Em 1974, o engenheiro brasileiro João Augusto Amaral Gurgel teve uma visão do futuro, e apresentou o elétrico Itaipu E150. O pequenino hatch de carroceria trapezoidal carregava consigo 13 baterias que produziam só 4,2 cv de potência. O carrinho não passou da fase inicial do projeto. Contudo, quase cinco décadas depois, o Brasil pode ter carros elétricos nacionais por meio de uma montadora argentina, a Bravo Motor Company.

A fabricante assinou um termo de intenção com o governo de Minas Gerais para construir uma fábrica de veículos elétricos na região metropolitana de Belo Horizonte. Dessa forma, a Bravo promete investir nada menos que R$ 25 bilhões a partir de junho deste ano. Porém, com cerca de 80% dos recursos providos por investidores estrangeiros. Assim, o montante será aplicado até 2029. E prevê outra fábrica para produzir baterias.

O valor impressiona não só pelo momento ruim da indústria automobilística no País, mas também na comparação com gigantes do setor. Recentemente, a GM retomou o investimento R$ 10 bilhões, que estava “congelado”, para lançar as novas Spin e S10. E a Renault, após fazer demissões, anunciou a aplicação de R$ 1,1 bilhão na fábrica do Paraná para atualizar sua gama atual. Nos dois casos, não há carros elétricos.

Bravo Motor
ArqBravo/Autoblog Argentina

22 mil carros/ano e 14 mil empregos

As ambições da Bravo, portanto, são proporcionais ao investimento. A montadora anunciou que vai começar as obras da fábrica mineira no meio deste ano. E dará início à operação na unidade em 2023. Mas não é só: a marca prevê para 2024 um volume de 22.790 veículos elétricos, bem como 43.750 de unidades de pacotes de baterias. A operação também vislumbra a geração de 13.813 empregos diretos e indiretos.

Segundo o CEO da Bravo Motor do Brasil, Eduardo Javier Muñoz, a empresa planejava erguer três fábricas no país em diferentes regiões. Porém, na primeira visita, o executivo viu que a logística seria dificílima. “Iríamos abrir uma fábrica em Minas, outra no Sul e outra no Norte. No entanto, rapidamente entendi que teríamos de fazer um esforço enorme. E que deveríamos nos concentrar em Minas Gerais”, explicou.

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