Hoje, a Tesla é a referência quando se trata de carros avançados, com propulsão totalmente elétrica e tecnologia de condução autônoma.
Porém, há 25 anos, a General Motors lançava um automóvel elétrico inovador, que introduziu uma série de tecnologias usadas até hoje pela Tesla e a indústria automotiva. Contudo, quase todas as pouco mais de 1,1 mil unidades foram destruídas pela própria GM em 2003.
Trata-se do General Motors EV1, produzido de 1996 a 1999 no Estado de Michigan, nos Estados Unidos, e que teve duas gerações durante o curto período de vida.
Segundo especialistas, o desenvolvimento do EV1 resultou na criação de itens como pneus de baixa resistência ao rolamento; ignição sem chave, com sensor de aproximação; frenagem regenerativa, para recarga das baterias; aceleração e frenagem sem cabos; carregamento elétrico por indução; e direção com assistência eletro-hidráulica.
O EV1 nasceu a partir de uma exigência do Estado da Califórnia, introduzida no início da década de 90, para que as montadoras de automóveis produzissem uma quantidade limitada de veículos com zero emissões de poluentes.
Por conta da regra, GM e outras grandes fabricantes desenvolveram veículos elétricos na época.
O EV1, com suas linhas esguias e aerodinâmicas, parecia um carro inspirado no desenho “Os Jetsons” quando chegou ao mercado norte-americano. Era inicialmente equipado com pesadas baterias de chumbo ácido, que proporcionavam autonomia de aproximadamente 100 km.
A autonomia foi aprimorada com o passar dos anos e chegou a cerca de 260 km, graças ao uso de baterias de níquel hidreto metálico.
Falar do GM EV1 como o precursor dos carros da Tesla, inclusive, não é um exagero. Martin Eberhard e Marc Tarpenning, os fundadores da marca californiana da carros elétricos, licenciaram a tecnologia de powertrain da AC Propulsion para desenvolver o Roadster, primeiro modelo da Tesla.
A AC Propulsion foi fundada em 1992 por Alan Cocconi e Wally Rippel, dois dos designers do Impact, protótipo apresentado em 1990 que deu origem ao EV1.
Triste despedida
Em 1999, a produção foi interrompida e em 2003 a GM cancelou o programa de carros elétricos, alegando que o carro não dava lucro, por conta do baixo volume. Além disso, pesou na decisão o custo para manter peças de reposição no serviço pós-venda. Assim, veio a drástica decisão de recolher toda a frota e destruí-la.
Um detalhe: o carro elétrico futurista nunca foi vendido e sim cedido aos usuários por meio de leasing, uma espécie de aluguel. Assim, a General Motors convocou os mais de mil clientes a devolverem os veículos.
Estima-se que apenas 40 deles tenham sido preservados, enquanto o restante foi esmagado e vendido como sucata, para desespero dos fãs do EV1.
Um dos carros sobreviventes estaria até hoje com o diretor de cinema Francis Ford Coppola e outro, apontado com um dos mais íntegros, permanece no acerto do Museu Nacional de História Americana, do Instituto Smithsonian, em Washington.