Especialista do Instituto Mauá de Tecnologia fala sobre o atual cenário no mundo
As vendas de carros elétricos dobraram e os híbridos triplicaram na Europa em 2020. Por lá, muitos governos estimulam os consumidores a optarem por esses veículos, com diversos incentivos sob a forma de subsídios fiscais. Diante desse novo cenário, há muitas dúvidas em aberto: estamos no fim da era do petróleo? Haverá reservas de lítio (metal) para atender a demanda de baterias dos carros elétricos? O Brasil está acompanhando essa nova realidade?
Diminuir a emissão de gases e poluentes na atmosfera e evitar o efeito estufa é um dos grandes desafios das principais montadoras de automóveis no mundo. Por isso, procurar alternativas ao petróleo é um dos desafios, o que tem levado parte da Europa a investir bilhões de dólares para aumentar a venda dos elétricos e híbridos. Segundo os principais fabricantes de automóveis, ainda em 2021 mais de 150 modelos de carros elétricos devem chegar ao mercado mundial, com aproximadamente 4,6 milhões na escala global, segundo a Acea (Associação das fabricantes de veículos na Europa), mas, ainda, há ajustes a serem feitos, principalmente devido ao custo das baterias.
“Inicialmente, apenas poucos motoristas poderiam pagar um veículo totalmente elétrico ou híbrido devido ao alto custo das baterias. O pacote que envolve a bateria precisa ser trocado por volta de 8 anos de uso. Essa manutenção pode custar mais do que o valor do carro”, comenta Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia.
Lítio: substituto do petróleo?
Uma questão bastante importante é: O mundo terá lítio para fabricar baterias recarregáveis e aposentar de vez o petróleo? A Bolívia tem uma das principais reservas desse metal no mundo, mas não detém tecnologia suficiente para explorá-lo. Apesar de ser a quinta maior reserva, a Austrália é a principal produtora e fornecedora do metal para o mercado mundial. Romio acredita que, apesar de as grandes empresas estarem mobilizando-se para substituir o petróleo nos meios de transporte, principalmente os países em desenvolvimento ainda serão dependentes desse combustível até 2050.
“Fala-se muito em carro elétrico, mas países em desenvolvimento ficarão muito tempo com motores a combustão. O Brasil ainda tem o álcool para ajudar a amenizar a questão dos poluentes, porém a grande maioria dos países, inclusive o Brasil, utilizarão o petróleo por muito tempo”, conclui Romio.
Sobre o Instituto Mauá de Tecnologia
O Instituto Mauá de Tecnologia – IMT promove o ensino científico-tecnológico há 59 anos, visando formar recursos humanos altamente qualificados. Com dois campi localizados em São Paulo e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia. Na pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização (MBA) nas áreas de Gestão, Design e Engenharia. O Centro de Pesquisas desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e atua como importante elemento de ligação entre as empresas e a academia.