Depois de Volvo e BMW, chegou a vez de a Audi ter um SUV médio híbrido para chamar de seu. O primeiro modelo da montadora a receber a combinação de motor elétrico com a combustão no Brasil é o Q5. E esse é um passo e tanto na estratégia de eletrificação da marca.
Mundialmente, a partir de 2026 a Audi não lançará novos modelos que não sejam eletrificados (híbridos ou elétricos). No nascer da próxima década, deixará de vender qualquer automóvel que tenha motor a combustão. Sua linha será formada por carros 100% a eletricidade.
De volta ao Q5, ele tem uma vantagem ante a referência do segmento de SUVs médios híbridos, o Volvo XC60. O Audi traz duas versões de carroceria, a convencional e a Sportback (SUV cupê). Por outro lado, oferece menos agilidade ao acelerar e é mais caro nas configurações equivalentes.
Cada carroceria tem duas versões de acabamento, Performance e Performance Black. Para o SUV, os preços são de R$ 435.990 e R$ 461.990, respectivamente. No caso do Sportback, os valores são R$ 465.990 e R$ 491.990, nesta ordem.
Para comparação, o Volvo XC60 Ultimate, rival direto do Q5 SUV Performance Black, sai por R$ 429.950. A diferença é de mais de R$ 30 mil.
Versões e equipamentos
No caso do SUV e do Sportback, a versão Performance já é bem completa. Entre os destaques, há os faróis full-LEDs matriciais, com um sofisticado sistema antiofuscamento e facho alto automático. Entre os recursos de assistência, há o controlador de velocidade adaptativo.
A versão Performance inclui ainda teto solar panorâmico, bancos de couro com ajustes elétricos, central multimídia, painel virtual configurável e navegador GPS. Outro destaque fica por conta das quatro entradas USB. Três delas (duas para os passageiros de trás e uma no console central, na frente) são do tipo A. Apenas uma, a do porta-objetos central, é do tipo C.
Ar-condicionado de três zonas (atrás, só a temperatura é ajustável), câmera de ré e sistema de iluminação interna com 30 cores também fazem parte do pacote de série. O sistema de som básico tem dez alto-falantes. Opcionalmente, o carro pode receber um premium, da Bang&Olufsen, com 19.
A versão Performance Black acrescenta muitos detalhes estéticos, como o acabamento exterior preto brilhante e o Black Piano na cabine. Há ainda assistências à direção, como o Side Assist com aviso de saída e o recurso que aponta a aproximação de outros carros pela traseira (tráfego reverso). Nessa configuração, os bancos têm opções de memória.
Design e acabamento
O visual do Q5 não muda em relação ao do modelo a combustão. O carro tem a tradicional grade ortogonal da Audi, escurecida nos dois modelos, mas mais brilhante na versão avaliada, SUV Performance Black. As rodas são de 19″.
O porta-malas tem 455 litros na versão Sportback e 465 l na sedã. Atrás, as lanternas têm tecnologia OLED, com assinatura personalizável – mostrada, por exemplo, na hora de travar e destravar o carro. A diferença é a inscrição do conjunto mecânico, TFSIe. O “e” identifica a presença do motor elétrico combinado ao 2.0 a combustão.
O acabamento de portas é emborrachado e tem materiais de qualidade, como Black Piano e alumínio, mas a alça interna é mal acabada. O painel virtual substitui o tradicional conta-giros por informações do sistema elétrico.
Já o multimídia tem tela suspensa, e concentra a maior parte dos comandos das funções do carro. O sistema é sensível ao toque. No console central, há alguns botões físicos, como os de acionamento dos modos de condução convencionais e dos elétricos.
Sistema elétrico
O motor elétrico do carro é alimentado por uma bateria de 17,9 kWh, que garante, de acordo com a Audi, autonomia entre 56 e 62 km. O sistema é recarregado por tomada – o carro vem com carregador que suporta até 7,2 kW.
Porém, há também modos de regeneração. Por meio de desaceleração, o sistema recupera até 25 kW. Na frenagem, o número sobe para até 80 kW. A bateria pesa 143 kg.
O carro tem três modos de condução para o sistema elétricos. Dá para rodar apenas com o motor alimentado a bateria ou com a combinação desse propulsor ao 2.0 a combustão. Nesse caso, a reportagem obteve consumo de 16,5 km/l em ciclo misto (cidade-estrada).
O terceiro modo é o Battery Hold. Trata-se de uma função para poupar bateria, utilizando apenas o propulsor a combustão. É uma solução útil para centros de cidades como Londres, ou locais de países escandinavos, em que não é mais permitido rodar com veículos que emitam poluentes.
Nesse caso, o motorista pode “segurar” a autonomia elétrica para quando chegar a esses centros. Rodando apenas com o motor a bateria, a velocidade máxima é de 135 km/h.
Desempenho
Híbridos plug-in, como o Q5, não foram feitos apenas para poupar combustível e emitirem menos poluentes. O motor elétrico é também um aliado e tanto para o desempenho. Os 252 cv que o 2.0 turbo (quatro cilindros) a gasolina oferece sobem a 367 cv com o auxílio da eletricidade.
Já o torque combinado é de 51 mkgf. Com esses números extras, o Q5 ficou muito rápido para acelerar e fazer retomadas, especialmente no modo dinâmico de condução, que altera as respostas do conjunto motor-câmbio e da direção – além deste, há o confortável, o econômico e o off-road, que interfere também na entrega da tração 4×4.
É ágil como o Volvo XC60? Ao menos nas retomadas, não é, pois o conjunto do carro da marca sueca entrega cerca de 100 cv a mais. Por outro lado, o Q5 é bem mais equilibrado e sabe lidar melhor com sua agilidade.
Mesmo sem grandes mudanças no peso da direção entre os modos confortável e dinâmico, o Q5 é firme em curvas, e não tem tanta inclinação de carroceria quanto o XC60. Com o Audi, acelerar é mais prazeroso em estradas repletas de curvas, e a sensação de segurança nessas condições é bem maior. De acordo com a montadora, o SUV vai de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos.
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