Era uma questão de tempo até a disparada do dólar atingir os poucos carros elétricos à venda no Brasil, todos importados. Um dos mais acessíveis, o Renault Zoe acaba de receber um significativo reajuste de R$ 55.688. Antes vendido a R$ 147.990, o hatch compacto movido a baterias era o carro elétrico mais barato do país. Agora, custa R$ 203.678 na versão de entrada Life, e R$ 205.678 na topo de linha Intense.
A alta da moeda norte-americana desde o início da pandemia também alterou o preço do Chevrolet Bolt. Anunciado no Salão de São Paulo de 2018 por R$ 175 mil, o hatch elétrico importado dos Estados Unidos ficou 1 ano em pré-venda e manteve o valor até o fim de 2019. Porém, em 2020 o modelo encareceu, vejam só, os mesmos R$ 55.600 do Renault Zoe. Seu preço atual é de R$ 230.600.
Adversário do Zoe, o chinês JAC iEV40 foi um dos primeiros elétricos a chegar, no comecinho de 2019. E desde então, o modelo da JAC Motors também subiu um bocado de preço. Na pré-venda, era oferecido por R$ 139.990. Contudo, após poucos meses o valor pulou para R$ 153.500. Hoje, o iEV40 custa R$ 189.900 — R$ 50 mil a mais do que o valor original.
O carro elétrico mais barato da atualidade é o JAC iEV20. Lançado há 1 ano, o pequeno hatch chinês estreou por R$ 119.990. Com autonomia para rodar até 400 km com apenas uma carga completa das baterias. Após 12 meses, o subcompacto agora é vendido a R$ 139.900. Valor um tanto salgado para a versão elétrica do antigo J2.
O dólar não está poupando nem os últimos lançamentos. Em julho, a linha de elétricos da JAC Motors recebeu um reforço. A chinesa iniciou as vendas da iEV330P, primeira picape média elétrica do mercado. Com até 300 km de autonomia e 800 kg de capacidade de carga, o modelo estreou com preço sugerido de R$ 279 mil. Três meses depois, está R$ 10 mil mais caro, vendido a R$ 289.900.
Uma das mais engajadas no segmento, a JAC Motors está apostando a sua sobrevivência nos carros elétricos. Mas o dólar tem sido um grande obstáculo. Até o fim deste ano, o SUV elétrico iEV60 chegará às revendas da marca. Só não se sabe por quanto. Atualmente em pré-venda no site da montadora chinesa, o utilitário nem chegou às lojas e já encareceu: subiu de R$ 210 mil para R$ 229.900.
O dólar, claro, pesou para o carro elétrico mais caro do mercado brasileiro. Em pré-venda desde fevereiro deste ano, o Mercedes-Benz EQC 400 desembarcou por R$ 477.900 com 408 cv de potência, tração nas quatro rodas e até 417 km de autonomia. Em agosto, quando começaram as vendas oficiais, o crossover elétrico de luxo passou a custar R$ 575 mil. Subiu quase R$ 100 mil em seis meses.
Antes de iniciar as vendas desses modelos, as fabricantes costumam trazer lotes suficientes para um determinado período. Isso explica porque alguns veículos levam mais tempo para sofrer reajustes do que outros. Tudo depende das vendas. No primeiro semestre de 2020, o elétrico mais emplacado do mercado nacional foi o Chevrolet Bolt, com 82 unidades.
Autonomias, pacotes de baterias, desempenhos e preços:
Renault Zoe – Até 300 km e 41 kWh / 92 cv e 22,4 mkgf / 0-100 km/h em 13,2 s / R$ 203.678
Chevrolet Bolt – Até 416 km e 66 kWh / 203 cv e 36,7 mkgf / 0-100 km/h em 7,3 s / R$ 230.600
Nissan Leaf – Até 240 km e 40 kWh / 149 cv e 32,6 mkgf / 0-100 km/h em 7,9 s / R$ 209.990
JAC iEV20 – Até 400 km e 41 kWh / 68 cv e 21,9 mkgf / 0-100 km/h em 16 s / R$ 139.900
JAC iEV40 – Até 300 km e 40 kWh / 115 cv e 27,5 mkgf / 0-100 km/h em 9,8 s / R$ 189.900
JAC iEV60 – Até 380 km e 63 kWh / 150 cv e 33,6 mkgf / 0-100 km/h em 7,9 s / R$ 229.900
JAC iEV330P – Até 320 km e 67 kWh / 150 cv e 33,6 mkgf / 0-50 km/h em 5,1 s / Velocidade máxima de 97 km/h / R$ 289.990
Mercedes-Benz EQC 400 – Até 417 km e 80 kWh / 408 cv e 77,5 mkgf / 0-100 km/h em / R$ 575 mil
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