Aqui na Mobiauto estamos tão convictos de que o SUV elétrico da VW será comercializado em Terras Tupiniquins que já até o colocamos na lista de 18 carros elétricos que serão lançados no Brasil em 2022. Também já fizemos uma expectativa de preço, e sendo bem otimistas, o VW ID.4 deve custar em torno de R$ 320.000.
Principais dúvidas esclarecidas, agora vamos discorrer um pouco sobre a dirigibilidade e aí vocês que me diz se irá querer levar o primeiro SUV 100% elétrico da Volkswagen para casa ou não e se também está disposto a pagar este valor por ele.
Para começar, vamos esclarecer algumas coisas, o teste não foi em Interlagos, mas foi uma volta rápida. Como assim? Tudo que estávamos autorizados a fazer com o carro era dar uma volta em torno do Jockey Club de São Paulo, com jeitinho conseguimos dar três voltas.
Portanto, o que os nossos leitores estão vendo aqui são algumas percepções sobre o modelo, não uma opinião formada. Mas para o deleite dos Volkslovers, gostamos muito do que já vimos. Confira nossa experiência no vídeo abaixo e leia mais de nossas impressões na sequência deste artigo.
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Design sofisticado e de bom gosto
Dizem que “a primeira impressão é o que fica”, No caso do VW ID.4, contou muito positivamente. Ele tem cara de carro interessante. Seu visual está longe do clichê de muitos carros elétricos, com aquela frente chapada para trazer um ar futurista.
O SUV elétrico da VW tem uma estética moderna, mas sem se distanciar tanto do estilo atual. O fato de não ter aberto mão da grade deixou a dianteira bem acertada. E ela não cumpre apenas uma função estética, mas sim para refrigerar o conjunto mecânico por baixo do capô. Exceto o motor, que fica no eixo traseiro.
Inclusive, a tração do ID.4 também é traseira, esse mais um ponto interessante sobre o SUV. As baterias ficam no assoalho, como manda o manual informal do carro elétrico moderno.
Isso serve para melhorar o centro de gravidade e a distribuição de peso, além de otimizar o espaço, claro. Ainda falando do visual, a VW substituiu todos os elementos que seriam cromados por LED, desde a dianteira até a traseira.
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As lanternas são ligadas uma à outra por uma faixa de LED, numa evolução do que já acontece com T-Cross (que tem ali uma faixa meramente refletora) e Nivus (somente uma faixa em preto brilhante), e ainda contam com uma animação que vocês podem ver no vídeo acima cada vez que são ligadas.
Olhando para o ID.4, ele realmente é o carro elétrico que a VW precisava para lançar no Brasil. Em um cenário no qual um elétrico dos mais simples custa ainda R$ 150.000, melhor cobrar R$ 300.000 de uma vez por um produto que passe um ar maior de sofisticação, não é mesmo?
Sim, nós temos o Chevrolet Bolt, Nissan Leaf e Renault Zoe. Todos eles têm muitos pontos positivos, mas quantas pessoas você conhece dispostas a pagar mais de R$ 250.000 por esses elétricos com aspecto de carro comum?
Mas vamos deixar essa crítica de preço para outro texto. Agora, vou te contar como me senti quando me sentei pela primeira vez no banco do motorista do ID.4.
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Como o VW ID.4 é por dentro?
Enquanto o especialista técnico da VW apresentava as funcionalidades do ID.4, eu pensava: “Uau, não é que ele parece um carro premium mesmo. Tirando esse plástico duro do painel, claro”.
Ainda não sabemos quando a VW perderá a mania de colocar plástico em tudo, mas quem se importa com isso ao ver uma central multimídia à la Tesla, que mais parece um tablet na horizontal? E esse cluster flutuante? É isso que esperamos de um carro futurista. Parece ter se inspirado tanto na Mercedes-Benz quanto os comandos do câmbio atrás do volante.
Nessa altura, o técnico mostrava as luzes internas de LED que cortam o painel de uma ponta à outra, e como é possível personalizar a combinação de cores. Ele mostrou umas quatro combinações enquanto eu testava os massageadores do banco do passageiro dianteiro. Esse mimo também está disponível para o motorista.
Voltando a falar da central multimídia, ela é cheia de peculiaridades. Dá para mudar as telas com o movimento das mãos, sem precisar tocá-la. Muito futurista, mas pouco funcional.
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Em compensação, quando você está usando o GPS no carro, as informações de direção são exibidas no para-brisa. Sim, é um head-up display holográfico. De marcas generalistas, só me lembro de a Honda oferecer essa tecnologia.
É muito prático, pois as setas do mapa, indicando se você tem de virar à direita ou esquerda, vão ganhando um tamanho maior à medida em que se aproxima a rua ou avenida para onde o motorista precisa fazer a conversão.
Ótimo para pessoas que se distraem facilmente ao volante, ou que não querem virar o pescoço para a central multimídia toda hora. Esta, por sua vez, é muito intuitiva, o que torna tudo rápido e fácil para quem está dirigindo.
O espaço também é muito bom. O ID.4 é o meio do caminho entre os irmãos Taos e Tiguan. Mas o entre-eixos está mais para o Tiguan. Já o porta-malas de 543 litros está mais para o Taos. Resumindo, dá para andar confortavelmente com a família toda. No meu vídeo para a Mobiauto é possível ter uma melhor noção de espaço.
Dimensões: 4.584 mm de comprimento, 2.771 mm de entre-eixos, 1.852 mm de largura, 1.640 mm de altura e 543 litros de porta-malas / peso: 2.049 kg
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Enfim, o carro anda bem ou não?
Parece que é dos bons. Sim, parece, porque andei pouco. Na verdade, mal andei. Um test-drive de concessionária costuma ser mais longo. Mas temos que considerar que um motor de 204 cv de potência e 31,6 kgfm de torque provavelmente é interessante.
Principalmente pelo fato de ter 31,6 kgfm entregues na primeira acelerada. Disso eu posso falar, porque cravei o pé no acelerador e senti a coluna imediatamente grudar no banco. Essa emoção é exclusiva dos carros elétricos, que entregam o pico de torque logo nas primeiras rotações do motor – já um a combustão “enche” gradativamente.
O VW ID.4 vai de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos. Mas também precisamos citar que sua velocidade máxima é limitada eletronicamente a 160 km/h. Pode parecer pouco, mas em que via no Brasil é possível legalmente andar acima dos 120 km/h?
A direção é gostosa e parece absorver bem os impactos. A suspensão dianteira é independente McPherson e a traseira é independente Multilink, ambas com barra estabilizadora. É como dirigir um carro de passeio. A maior surpresa é que os freios dianteiros são a disco ventilados e os traseiros, surpreendentemente, a tambor.
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No pequeno trecho que pegamos de via expressa (a Marginal Pinheiros, uma das duas principais vias de São Paulo), deu para perceber que o ID.4 é bem ágil nas respostas do acelerador e confiável nas frenagens (apesar dos tambores traseiros).
Pena que não aceleramos tanto quanto gostaríamos, devido ao trânsito que começara a se formar por volta das 15h30. Isso é São Paulo, meus amigos, uma selva de pedra e carros.
O SUV também conta com os esperados alerta de mudança de faixa e controle de cruzeiro adaptativo (ACC). Esperamos poder testá-los com mais calma em breve, assim como a tão alardeada autonomia de 522 quilômetros das baterias.
Também vamos querer saber se o tempo de carregamento prometido pela fabricante – 80% da capacidade em meia hora em um ponto de recarga rápida – é cumprido na prática. Já em um carregador doméstico de 11 KW, seriam necessárias 7 horas e meia para a recarga total das baterias.
Desempenho: 204 cv e 31,6 kgfm de torque / 0 a 100 km/h: 8,5 segundos / velocidade máxima: 160 km/h / câmbio: automático / tração: Traseira / autonomia: 522 km
Dados técnicos: direção elétrica / suspensão dianteira independente, McPherson com mola helicoidal e suspensão traseira multilink com barra estabilizadora / freios dianteiros a disco ventilados e freios traseiros a tambor /
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Veredicto
Sem dúvidas, nós gostamos do VW ID.4 e acreditamos que ele tem potencial para ser um dos líderes de vendas dos segmentos de carros 100% elétricos se for bem precificado. O Brasil precisa de um elétrico para começar a democratizar o setor, embora a VW tenha deixado claro que não é essa sua intenção.
No entanto, não gostaríamos de ter que colocar o VW ID.4 na mesma lista de carros que o seu primo Golf GTE. Por isso, Volkswagen, olha lá, hein? Se for caro demais, quem puder pagar não vai querer comprar, e quem quiser comprar não vai poder pagar.
Agora, se o ID.4 tiver um valor parecido com o de outros elétricos de marcas generalistas, como três já citados acima, aí o brasileiro escolherá o ID.4 “facinho, facinho”.
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