O Reino Unido se destaca no contexto de evolução do setor elétrico global e apresenta interessante debate de como os veículos elétricos podem contribuir com a capacidade de armazenagem complementar às fontes de energia intermitente solar e eólica.
Do Reino Unido vem uma interessante discussão sobre como deve ser o futuro da energia. A predominância de energia renovável com baterias já ficou para trás. Agora, a discussão reside sobre qual a melhor configuração dessa integração. Avançar com grandes sistemas de baterias estacionárias ou pegar carona nas baterias dos veículos elétricos? Saiba mais sobre os carros movidos a energia solar.
1 – Avanço da energia solar e eólica – Carros movidos a energia solar
Primeiramente, o Reino Unido apresenta avanços importantes: possui mais de um milhão de consumidores de energia solar distribuída. Além disso, implementou a maior capacidade instalada de energia eólica offshore do mundo. Finalmente, conseguiu eliminar de modo eficaz a geração de energia a carvão. No entanto, a transição de uma fonte de energia tradicional e confiável como o carvão para fontes intermitentes como solar e eólica trazem consigo novos desafios para equilibrar a oferta e demanda todo instante. Nesse ponto, entram em cena, os sistemas de armazenagem de grande escala que podem regular a oferta e demanda e melhorar o controle da rede elétrica.
Carros movidos a energia solar
2 – soluções de armazenagem de energia de grande escala
O Reino Unido já possui 1GW de unidades de armazenagem em operação e possui projetos de expansão adicional de 13,5GW em desenvolvimento. A meta é ambiciosa: atingir emissões zeradas até 2050. Nesse sentido, a trajetória de expansão da energia solar e eólica deve avançar nos próximos anos e a grande discussão é sobre a contribuição de capacidade de armazenagem que virá das garagens e estacionamentos.
3 – Agregar as baterias dos veículos elétricos à rede elétrica
Os veículos híbridos e elétricos já respondem por 10% das vendas no Reino Unido. Nesse sentido, os veículos elétricos tem uma contribuição importante para a meta. Isto por que o setor de transporte é o principal emissor de CO₂, produzindo 1/3 de todas as emissões de CO₂ no Reino Unido.
No entanto, os veículos elétricos quando plugados para recarga, permitem que a rede de eletricidade acessem sua bateria. Quando muitos veículos elétricos estão conectados à rede, tem-se um grande sistema de bateria agregada, que pode complementar a solução de baterias estacionárias. Um cálculo preliminar de potencial de escala da solução impressiona. Se os mais de 38 milhões de veículos do Reino Unido fossem elétricos, a capacidade potencial de armazenagem agregada poderia checar a 220GW.
4 – Novos modelos de negócios com incentivos corretos
Dado o avanço dos carros elétricos em toda a Europa, ajudada pela queda dos preços das baterias de mais de 85% na última década, a avaliação de como aproveitar esse potencial extra de armazenagem é imperativo. Além disso, é interessante notar, que o investimento na capacidade de armazenagem é realizado pelos compradores de veículos elétricos. A origem do recurso financeiro pode abrir possibilidades e contribuir com todo o sistema elétrico local.
Consequentemente, novos modelos de negócios poderão ser formulados de forma a remunerar de forma adequada todos os envolvidos nessa cadeia de valor. Claramente, a tecnologia é nova e gerenciar esse fluxo de recarga em mão dupla e comunicação com cada veículo traz desafios para esse sistema de controle agregador.
Sistemas mais simples como por exemplo, o demonstrador da Nissan com a integração em uma residência com painel solar no telhado e a bateria do carro abastecida durante a noite na garagem já estão sendo testados. Por exemplo, a versão mais recente do Nissan LEAF tem uma bateria de 62 kWh que pode jogar energia de volta para a rede elétrica suficiente para atender uma residência por dias e permitir economias de no mínimo 120 libras por ano.
5 – inspirar outros a seguir o bom exemplo
Para nós brasileiros, é interessante acompanhar a evolução dos europeus e as lições aprendidas. O potencial de geração solar centralizada e distribuída no país é tão grande que impulsionará a demanda por soluções de baterias. Nesse sentido, diversas empresas estão estudando e testando soluções pontuais em projetos piloto. A Sunwise, empresa especializada em geração solar distribuída, também está avaliando alternativas tecnológicas e integração com soluções digitais de blockchain. Apostas para o futuro que se aproxima a passos rápidos.