A Renault acaba de lançar no Brasil o serviço de carros por assinatura On Demand. Por cerca de R$ 30 por dia (R$ 869 mensais), dá para ter um Kwid Zen 1.0 zero-km na garagem no plano com franquia de até 500 km por mês. Esse preço é próximo ao de um sanduíche Big Mac Duplo. Isso pode explicar o fato de a modalidade de negócios representar 25% das vendas de modelos novos da marca na Europa.

Assim como a Renault, a Audi, Fiat, Jeep e Volkswagen estão entre as marcas que oferecem o serviço no Brasil. Na Toyota e Lexus há opção de compartilhamento de veículos.

Ou seja, as fabricantes perceberam que cada vez mais pessoas estão dispostas a pagar para se livrar da parte chata da posse do carro, como a burocracia (leia-se documentação, IPVA, etc), o seguro e a manutenção – seja preventiva (revisões) ou corretiva (assistência 24h). Além da mensalidade, cabe ao cliente pagar combustível, estacionamento e eventuais multas de trânsito, por exemplo.

Consultor da ADK Automotive, Paulo Garbossa, no entanto, diz que essa tendência vai se consolidar nos próximos anos. Ele afirma que, para as montadoras, é uma forma de viabilizar a produção e a ampliação de mercados, sobretudo em novos segmentos. “No caso dos elétricos, por exemplo, que ainda são caros, em vez de vender elas podem alugar.”

Assinatura x locação

A assinatura de um veículo é diferente da locação, que geralmente é feita por períodos curtos. Na nova modalidade, os contratos têm duração de 12 a 24 meses. Além disso, o assinante recebe um zero-km.

O valor das mensalidades varia bastante por causa de aspectos como a franquia do seguro. Há desde carros simples, como o Kwid, aos muito sofisticados, como o SUV Audi e-tron, elétrico que sai a R$ 551.990.

Lançado em São Paulo no fim de 2020 como um projeto piloto, o Audi Luxury Signature foi um sucesso, segundo o diretor de Marketing e Comunicação da marca no Brasil, Cláudio Rawicz. O serviço conta com 20 veículos e a mensalidade parte de R$ 9.590 para o sedã A6. A mais cara, de R$ 13.290, é para o Q8 Performance Black.

Outros modelos

O serviço da Renault também oferece o Stepway e o Duster – ambos nas versões de topo. Para o hatch, a mensalidade começa em R$ 1.539 e para o SUV, em R$ 1.699. Caso o assinante queira, no fim do prazo de locação é possível comprar o carro.

Mas os executivos da marca não acreditam que isso irá ocorrer no Brasil. Afinal, quem migra para essa modalidade de negócio busca, justamente, uma alternativa à compra.

Um dos mais recentes lançamentos do setor de carros por assinatura, a princípio, é o Flua!, que reúne as marcas Fiat e Jeep (elas pertencem ao mesmo grupo). São oito modelos e 13 versões da Fiat e dois modelos e quatro versões da Jeep.

O plano mais barato é para o hatch compacto Fiat Argo 1.0 Drive, cuja mensalidade parte de R$ 1.350. O mais caro é para o SUV médio Jeep Compass Trailhawk, que tem motor 2.0 turbodiesel, câmbio automático e tração 4×4. Nesse caso, a mensalidade começa em R$ 4.060.

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Carro de entrada no serviço de assinatura da Renault é o Renault Kwid Zen 1.0 zero-km (Foto: Renault/Divulgação)

Comerciais

No Flua! há, inclusive, opções de veículos comercias. A assinatura da picape compacta Fiat Strada parte de R$ 1.499 e a da intermediária Toro começa em R$ 2.550. O valor da mensalidade de um furgão Fiorino parte de R$ 1.690 e o de um Ducato Maxi Cargo, de R$ 3.519.

Da Volkswagen, o Sign&Drive conta com três opções: os sedãs Virtus 1.0 200 Highline e Jetta 1.4 250 Comfortline, por mensalidades a partir de, respectivamente, R$ 2.099 e R$ 2.999. Para o SUV Tiguan Allspace 1.4 250 Comfortline, o preço é de R$ 3.659. Os planos são de 12 e 24 meses, conforme o carro.
A assinatura inclui documentação, seguro, manutenção preventiva e franquia de 1.800 km para rodar por mês. Em breve, a marca oferecerá também o T-Cross em três versões, com preços entre R$ 1.899 e R$ 2.299.

A Caoa também deve ingressar no segmento nos próximos meses. Em entrevista à revista Exame, o presidente da empresa, Mauro Correia, diz que o serviço deveria ter sido lançado em 2020, mas a estreia foi postergada por causa da pandemia.

Os planos terão duração mínima de 12 meses. A expectativa é que o grupo ofereça toda a linha de produtos que vende e produz. Ou seja, modelos da Caia Chery, Ford, Hyundai e Subaru.

Compartilhamento

O Kinto Share, serviço de compartilhamento da Toyota e de sua marca de luxo, Lexus, oferece oito veículos. São eles o hatch Yaris, os sedãs Etios, Corolla (híbrido) e Camry, os SUVs RAV4, Lexus UX250 (híbridos) e SW4, e a picape Hilux – esses dois têm motor turbodiesel, câmbio automático e tração 4×4.

Os carros podem ser alugados por hora ou por dia. O mais barato é o Etios, que sai por, respectivamente, R$ 23 e R$ 149. O mais caro é o SW4, cuja hora custa R$ 87 e a diária, R$ 565.

Segundo informações da Kinto, as tarifas incluem seguro, assistência 24 horas e custos de manutenção. Tudo é feito por meio de um app e a retirada e entrega do carro pode ser feita em uma concessionária ou por meio de serviço de motorista.

Volvo até empresta carro

Quando lançou o XC40, no fim de 2017, a Volvo apresentou um conceito de negócio tão inovador para a época que causou estranheza na Europa e nos Estados Unidos. O modelo chegou aos mercados considerados como prioritários para o SUV por meio de um programa de assinatura similar ao de empresas de TV a cabo e celular.

Diferentemente do que ocorreu na Europa e nos EUA, no Brasil o XC40 é vendido de forma convencional. Mas uma ação recente da Volvo no País (e inédita no mundo) também surpreendeu o mercado.

Basta ter CNH

No fim do ano passado, a marca lançou um programa de empréstimo de veículos na capital paulista. Batizado de Volvo Lovers, a ação permite que qualquer pessoa que tenha uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida possa ficar com um carro da marca por até quatro dias sem pagar nada.

Em entrevista exclusiva ao Jornal do Carro, o diretor de marketing da Volvo, Rafael Ugo, diz que não se trata de uma ação de vendas. Segundo ele, o objetivo da marca é mostrar ao maior número de pessoas possível como funcionam seus veículos eletrificados. Todos os Volvo vendidos no Brasil são híbridos – têm um motor a combustão e outro elétrico.



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