A General Motors (GM) anunciou que não está interessada em carros híbridos em sua linha de produção e que quer apenas veículos movidos 100% a eletricidade. A empresa justifica sua posição afirmando que o uso de carros elétricos, combinado com a energia hidrelétrica, é a forma mais eficiente de neutralizar a emissão de carbono no transporte. Na contramão da GM, outras montadoras, como a Stellantis, a Volkswagen e a Toyota, defendem que a combinação do motor térmico e elétrico é a solução mais viável para a descarbonização dos carros.
Enquanto a gigante americana defende que o carro elétrico é a melhor opção para neutralizar emissões de carbono geradas pelo transporte, suas rivais estão apostando em outras soluções. A Stellantis, por exemplo, considera que o funcionamento de um carro elétrico e de um carro abastecido apenas com etanol são praticamente iguais, e que os híbridos são capazes de neutralizar suas emissões e atingir as metas de descarbonização do setor. Além disso, a empresa considera infraestrutura de produção e preço como fatores importantes para a eletrificação gradual da frota de carros.
A GM, por sua vez, defende a utilização da cana-de-açúcar na produção de hidrogênio, e não como combustível. A empresa argumenta que é preciso levar em consideração não apenas a queima do etanol no motor, mas também o impacto da produção do combustível desde o plantio, colheita e produção. Segundo a GM, mesmo os híbridos seriam incapazes de neutralizar suas emissões e atingir as metas de descarbonização do setor.
A ideia da GM de encurtar o caminho para obter uma neutralidade plena de forma mais rápida depende de custos e fabricação local. No Brasil, todos os carros elétricos são importados e seus valores partem de R$150 mil. O Bolt EUV, que será vendido em breve no país, terá apenas 200 unidades importadas e custará R$280 mil. Por isso, embora a matriz hidrelétrica do país seja abundante, a conta ainda não fecha para a GM.