A eletrificação da frota de viaturas de polícia do Reino Unido reduziu os gastos do governo com manutenção e combustível, mas acabou gerando um novo problema. Segundo um comissário, alguns carros acabaram ficando sem energia enquanto atendiam ocorrências, atrapalhando o trabalho das autoridades no combate ao crime.
A reclamação formal à imprensa britânica foi feita por Chris Nelson, comissário de polícia do condado de Gloucester, na fronteira da Inglaterra com o País de Gales. Cerca de 20% das 435 viaturas policiais operando na região são elétricas – mas considerando toda a Inglaterra, a proporção está na faixa de 3%. Os modelos Tesla Model 3 e BMW i3 são os carros elétricos de polícia mais populares na Inglaterra.
Nelson afirma que sua frota utiliza rádios, sirenes e sinalizadores visuais que afetam a autonomia dos veículos. Além disso, em áreas rurais, os policiais reclamam da falta de carregadores. O comissário já se diz contra a eletrificação completa da frota.
“Sei que o mundo caminha nessa direção. Entendo e apoio essas causas climáticas, mas minha prioridade é combater o crime. Preciso levar esse fator operacional em consideração”, diz Chris Nelson.
“Imagine que um crime aconteceu em uma região remota e temos apenas uma viatura elétrica para o deslocamento. Dependendo da capacidade da bateria, talvez o carro não chegue ao local, ou fique pelo caminho na volta. São coisas que precisamos considerar”, afirma. “Sendo assim, não podemos designar tarefas tão complexas aos policiais que circulam com carros elétricos”.
O comissário afirma que, em alguns casos, patrulhas de carros elétricos recebem ocorrências pelo rádio, mas precisam passar na delegacia para buscar um modelo a combustão. No Reino Unido, o veículo mais popular nas delegacias é o Ford Focus com motor a diesel.
BMW i3 é o modelo elétrico de viatura mais popular do Reino Unido ao lado do Tesla Model 3 — Foto: Reprodução
O Reino Unido gastou em torno de 2,5 bilhões de libras esterlinas (R$ 15 bilhões, na conversão) para que veículos do governo sejam substituídos por carros elétricos. Este valor inclui não apenas a compra de uma nova frota como também a infraestrutura urbana dos carregadores.
Em 2020, o Reino Unido determinou 2035 como a data limite para o fim das vendas de carros a combustão. Este é o mesmo prazo determinado pela União Europeia, mas alguns países estão relutantes em aceitar a nova medida.
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