Os SUVs compactos premium não são exatamente os modelos mais econômicos disponíveis no mercado, principalmente os mais potentes. Mas o Volvo XC40 híbrido plug-in, que acaba de chegar, resolve esse problema. A configuração chega com ótimos 262 cv de potência e um atraente preço sugerido de R$ 245.950 – que é apenas um pouco mais do que custa hoje um Toyota RAV4 (leia aqui), por exemplo (R$ 241.990).
Antes de falar do novo powertrain e do consumo, vamos lembrar um pouco do SUV, que se destaca também por outras qualidades. Bonito por fora e com um interior com design minimalista, conquistou boa fatia do mercado. Os preços partem de R$ 199.950 com o motor quatro cilindros de 190 cv (leia aqui).
O acabamento é impecável e o painel digital é bonito, mas devia ter mais opções de visualização. A grande tela central controla quase todas as funções do carro e também é bonita, mas não tão prática assim, porque o motorista às vezes perde tempo procurando as funções pelas telas.
Equipamentos de sobra
Neste Volvo XC40 híbrido, destaque para o teto panorâmico com cortina elétrica e o porta-malas com tampa motorizada, que se abre ao passar o pé debaixo do para-choque. Os faróis são do tipo full-LED e direcionais, para iluminar curvas, e o som Harman-Kardon tem 13 alto-falantes e 600W. Além disso, o SUV têm luz alta automática, muito prática em estradas de mão dupla.
Gasolina para quê?
Ao volante, as suspensões impressionam tanto pela capacidade de amortecimento surpreendente quanto pela operação silenciosa – mesmo no péssimo asfalto do bairro, que anda pior do que estrada de terra.
Mas o maior destaque deste XC40 certamente está na nova mecânica, é claro. Ela combina um motor tricilíndrico 1.5 turbo de 180 cv a um elétrico de 82 cv – totalizando 262 cv e excelentes 43,3 kgfm, mediados por uma transmissão de dupla embreagem e sete marchas. Mas abre mão da tração integral.
Na tomada
A grande vantagem deste XC40 em relação aos híbridos “comuns”, como o Toyota Prius (leia aqui), é justamente ser do tipo plug-in – ou “plugável”. Tendo onde carregá-lo – o que leva três horas em um carregador rápido ou uma noite em uma tomada comum –, o consumo é extremamente baixo.
Na verdade, pode ser zero no uso urbano cotidiano, pois ele roda quase 50 km no modo 100% elétrico. Quanto mais energia elétrica à disposição, melhor –e a Volvo está bancando toda a eletricidade consumida no primeiro ano de uso. Ou seja, emissão zero com gasto zero, ainda melhor.
+Jeep Compass turbo x VW Tarek: comparativo adianta disputa no Brasil
+Teste: por US$ 1 milhão, Porsche Taycan Turbo S é o elétrico mais caro do Brasil
+De Golf a Corolla: veja seminovos com preço do Onix 0 km
+Comparativo: Volkswagen T-Cross x Chevrolet Tracker
Na cidade
Peguei o SUV sem carga nenhuma na bateria, e aproveitei para testar o modo Charge. Ele não faz muito sentido, considerando que o ideal é carregar o carro sempre na rede elétrica, mas permite usar o motor a gasolina para carregar a bateria conforme se roda com ele.
A cada quilômetro neste modo, ganhei mais ou menos um quilômetro para rodar no modo elétrico – ao custo de uma média urbana de 6,6 km/l. O que não é tanto, considerando que é mais ou menos o que os rivais não-híbridos de potência similar consomem normalmente.
O carro ligado a um carregador rápido da Volvo. Há alguns gratuitos, de uma concorrente , em São Paulo. O abastecimento de gasolina é na parte traseira
De bateria carregada, passei ao modo Hybrid, o ideal para uso diário. Há também o Pure, que trava no modo 100% elétrico e não liga o motor a gasolina de jeito nenhum. Mas evitar usar gasolina também é a prioridade do Hybrid.
Enquanto há eletricidade, ele prioriza seu uso. No anda e para do trânsito, então, a energia das desacelerações é recuperada pelo motor/gerador elétrico, também ajudando a preservar a carga da bateria.
Consumo surpreendente
Assim, em percursos curtos/médios, o consumo é baixíssimo, quando não zero. Nos primeiros 12 km com o SUV, com a bateria cheia e no modo híbrido, marquei incríveis
100 km/l de média, sem esforços.
Só quando se acelera fundo ou a carga da bateria está quase acabando que ele passa a usar um pouco mais o motor a combustão. Do ausência absoluta de ruído e vibração ao rodar, o Volvo XC40 passa a lembrar seu motorista de que também tem ali um motor “antigo”.
Para ajudar a dirigir mais economicamente, um indicador no painel mostra o quanto você está acelerando e quando vai ligar o motor a gasolina, para você aliviar o pé. Só senti falta de uma tela maior para indicar o fluxo de energia e o funcionamento dos motores, como em outros híbridos.
Ainda sem recarregar o XC40 e após rodar 75 km só em vias urbanas, tinha gastando três litros de gasolina – média de 25 km/l, incrível para um SUV deste porte e potência e próxima da oficial (24,5 km/l na cidade).
Duas indicações da tela central, que reúne os comandos: acima, o tímido indicador do fluxo de energia e o seletor de modo de condução
Na estrada
Já a estrada não é o cenário ideal para este Volvo XC40 híbrido, como ocorre com todos os híbridos. Enquanto havia carga na bateria, o Volvo fez 33 km/l – mas isso por pouco tempo, pois ela acaba rápido, após rodar bem menos do que na cidade.
Depois que acabou, a média passou a ainda razoáveis 12 km/l – o mesmo que um SUV “tradicional” equivalente faz, apesar de todo o esforço para desligar o motor em descidas e desacelerações.
Mesmo que você fique sem ter onde carregar o SUV – como aconteceu comigo, mas não deve acontecer com os proprietários – o XC40 híbrido ainda é econômico. Fez
11 km/l na cidade (o “normal” em um carro desses seria de 5 a 7).
Incrível também o modo Power, que entrega toda a potência e o deixa bastante esportivo, com 0-100 em 7,3 segundos. Mesmo andando com o “pé embaixo” na estrada, ainda fez bons 9 km/l.
Semiautônomo
Além do baixo consumo, o Volvo XC40 híbrido impressiona pelo sistema de direção semiautônoma Pilot Assist. Ele é capaz de dirigir em diversas situações sozinho. Onde a sinalização é boa, como nas marginais de São Paulo e na Rodovia dos Bandeirantes, por exemplo, ele roda muito tempo sem precisar de sua intervenção – mas uma mão precisa ser colocada com frequência no volante, por questões legais. Mas não adianta ter o sistema inteligente se o motorista é burro — leia mais aqui.
No fim, este Volvo XC40 híbrido une a mais moderna tecnologia de powertrain híbrido plugável com modernas de tecnologias de direção semiautônoma. E ainda tem dirigibilidade irrepreensível, com direção e suspensões excepcionais, e passa mais a “sensação de SUV” (e menos a de “hatch bombado”) que os alemães. E com posicionamento bem competitivo, na faixa do Toyota RAV4. Sem dúvida o melhor SUV hoje na sua faixa de preços.
Volvo XC40 T5 Plug-In Hybrid R-Design
Preço básico R$ 199.950
Carro avaliado R$ 245.950
Motores: três cilindros em linha 1.5, 12V, turbo, injeção direta, start-stop + elétrico Cilindrada: 1477 cm3
Combustível: gasolina + bateria
Potência: 180 cv + 82 cv = 262 cv a 5.800 rpm
Torque combinado: 43,3 kgfm de 1.500 a 3.000 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, sete marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,425 m (c),1,863 m (l), 1,652 m (a)
Entre-eixos: 2,702
Pneus: 245/45 R20
Porta-malas: 460 litros
Tanque: 48 litros
Peso: 1.871 kg
0-100 km/h: 7s3
Velocidade máxima: 205 km/h (recentemente limitada a 180 km/h)
Consumo cidade: 24,5 km/l
Consumo estrada: 22,3 km/l
Emissão de CO2: 26 g/km
Consumo nota A
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (Utilitário Esportivo Grande)
Veja também
+ A biblioteca básica do motociclista cool
+ Tomografia revela que múmias egípcias não são humanas
+ Homem compra Lamborghini após fraude em auxílio emergencial
+ Restaurar um carro: quanto custa e quanto ele pode valorizar