Ao longo dos últimos anos o segmento automóvel tem-se virado para a eletrificação. A Tesla é a marca de referência, até porque foi uma das pioneiras, mas as grandes marcas nacionais seguem também esse caminho. No que diz respeito às emissões de dióxido de carbono (CO₂), um estudo recente revela que os carros elétricos emitem muito menos que os carros a gasóleo e gasolina.
Conheçam os resultados deste novo estudo nesta área e também um simulador.
O estudo foi realizado pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E)e os resultados foram revelados esta segunda-feira. Como conclusão principal, destaque para a discrepância entre as emissões emitidas por carros a gasóleo e gasolina comparativamente a carros elétricos.
A chegada do automóvel elétrico trouxe consigo uma série de análises denominadas de ciclo de vida que estimam as emissões totais de dióxido de carbono associadas à construção e operação dos carros elétricos, incluindo materiais e montagem, bateria e consumo de eletricidade com o carregamento, comparando-os aos automóveis convencionais com motores de combustão. O dióxido de carbono é um poluente particularmente relevante como gás de efeito de estufa que contribui para o aquecimento global e consequentes alterações climáticas.
No comunicado feito pela Associação Zero, é referido que…
No melhor cenário (um veículo elétrico funcionando com eletricidade limpa e com uma bateria produzida com eletricidade limpa), os veículos elétricos já são cerca de cinco vezes mais limpos que os equivalentes convencionais”
A análise da T&E refere que…
O potencial dos carros elétricos para reduzir as emissões de CO2 é claro: em média os veículos elétricos estão hoje próximos de serem três vezes mais limpos do que carros a gasóleo ou a gasolina
Comparação entre automóveis elétricos e a combustão para Portugal
Como se pode ver pelo gráfico seguinte, no melhor cenário, os carros elétricos da UE emitem menos 66% de CO2 comparativamente a carros a gasóleo e menos 68% no que diz respeito a carros a gasolina.
Para o estudo considerou-se, para 2020, um modelo automóvel de média capacidade, e uma vida útil do veículo na ordem dos 225 000 quilómetros.
No caso descrito, as emissões totais de um automóvel elétrico seriam de 18,1 toneladas de CO2 (6 toneladas associadas à produção do automóvel (excluindo a bateria), 3,6 da produção da bateria e 8,5 na condução). No caso de um automóvel a gasóleo, verificar-se-iam 52,5 toneladas totais de emissão (7,0 na produção do veículo e 45,5 na condução). Para um veículo a gasolina, o total é de 57,0 toneladas (6,7 na produção e 50,3 na condução).
No estudo, as emissões consideradas de todos os veículos em termos de condução foram as emissões reais, de acordo com uma extensa base de dados (spritmonitor.de), e não as baseadas nos atuais testes-padrão, considerando-se assim um acréscimo da ordem dos 39% entre as emissões reais e as em laboratório. A refinação dos combustíveis (gasóleo e gasolina) foi considerada (um acréscimo de 28% no gasóleo e 26% na gasolina), tal como incorporada a pegada carbónica da produção de eletricidade incluindo de fontes renováveis e as perdas nas linhas de transmissão, no equipamento de carregamento e quebras na eficiência da bateria.
A ZERO considera que o Estado, no âmbito dos incentivos económicos para relançar a economia de uma forma mais amiga do ambiente, devia assegurar o apoio de 2250 euros na aquisição de veículos 100% elétricos, sem limitação do número de veículos, no caso de particulares e frotas. Mais ainda, a ZERO considera que o Estado deveria proporcionar um incentivo ao abate de veículos com mais de 15 anos no caso de se optar pela compra um carro elétrico novo 100% elétrico.