O avanço dos carros autônomos parece depender mais de regulamentações exigentes do que pesquisas e testes no mundo real. Além dos grandes grupos automobilísticos, gigantes da tecnologia digital (Waymo-Google, Cruise, Uber e outros) continuam investindo no desenvolvimento e avaliações em ruas e estradas.
Há poucos dias a Honda homologou no Japão o nível 3 de automação, porém restrito a vias expressas e aplicação de adesivo de identificação na traseira. A fabricante, em parceria com a Cruise, lançará o primeiro modelo, o Legend, no primeiro trimestre de 2021. No nível 2 já oferecido em vários mercados, inclusive o Brasil, o motorista deve tocar o volante obrigatoriamente a intervalos regulares. No nível 3 ou autonomia condicional, só é preciso assumir a direção se o sistema assim julgar necessário.
Audi A8 foi o primeiro modelo a disponibilizar o nível 3 em 2018. Mas até hoje permanece desativado no carro porque o governo alemão exige vias adaptadas.
Nos EUA cada Estado ou cidade tem a sua legislação para avaliações em vias públicas. San Francisco, Las Vegas, Phoenix, Pittsburgh e recentemente o arquipélago-estado do Havaí estão entre os que autorizam. Os testes se concentram no nível 4 (sem intervenção do motorista, mas este ainda precisa estar presente) e no nível 5, quando volante e pedais deixam de existir. Testes sem motorista são autorizados e há até serviços no nível 5 oferecidos ao público em trajetos fixos, caso de Las Vegas.
O Fórum Econômico Mundial divulgou relatório estimulando a criação de política de segurança para veículos autônomos. Segundo a Automotive News, as abordagens atuais estabeleceram uma complicada colcha de retalhos de regulamentação. Nos EUA, observa o relatório, a ausência de estrutura federal pode levar a coalizões regionais com objetivos ou geografias semelhantes para definir padrões ou requisitos.
Entre os grandes fabricantes de veículos, preço alto é um dos desafios. Mesmo uma marca premium, como Mercedes-Benz, mostra cautela acima do nível 3. Além do custo, há ainda dúvidas se os clientes vão mesmo pagar e abrir mão de dirigir.
Achei interessante a opinião de Luc Julia, especialista em interface homem-máquina e coinventor da Siri (Apple):
“Duvido que veículo autônomo no nível 5 já exista porque o grau de atenção de um motorista humano nunca será alcançado por uma máquina. Por exemplo, um carro em meio a um congestionamento pode não se mover, porque seguirá as regras. Os humanos, pelo contrário, sabem alternativas para o seu caminho.”
FORD PREVÊ MERCADO PRÉ-PANDEMIA SÓ EM 2023
Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, espera que os números de vendas de veículos leves e pesados do ano passado (em torno de 2,8 milhões de unidades) só se repitam em 2023. Portanto, três anos para voltar aos níveis pré-pandemia. A empresa confirmou o lançamento, em 2021, da Ranger Black e importação do Mustang Mach 1 e do SUV Bronco (sem antecipar se incluirá as três versões). Admitiu a possibilidade do elétrico Mustang Mach-E, a ser produzido no México, também chegar ao Brasil.
Na Argentina está confirmado o investimento de US$ 580 milhões (R$ 3 bilhões) para produzir a nova Ranger, a partir de 2023, com 70% da produção destinada à exportação, principalmente para o Brasil.
O executivo irlandês afirmou que a saúde financeira da empresa sobrepõe-se à participação de mercado (este ano passou da quarta para a sexta posição no Brasil). Vendas diretas, em especial para locadoras, vêm sendo repensadas. Outras fabricantes também assumem essa estratégia. As locadoras se desfizeram de muitos carros devido à pandemia e não conseguirão repor as frotas.
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ALTA RODA
TALVEZ os ânimos estejam mais alterados com os problemas causados pela pandemia. Mas duas “brigas” envolvem grupos mundiais. Divisão Polestar da Volvo está proibida de atuar na França porque a PSA alega que a logomarca DS foi copiada. E a Jaguar Land Rover acusa, nos EUA, de plágio do seu sistema de tração patenteado Terrain Response por parte de três marcas do Grupo VW.
BMW anunciou 15 lançamentos para 2021 da marca principal, MINI e motocicletas. Destaques: M3 com a polêmica grade frontal e o endiabrado cupê compacto M2 CS, série especial (450 cv). A empresa, ao comemorar 25 anos de atuação direta no País, desenvolveu a plataforma na internet www.bmwgroupnext.com.br.
REVISTA Autoesporte, no 54º Carro do Ano, anunciou os vencedores. VW Nivus (categoria principal); BMW Série 2 Grand Coupé (Premium); BMW X6 (Superpremium); Fiat Strada (Picape); Porsche Taycan (Carro verde); Volvo XC40 híbrido (Motor até 2 litros); Mercedes-Benz GLE (Motor acima de 2 litros). Pós-vendas, Renault; Hall da fama, Bird Clemente; Marca digital, VW; Executivo, Antonio Filosa (FCA).
[www.fernandocalmon.com.br]
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