Modelos tradicionais ganharão versões sustentáveis até 2021
Na busca pela sustentabilidade, com maior eficiência, menor consumo de combustível e redução na emissão de poluentes, os automóveis elétricos são apontados como solução para um futuro não tão distante assim. Mas enquanto eles ainda surgem timidamente nas ruas, uma via alternativa vem ganhando cada vez mais espaço: os carros híbridos.
Enquanto os veículos totalmente elétricos utilizam motores alimentados por baterias recarregáveis, os híbridos têm dois motores, um elétrico e um a combustão, que trabalham em conjunto – normalmente, o segundo gera energia para recarregar as baterias do primeiro, junto com o sistema de frenagem.
Fabricantes estão apostando nesse conceito, e velhos conhecidos do mercado vão ganhar versões híbridas. Quem já chegou às lojas foi o novo Toyota RAV4, híbrido de série que reúne o motor a gasolina 2.5 de 178 cavalos e 22,5 kgfm de torque com dois propulsores elétricos no eixo dianteiro, que resultam em 120 cv. No eixo traseiro, há um terceiro motor elétrico, somando mais 54 cv para o 4×4.
De acordo com a Toyota, a potência combinada do sistema é de 222 cv e, com um tanque de 55 litros de gasolina, a montadora promete uma autonomia de 1.000 quilômetros. O SUV é encontrado a partir de R$ 165.990, e o sistema híbrido terá oito anos de garantia.
A expectativa é que o Toyota Corolla híbrido chegue ao Brasil em setembro. A versão do sedã já responde por 60% das vendas do modelo na Europa. Ele será o primeiro a adotar a tecnologia híbrida flex.
O sistema vendido no exterior combina um motor elétrico de 72 cv e outro a combustão de 1,8 litro, com quatro cilindros, 98 cv e 14,5 kgfm. Juntos, são capazes de gerar 122 cv. Segundo a montadora, o consumo de combustível é de 29,4 km/l. A promessa é de que ele será o híbrido mais limpo do mundo, permitindo o uso de gasolina ou etanol no motor a combustão.
A nova geração do Nissan Versa chegará ao Brasil em 2020 e deve ter uma versão híbrida. Com um novo motor 1.6 mais potente, o sedã virá com a tecnologia e-power. O sistema consiste em um motor a combustão, que poderá ser flex. Ele funciona como gerador para alimentar a bateria, que aciona um motor elétrico. Também há uma expectativa de que seja lançado o Nissan Kicks híbrido, entre o fim de 2020 e início de 2021.
Também é aguardada para outubro, no Salão de Tóquio, a apresentação do novo Honda Fit, que deverá chegar em versão híbrida em 2020 nos mercados europeu e japonês.
Já o Ford Fiesta – que saiu de linha no mercado brasileiro – vai virar híbrido na Europa, a partir de 2020. Com uma configuração híbrida-leve – um motor elétrico de pequenas dimensões irá trabalhar em conjunto com o motor 1.0 EcoBoost a gasolina.
Aposta
A tendência é que outras montadoras sigam pelo mesmo caminho. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o Brasil deve focar em desenvolver carros híbridos que também podem rodar com etanol ou bicombustível, em vez de apostar todas as fichas nos elétricos.
O consultor automotivo Otávio Rheingantz Gomes também avalia que essa é uma tendência mundial. “O elétrico demora a engrenar, porque as baterias ainda são caras, e as pessoas ficam com medo de comprar. Nos híbridos, as vantagens são o consumo de combustível, que chega a ser três vezes menor, além da redução da poluição. O receio que se tem no Brasil ainda é ligado ao custo. Esses veículos são mais caro, muitos têm medo de como vai ser a manutenção. Acredito que, ao darem garantia estendida, montadoras tenham retorno melhor”, afirma.