Não são apenas os carros que estão passando por um processo de eletrificação. Como o leitor do Canaltech bem sabe, os veículos híbridos e elétricos foram presenças marcantes em nossas análises durante 2019, e a tendência é que eles apareçam cada vez mais. O mercado continua aquecido e outros segmentos automotivos também devem apostar em modos de propulsão com menos emissão; a Volkswagen e a Mercedes já preparam caminhões elétricos e eles serão, além de econômicos, bem tecnológicos.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus vai iniciar a produção em série do caminhão elétrico e-Delivery, que será feito na planta de Porto Real, no Rio de Janeiro, de onde já saíram algumas versões de teste. Além disso, a montadora já definiu um grupo de oito parceiros e fornecedores que irão ajudá-la nesta produção, de modo a trabalharem em uma espécie de consórcio modular. As empresas do e-Consórcio são Weg (motores), CATL e Moura (baterias), Bosch (sistema elétrico), Siemens (serviços e sistemas de recargas de baterias), Eletra (parceria tecnológica) e Meritor (desenvolvimento de engenharia e produção).
Segundo a Volks, existem mais de 1,6 mil unidades do e-Delivery já negociadas com mais de 50 empresas, entre elas, a Ambev. A produção deve começar no fim de 2020.
A Mercedes-Benz, por sua vez, já possui um caminhão elétrico em produção, o Actros. Mas, neste caso, a inovação será a retirada dos retrovisores, com a instalação do sistema MirrorCan. Segundo a montadora, duas telas dentro da cabine darão ao motorista um campo de visão de alta definição, com um alcance de 200 metros e alerta de pedestres. As entregas dos novos Actros – incluindo o elétrico – começam já em abril.
“Além de maior segurança ao motorista, o MirrorCan reduz o consumo de combustível em 0,5% a 1% por melhorar a aerodinâmica ao eliminar dois grandes espelhos”, diz Philipp Schiemer, presidente da empresa, em entrevista ao Estadão.
Conversa com o Governo
Roberto Cortes, presidente da Volkswagen, disse que está discutindo com o Governo, maneiras para reduzir o custo da produção dos caminhões elétricos. Segundo ele, para produzir um desses modelos o custo é mais que o dobro de um convencional a diesel. Entre as medidas sugeridas estão a redução do imposto de importação das baterias (por enquanto não fabricadas no país), crédito fiscal e isenção de pedágio e de estacionamento. Carros elétricos e híbridos, por exemplo, são livres de rodízio e pagam menos IPVA em São Paulo.
“É preciso considerar os benefícios dos veículos elétricos, como menos emissões de poluentes, menos ruídos e menos custo de manutenção, entre outros”, afirma Cortes, também ao Estadão.
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Fonte: Estadão – Jornal do Carro