No início de setembro eu fiquei cerca de uma semana com um carro elétrico da JAC Motors, o modelo JAC E-JS1. Não era híbrido que tem motor convencional e motor elétrico no mesmo veículo. Era um carro elétrico puro. Desses que a gente carrega a bateria através de um cabo comum que você espeta em qualquer tomada 220 volts da sua casa.

No meu caso, como a tomada 220 volts fica no quintal e a garagem fica na frente de casa, precisei de uma extensão de quase trinta metros. Durante duas noites eu carreguei a bateria. Na primeira, uma carga completa que me rendeu 300 quilômetros de autonomia. Na segunda vez, só completei o equivalente a mais uns 100 quilômetros. Então no total, utilizei a energia de casa para rodar 400 quilômetros. Lembrando que circuito misto, estrada e cidade.

Isto significa que, se o carro fosse a combustão, eu gastaria, em média, 40 litros de gasolina ou 55 litros de álcool. Vamos ficar com o mais barato, o álcool. Considerando o valor médio atual do etanol no Estado de São Paulo, segundo pesquisa da ANP, de R$ 3,34 por litro, multiplicado por 55 litros, teremos uma despesa com combustível na faixa de R$ 180. Para ser exato, R$ 183,7.

A questão é: e a despesa com a conta de energia? Muito bem, chegou hoje a minha conta de luz. Agora veremos a vida como ela é. Minha conta ficou em R$ 132,12. Já no mês passado ficou em R$ 106,12. Uma diferença de R$ 26, que só pode ser atribuída ao carregamento da bateria. R$ 26 contra R$ 180. Realmente é muito econômico.

Mas o carro eletrificado não vive só de energia barata. Enquanto não tiver uma rede de abastecimento abrangente ou o carregamento for mais rápido, fica difícil. Se acabar no meio da viagem não tem onde carregar. E para carregar demora horas. No caso do E-JS1, a autonomia é de 300 quilômetros. Por isso, por enquanto, vai ser ótimo para taxis ou aplicativos, que trabalham basicamente na cidade e podem ficar carregando a noite toda. Ou aqueles que utilizam o veículo exclusivamente em ciclo urbano.

Também tem a questão do preço dos veículos. Os mais baratos, como o JAC E-JS1 estão na faixa de R$ 150 mil. Os fabricantes argumentam que o preço alto é compensado pela economia de combustível.

E mais: se hoje estamos nas mãos da Petrobras, futuramente estaremos amarrados às bandeiras tarifárias da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 




LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here