A Brisa vai investir 10 milhões de euros, em parceria com a BP, Cepsa, EDP Comercial, Galp Electric, Ionity e Repsol, para aumentar a rede de carregamentos elétricos para 42 áreas de serviço e 82 carregadores, anunciou hoje a concessionária.
Em comunicado, a empresa informou que lançou hoje “o Via Verde Eletric, a maior rede privada de pontos de carregamentos elétricos rápidos e ultrarrápidos das autoestradas portuguesas”, que “resulta de uma parceira da Brisa com a BP, Cepsa, EDP Comercial, Galp Electric, Ionity e Repsol, e representa um investimento global na ordem dos 10 milhões de euros”.
De acordo com o diretor do Projeto de Carregadores Elétricos da Brisa, Diogo Torcato, que falava durante a apresentação do projeto, a empresa vai investir “10 milhões de euros numa rede de 40 áreas de serviços e de 82 carregadores”.
“Atualmente, 17 áreas de serviço são servidas por carregadores elétricos, duplicaremos para 40. […] Passaremos a ter 82 carregadores, entre rápidos e ultrarrápidos, quase quadruplicando a oferta atual”, acrescentou.
A rede Via Verde Eletric estará “completa durante o decorrer de 2021”, referiu a concessionária das autoestradas, na mesma nota.
“Numa viagem entre o Porto e Faro, por exemplo, o Via Verde Eletric terá 12 pontos de carregamento, com 24 carregadores”, destacou.
Esta rede não inclui, porém, as áreas de serviço urbanas da rede Brisa (Oeiras, na A5; Coronado-Trofa, na A3; Águas Santas, na A4), onde serão implementados outro tipo de projetos, ainda em preparação.
“Com os nossos parceiros, estamos a derrubar barreiras para o uso de veículos elétricos para as médias e longas distâncias. No próximo verão, será possível viajar num veículo elétrico com total conforto, do Minho ao Algarve, na rede Brisa”, referiu, na mesma nota, o presidente executivo da Brisa, António Pires de Lima.
Durante o lançamento do projeto, que contou com a participação do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, o presidente executivo da Brisa garantiu que a escolha deste projeto para a primeira apresentação pública da nova administração da concessionária de autoestradas não foi “um mero acaso”.
O consórcio liderado pela holandesa APG Asset Management concluiu, em outubro, o negócio de compra de 81,1% da Brisa, e o antigo ministro da Economia António Pires de Lima assumiu o comando da empresa.
“Quisemos que a primeira intervenção pública desta renovada estrutura acionista e novo Conselho de Admininistração da Brisa estivesse relacionada com a sustentabilidade e a mobilidade limpa, porque, para a Brisa, o combate às alterações climáticas é uma prioridade”, afirmou Pires de Lima.
Por seu lado, o ministro do Ambiente considerou que o projeto agora lançado “está absolutamente alinhado com os objetivos do governo de sustentabilidade”, instando, com humor, todos os que estão a pensar comprar um carro elétrico a fazer já as suas encomendas, uma vez que deixarão de ter, a partir do próximo verão, a “desculpa” mais utilizada para não comprar um veículo deste tipo, que é a dificuldade de realizar viagens longas.
“Quando cheguei a ministro, já lá vão cinco anos, só 1% dos veículos em Portugal é que eram elétricos”, referiu Matos Fernandes, apontando que este ano esse valor atingiu os 11% e em outubro já ultrapassou os 14%.
O projeto está a ser desenvolvido em parceria com várias empresas e prevê que nas áreas de serviço que estão associadas à BP e à Repsol o operador elétrico seja a EDP Comercial, nas áreas de serviço com abastecimento da Galp o operador de posto de carregamento seja a Galp Electric e nas da Cepsa a Ionity, explicou o diretor do projeto.
Questionado sobre a possibilidade de desenvolver estações de abastecimento de hidrogénio, o presidente executivo da Brisa disse apenas que esse é “um projeto que está a ser estudado dentro de casa”.