baixo e cujo visual entregue jovialidade?

Foi aí que surgiram os sedãs com coluna C rebaixada, que deixam a carroceria semelhante às de um cupê. Há quem chame esses carros de sedãs-cupês, ou até cupês de quatro portas. E é nesse filão que o Audi A5 Sportback tenta nadar de braçada.

São duas versões. A de entrada, Prestige Plus, tem preço de R$ 289.990 e motor 2.0 turbo de 190 cv. A de topo, Performance Black, é tabelada em R$ 329.990 e vem com o mesmo propulsor, mas em versão de 249 cv. Neste caso, a tração é 4×4 (dianteira na opção de base).

Será o suficiente para atrair um público mais jovem e mostrar que os sedãs podem passar longe da caretice? É o que veremos a seguir na avaliação do UOL Carros.

Divulgação

Pontos Negativos

  • Precisão da direção em curvas
  • Espaço para o passageiro do meio

Veredito

O A5 Sportback, com as mudanças, ficou ainda mais alinhado aos desejos do cliente do segmento, pois está visualmente mais atrevido e pronto para chamar a atenção. Embora o desempenho não seja exatamente esportivo, o estilo passa essa sensação e deve ajudar a atrair os clientes que buscam um carro familiar, com bom porta-malas e que não tenha um design ‘careta’.

Design

A versão testada por UOL Carros foi a topo de linha, Performance Black. Nela, a grade frontal, que ficou mais larga e achatada, é preta, com o logotipo da Audi na cor prata. Todos os A5 trazem também novos para-choques e saídas de escape.

Os faróis da versão topo de linha são do tipo Matrix. Trata-se de uma tecnologia anti-ofuscamento, com farol alto automático. O recurso adapta o facho ao detectar a presença de um veículo na direção oposta.

O A5 é um sedã que foge da caretice, assim como outros modelos de quatro portas que investem na coluna C rebaixada, para passara impressão de cupê. E, com as mudanças, o visual investiu ainda mais na esportividade, que pode ser vista também no desenho das rodas de 18″.

Uma peculiaridade do A5, na comparação com o A4, é a ausência de moldura nos vidros das portas, uma característica de cupês. Por dentro, os bancos têm formato esportivo, embora o apoio de cabeça não seja integrado ao encosto. O revestimento é de couro e alcântara.

O volante é achatado e tem base reta, outra característica para ressaltar a esportividade. Já o acabamento de portas e painéis usa couro, black piano e alumínio. O painel de instrumentos virtual mantém as 12,3″ do modelo anterior, mas traz novos grafismos e opções de personalização.

Espaço e conforto

Um dos destaques do A5 é o porta-malas de 465 litros. Além de amplo, ele não tem protuberâncias que atrapalham a acomodação da bagagem, e é mais alto na parte de trás. O aproveitamento do espaço é um ponto alto.

Com 4,75 metros de comprimento, o A5 Sportback oferece 2,82 m de entre-eixos. Independentemente da posição dos bancos da frente, duas pessoas ficam com as pernas bem acomodadas no banco de trás.

Além disso, a coluna C rebaixada não compromete muito o espaço para a cabeça, pois o banco de trás é baixo. O túnel central alto praticamente inviabiliza a acomodação de uma pessoa no meio. Há um console retrátil para ser usado na ausência desse ocupante.

Apesar do visual carregado em esportividade, o A5 Sportback tem suspensão com bom ajuste para o conforto. Os ocupantes do carro mal sentem o impacto contra pisos irregulares e, em algumas situações, estar a bordo do sedã é como rodar sobre trilhos.

Equipamentos

Desde a entrada, o A5 vem com faróis full-LEDs, teto solar e ar-condicionado de três zonas. Entre os novos itens de série, há a central multimídia com tela de 10,1″ (8,6″) no modelo anterior.

Além disso, a interface passa a ser igual à encontrada nos modelos mais sofisticados, como A6, A7 e Q8. O monitor é sensível ao toque.

Outro item novo na linha é o carregador de celular por indução (sem fio). Também passa a ser de série no A5 Sportback o controlador de velocidade adaptativo (ACC).

O sistema freia e acelera o carro de acordo com os movimentos do veículo da frente. Entre as novas cores, há o azul Turbo e o verde District.

Desempenho

O motor 2.0 turbo não teve mudanças em seus números, mas recebeu uma bateria de 12V para melhorar o consumo e as emissões de poluentes. Essa bateria é capaz de desativar o propulsor a combustão em velocidades constantes, em uma função conhecida como coasting.

Porém, a Audi não chama esse sistema de híbrido leve, como faz com seus modelos em que a bateria tem 48V. No caso do 2.0 do A5, a marca informa que se trata apenas de um auxílio elétrico.

O propulsor do A5 tem 32,6 mkgf de torque e o câmbio é o Stronic. O sistema oferece duas embreagens, uma para as marchas ímpares e outra para as pares, e sete velocidades. O casamento com o motor é perfeito.

No modo dinâmico de condução, o mais esportivo (deixa as respostas de motor e câmbio mais apimentadas), pisar forte no pedal do acelerador é pedir para o corpo grudar no campo. Sem hesitar, o motor enche rápido e faz o carro disparar à frente. É um desempenho bem empolgante.

Além disso, com o sistema de exaustão ajustado para o modo dinâmico, o som do motor quatro-cilindros fica bem instigante nas acelerações. Mas, para quem prefere silêncio, basta acionar o modo individual e deixar esse parâmetro no modo normal – e os demais no dinâmico.

O ponto negativo do comportamento é a direção. Há pouca diferença de ajuste entre os modos confortável e dinâmico. Nas curvas mais travadas, ela poderia ser um pouco mais dura, para deixar as respostas mais diretas.



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