Não é apenas a Nissan (foto acima) que está interessada em integrar o etanol à nova ordem mundial automotiva, a eletrificação. A Bosch, o tradicional fabricante de componentes automotivos, também pensa da mesma forma.
Para a empresa, a aposta no etanol é a saída para o Brasil sair do atraso em relação a outros mercados. Besaliel Botelho, presidente da Bosch na América Latina, falou ao site Valor, através de uma live, sobre essa alternativa.
Em estudos, o uso do etanol como reagente químico para produzir eletricidade é visto como uma alternativa para os carros elétricos no Brasil, não sendo usado necessariamente para ser queimado, como acontece nos carros flex.
Botelho disse: “Para o Brasil, esse é o momento certo de participar dessa tecnologia globalmente e não ficar só esperando que as novas tecnologias desenvolvidas fora sejam trazidas ao país”.
Como o etanol é uma das matrizes energéticas que movem o Brasil, a oportunidade para o país é enorme. O executivo apontou, relembrando a tecnologia flex: “Esse é o momento de sermos novamente protagonistas”.
Botelho fez referência exatamente à tecnologia que ajudou a desenvolver e que estreou em 2003 a bordo do VW Gol “Total Flex”, permitindo assim que os consumidores não ficassem à mercê da variação de preços e oferta de combustíveis.
Mas, bem diferente do flex, que combina qualquer proporção de gasolina e etanol, a tecnologia para carros elétricos só usará este segundo combustível e como um reagente químico em células de combustível.
Nesse caso, a técnica é usar o etanol para se obter hidrogênio e assim abastecer as células de combustível para produzir eletricidade, carregando assim as baterias do veículo.
Dessa forma, o carro elétrico com células de combustível e um tanque pode rodar por mais tempo e não precisa carregar em tomadas de energia, apenas abastecer no primeiro posto que aparecer.
[Fonte: Valor]