Com a crescente alta no preço da gasolina no Brasil, especialistas têm apontado que o país poderia seguir nações de primeiro mundo em alternativas ao uso de combustíveis fósseis. Paulo Roberto Feldmann, professor de economia da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo), por exemplo, vê no carro elétrico uma alternativa.
No UOL Debate desta sexta-feira, 27, o economista apontou os automóveis movidos a energia elétrica como um fomento à mudança da matriz energética do país, que, assim como o mundo todo, é muito dependente do petróleo.
“O presidente Joe Biden (dos Estados Unidos) anunciou no dia 4 de junho e a União Europeia em julho que as respectivas economias americana e europeia vão se descarbonizar rapidamente. Estes países estão estimulando fortemente o carro elétrico e outras formas de transporte que não usam a gasolina”, afirma Feldman.
O professor da USP diz que o Brasil poderia seguir o mundo, para que não fique dependente da gasolina.
Mas tudo isso depende de planejamento. E esse é o grande problema do Brasil. Nós não damos importância para o planejamento. Nunca planejamos nada, deixamos que as coisas aconteçam, cometemos os mesmos erros e não aprendemos com eles
Paulo Roberto Feldmann
Feldman reforça que o estímulo ao uso do carro elétrico no país não é algo fácil de ser executado, mas diz que a opção é viável.
Já Pedro Rodrigues, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), diz que a solução para uma independência da gasolina no Brasil não passa necessariamente pelo carro elétrico.
“O carro elétrico é caro, a gente teria que ter uma geração de energia absurda para trocar a frota inteira brasileira. A gasolina ainda é uma realidade em vários lugares do mundo, principalmente em países de população enorme e em países mais pobres, como é o caso da Índia, China, e nós no Brasil”, declara Pedro.