Era previsível: a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, basicamente tirou do páreo da economia global o terceiro maior produtor mundial de petróleo, a Rússia. Isso fez com que o preço dos derivados de petróleo atingisse seu maior preço desde 2014, encerrando uma tendência de queda para o cada dia mais indesejável insumo. Má notícia para o carro a combustão interna, boa notícia para o carro elétrico.

Porque lá fora, isso se traduziu num chamado para o que, cada dia parece mais evidente, será o futuro: as pesquisas mundiais por “carro elétrico” atingiram seu recorde no mês passado.

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Imagem: Google Trends

Além das tendências registradas no Google, o site de vendas cars.com também registrou um aumento de 57% nas buscas por carros elétricos entre fevereiro e março.

O Brasil, porém, parece quase completamente indiferente à ligação entre elétricos e aumento dos combustíveis (que não é só da gasolina). Há uma variação da curva, mas é bem menor que o interesse no final do ano passado, talvez por conta das compras de fim de ano.

Imagem: Google Trends

Uma hipótese óbvia é a que o carro elétrico simplesmente é caro demais aqui para ser visto como opção. E aí tem, de fato, uma variação: março registrou um aumento nas buscas pelo preço do carro elétrico, se não o carro em si. Isto é, o brasileiro ao menos tentou. As buscas pelo preço foram maiores que as do fim do ano passado.

Imagem: Google Trends

Mas a gente também pode pensar em algo que é praticamente exclusividade do Brasil. E aí… Eureca!

Imagem: Google Trends

Brasil isolado em carro elétrico (por enquanto)

A busca pelo termo “carro elétrico” é minúscula perto das pelo termo “etanol”. Faz todo sentido o brasileiro por pensar de forma prática e tradicional durante uma crise. Não é culpa do consumidor daqui, mas não deixa de ser – um pouquinho que seja – frustrante.

Porque, mesmo se você acreditar que o etanol é neutro em carbono (o que contradiz dados científicos), o mundo muito dificilmente vai seguir o Brasil nessa. Investir em etanol é investir em isolamento.

Por outro lado, o interesse por elétricos no Brasil ainda assim é grande: as buscas por “carro a etanol” ou “carro a álcool”, e carro flex“ são minúsculas perto daquelas por “carro elétrico”, As duas primeiras são coisas que ficaram no passado, mas a terceira é bem presente.

Imagem: Google Trends

Então fechamos por isso. É possível que não estaremos na vanguarda da eletrificação, mas não devemos ficar realmente isolados do mundo.

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