Recentemente, várias fabricantes de baterias EV anunciaram que as baterias de “um milhão de milhas” (cerca de 1,6 milhão de km) estão cada vez mais perto de serem lançadas do mercado de veículos elétricos. Ainda neste ano, um executivo da General Motors disse que a empresa estava nos “momentos finais” no desenvolvimento de uma bateria de um milhão de milhas, enquanto a fabricante chinesa de baterias Contemporary Amperex Technology reportou que estava pronta para produzir baterias que duram até 1,24 milhão de milhas.
Representante comercial fala sobre a necessidade de baterias preparadas para um supercarro
Além dessas duas companhias, rumores relacionados à Tesla também apontaram que a empresa deverá lançar em breve uma bateria de um milhão de milhas por conta própria. Ela até mesmo comentou sobre a possibilidade em seu Relatório de Impacto 2019 ao enfatizar as vantagens ambientais de um “futuro veículo Tesla com uma bateria de um milhão”. Ao que tudo indica, as baterias com novas capacidades deverão chegar ao mercado em breve.
Mas a principal discussão é sobre a eficiência dessas baterias ao longo do tempo. Vários especialistas apontam que as baterias de um milhão de milhas provavelmente vão durar mais do que os carros para os quais foram construídas, o que significa que sua chegada pode impactar drasticamente os mercados de reutilização e a reciclagem delas.
Além de favorecer a reutilização, produção das novas baterias terá impacto ambiental menor
Em resumo, a maioria das baterias EV atualmente têm garantia de 8 a 10 anos ou 160.000 milhas (cerca de. 257.495 km). Algumas montadoras garantem que a bateria pode manter pelo menos 70% de sua capacidade original durante esse período, o que significa que ao longo do tempo, conforme a distância total percorrida pelo carro antes de ser recarregado, a bateria vai perdendo sua capacidade de “segurar energia”.
Mesmo com essa perda, as baterias de veículos elétricos já “superam os carros em que estão sendo instaladas”. Hans Eric Melin, fundador da Circular Energy Storage, empresa de pesquisa de mercado focada na reutilização e reciclagem de baterias de íon de lítio, diz que é muito incomum que um carro seja retirado de circulação (atualmente) porque sua bateria está totalmente degradada.
No caso das baterias de um milhão de milhas, essa degradação não vai importar muito, pois elas têm mais capacidade de serem reutilizadas. “Elas poderão ser usadas várias vezes, seja no armazenamento de energia veicular ou em coisas conectadas à rede”, defendeu Simon Lambert, co-líder do projeto Reciclagem de baterias de íon de lítio (ReLiB) na Instituição Faraday do Reino Unido.
Lambert diz que, na prática, as baterias com uma classificação de “milhões de milhas” podem ser reutilizadas em sistemas de energia menos exigentes com o passar dos anos. Por exemplo, as primeiras 100.000 milhas da bateria seriam em um carro esportivo, depois ela seria usada em uma cabine elétrica pelas próximas 400.000 milhas. Por fim, a bateria poderia ser redirecionada para o armazenamento de energia de rede ou sistemas de energia reserva, aplicações menos exigentes em termos de desempenho.
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