Quando a chegada da versão híbrida do BMW mais vendido no mundo foi anunciada para o Brasil, a dúvida era uma só: o 330e M Sport é capaz de fazer até 55,5 km/l. A média era baseada na gasolina europeia, que tem muito menos etanol do que a brasileira e, por isso, “rende” mais. Avaliamos o carro em Salvador e podemos confirmar: o modelo é tão econômico que faz a versão a gasolina (330i) perder o sentido.

O modelo é equipado com um sistema plug-in híbrido com potência combinada de 292 cv (34 cv a mais do que a versão 330i M Sport) e torque de 42,8 kgfm. Com o conjunto, é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,9 segundos. O resultado é fruto da combinação do motor 2.0 litros turbo, a combustão, com 184 cv de potência (5.000 rpm a 6.500 rpm) e 30,5 kgfm de torque (1.500 rpm a 4.000 rpm) com o motor elétrico que entrega potência equivalente a 113 cv e 26 kgfm de torque. A transmissão é automática de oito velocidades, a tração é traseira e a bateria de íon-lítio.

O sedã Série 3 completa neste mês 45 anos de mercado, e sempre foi uma referência em dirigibilidade. A versão híbrida não é diferente, o 330e M Sport, que não é um carro preparado, chega a um desempenho bem próximo da esportividade. Com torque alto em baixas rotações e tração traseira, é possível sentir adrenalina ao primeiro toque mais forte no pedal do acelerador. Na hora, é possível sentir a maravilhosa sensação do corpo projetado contra o banco.

Além de mais potente do que o irmão 330i, também é mais barato graças a tributação diferente, que privilegia o híbrido. Enquanto o modelo com dois motores sai por R$ 297.950, o puramente a combustão custa R$ 319.950. No consumo, a vantagem é ainda maior. A BMW do Brasil não divulga os dados e também não inscreveu o 330e no programa de etiquetagem do Inmetro, mas tivemos resultados animadores.


O porta-malas tem 375 litros


A bateria pode ser recarregada na tomada, afinal, o 330e é um híbrido plug-in


O painel de instrumentos do sedã alemão é digital e pode ser personalizado


No Brasil, o modelo é oferecido em apenas quatro cores, mas o interior pode ser personalizado em três diferentes opções de couro

Em um via expressa, sem sinais ou faixas de pedestre, o modelo quando está com a bateria carregada chegou a fazer 99,9 km/l (ou até mais, já que essa é a marcação máxima do visor). No trânsito urbano, no modo híbrido, ficou na casa dos 32 km/l. Abaixo dos 55,5 km/l que foram especulados, mas ainda sim espetacular. O 330i, por sua vez, segundo o Inmetro, faz 10,9 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada.

Há diferentes modos de condução em que o veículo pode usar apenas eletricidade até uma determinada velocidade. No modo Hybrid, a velocidade máxima é de 110 km/h usando apenas eletricidade. Já no modo Electric, a velocidade máxima sobe para 140 km/h livre de emissões. Por sua vez, o modo Battery control – que pode ser ativado em conjunto com outros modos de condução como híbrido e sport – mantém ou mesmo recarrega a bateria para um nível definido pelo motorista. A bateria também se regenera por meio das frenagens.

Com a possibilidade de ser carregado na tomada, a BMW oferece como cortesia uma estação de recarga rápida Wallbox. O equipamento, que tem potência máxima de recarga de 21kW, carrega 80% da bateria do BMW 330e em aproximadamente 2 horas e 40 minutos.

Recheio

Como todo carro premium, o 330e tem os seus diferenciais, como o Inteligent Personal Assistant que permite o controle de diversas funções do veículo por meio de comandos de voz e inteligência artificial. Também há assistentes de condução que ajudam o motorista em congestionamentos e viagens longas, com alerta de mudança de faixa; alerta de tráfego em cruzamento dianteiro e traseiro; assistente de mudança de faixa com sistema ativo de proteção lateral e alerta de evasão.

Outra tecnologia que ajuda, e muito, é o assistente de estacionamento, que manobra o carro automaticamente. Primeiro, ele confirma se o carro cabe na vaga e, por meio de câmeras e sensores, calcula as manobras necessárias e executa para o motorista. No início, dá um pouco de frio na barriga ao deixar o carro atuar sozinho, mas os movimentos são precisos.

Elegância

A cortesia não ficou de fora da lista de equipamentos. O chamado Comfort Access 2.0 aciona automaticamente as luzes de boas-vindas quando o motorista se aproxima a três metros do veículo com a chave. À 1,5 metro, as portas se destrancam e, afastando-se dois metros, o veículo se tranca novamente. Também há abertura do porta-malas por meio de aproximação do pé do para-choque traseiro.

Outro destaque o ‘Remote 3D View’, que  permite que você tenha uma visão 360° do veículo na tela do smartphone em qualquer ângulo, em qualquer lugar. Esse item, em especial, me deu muita segurança ao entrar no carro a noite com a certeza de que não havia ninguém por perto.

Paula Gama é jornalista especializada no mercado automotivo há cinco anos, Nesse período já testou mais de cem modelos de veículos no Brasil e no exterior. É apaixonada por história e tem como hobby visitar museus que contam a trajetória automotiva pelo mundo.

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