A discussão sobre qual tipo de veículo é mais sustentável, se os carros elétricos ou os movidos a biocombustíveis e combustíveis fósseis, tem ganhado cada vez mais destaque e polêmica. A ideia de que os carros elétricos poluem menos do que os movidos a combustão tem sido questionada, trazendo à tona a importância de uma análise mais detalhada sobre o impacto ambiental de cada opção.
Recentemente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o veículo movido a etanol polui menos que o veículo elétrico no Brasil. Ele destacou a importância do etanol e classificou os veículos elétricos como uma ameaça à indústria nacional. Essas declarações reacenderam o debate sobre a sustentabilidade dos diferentes tipos de propulsores de veículos.
Um estudo publicado pela Stellantis, grupo dono de marcas como Jeep, Peugeot, Fiat e Citroen, comparou a emissão total de CO² de um veículo movido a etanol, gasolina e energia elétrica. Os resultados mostraram que, em algumas situações, o uso do etanol resultou em uma menor emissão de CO² do que o carro elétrico. No entanto, é importante ressaltar que os resultados variam de acordo com a matriz energética e as tecnologias utilizadas.
Além disso, o processo de fabricação de veículos também tem um impacto significativo na emissão de gases poluentes. Um estudo da Volvo comparou a emissão de CO² durante a produção de um carro a combustão e um carro elétrico, destacando que a fabricação de baterias pode resultar em uma emissão maior de substâncias poluentes.
Outro fator a ser considerado é a matriz energética de cada país. No caso do Brasil, mais de 66% da energia é gerada por usinas hidrelétricas e outras fontes renováveis, o que representa uma vantagem para a adoção de veículos elétricos. No entanto, as empresas automotivas brasileiras têm expressado preferência por veículos flex, com foco no uso do etanol.
Diante desses aspectos, fica evidente que a questão da sustentabilidade dos veículos vai além da simples comparação de níveis de poluentes. É necessário considerar a matriz energética, o processo de fabricação e a tecnologia utilizada em cada tipo de veículo. A transição para uma frota mais sustentável envolve uma avaliação criteriosa de todas as variáveis envolvidas, buscando soluções que contribuam efetivamente para a redução do impacto ambiental.
Fonte: Carro elétrico ou híbrido flex com etanol: afinal, qual polui menos?