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O Fusca chegou ao mercado em 1935 para ser o “carro do povo”, significado da palavra Volkswagen
Motor a etanol, propulsão híbrida e tração integral Essas são algumas das soluções que surgiram ao longo dos anos na indústria automotiva. No Brasil e lá fora, há sempre um pioneiro para tirar as coisas da mesmice. O primeiro utilitário esportivo, por exemplo, foi feito pela Jeep. E a Tesla é apontada como a responsável pela disseminação do veículo elétrico.
E já que para falar de veículo, atualmente é quase impossível fugir do tema “emissões de poluentes”, um bom exemplo de modelo sustentável é o Toyota Prius. Híbrido mais vendido do mundo, é também um dos maiores sucessos da fabricante.
Lançado em 1997, no Japão, o Prius é o primeiro híbrido feito em massa. A ideia de combinar motor a combustão e elétrica e, de quebra, ter baterias alimentadas com o movimento do carro, acabou por conquistar a indústria – e o mundo.
A possibilidade de carregamento em tomadas (plug-in) veio mais tarde. Mesmo com alto custo, claro, tais tecnologias chamaram a atenção da concorrência. E logo surgiram rivais como Ford Fusion Hybrid e Honda Insight, por exemplo.
CARRO A ÁLCOOL
Mas anos antes disso, quando o carro alimentado por baterias ainda estava longe de ser realidade nas ruas, o Brasil já estava de olho em alternativas ao petróleo. No início da década de 1980, o lançamento do Fiat 147 movido a álcool iniciou uma nova era para a indústria de veículos no País. Rapidamente, Chevrolet, Ford e Volkswagen lançaram seus representantes com motores que podiam queimar o combustível de origem vegetal.
Mas, assim como o carro só a gasolina, o apenas a álcool ficava à mercê dos humores do mercado – era comum faltar combustível nos postos. Para resolver esse problema, em 24 de março de 2003, por meio de uma jogada de marketing muito bem orquestrada, a Volkswagen lançou o Gol Total Flex dias antes de a Fiat apresentar seu modelo que podia rodar com gasolina, álcool ou a mistura de ambos em qualquer proporção.
A ideia vingou. E fez tanto sucesso que em 2020, por exemplo, mais de 85% dos automóveis e comerciais leves novos vendidos no País tinham motores bicombustíveis.
FUSCA
Voltando um pouco mais no tempo, não dá para falar de carro no mundo sem citar o alemão Käfer (besouro), que no Brasil ganhou o apelido de Fusca. O modelo foi desenvolvido por Ferdinand Porsche por determinação de Adolf Hitler e chegou ao mercado em 1935 para ser o “carro do povo”, significado da palavra Volkswagen.
E fez história graças às soluções simples e eficientes. Como o motor refrigerado a ar instalado na traseira e o porta-malas na frente. Bem-sucedido, é o carro feito em série no mundo por mais tempo. Foram três gerações ao longo de 81 anos, de 1938 a 2019. Apenas no Brasil, foram produzidas 3,35 milhões de unidades.
De 1998, o New Beetle tinha visual retrô e muita tecnologia. Por isso, era muito caro – diferentemente da proposta do modelo original. De 2011, o último modelo tinha base do Golf e, mesmo com apelo moderno e soluções inovadoras, não emplacou e, em julho de 2019 o carro deixou de ser feito no México.
PRECURSORA DOS AVENTUREIROS
Lançada em 1999, a Fiat Palio Weekend Adventure pode ser considerada o modelo precursor da moda de “aventureiros urbanos”. E talvez até da onda dos SUVs compactos – que não para de crescer.
O modelo inovou ao trazer visual que lembrava o de carros off-road e até uma solução para encarar uma lamazinha. O sistema de bloqueio de diferencial, fornecido pela Eaton, foi batizado pela Fiat de Locker.
Depois vieram outros aventureiros de butique, como o Volkswagen CrossFox e o Renault Sandero Stepway, por exemplo. Até que a Ford resolveu fazer um carro urbano sobre a base do Fiesta, mas com visual que lembrasse um SUV.
O EcoSport foi um tremendo sucesso, virou um modelo global e deu origem a um novo segmento. Atualmente, as principais montadoras têm pelo menos um modelo do tipo. E os SUVs já respondem por um de cada três carros zero-km vendidos no mercado brasileiro.
ESPORTIVO PERENE
Outro sucesso da Ford, este atemporal, é o Mustang. Nenhum outro carro despertou tanto o desejo do consumidor como o cupê lançado em 1964 nos Estados Unidos.
O modelo virou sinônimo de esportividade e inaugurou o segmento de muscle cars (carros musculosos). Depois do Ford vieram Chevrolet Camaro, Dodge Challenger e companhia.
Atualmente, o Mustang é vendido no Brasil na versão Black Shadow. O motor é V8 5.0 de 466 cv e a tabela, de R$ 396.900.
PIONEIRO 1.0
Na década de 1990, o Fiat Uno Mille fez uma verdadeira revolução no mercado. Além de ser econômico, o carrinho tinha a simplicidade com uma de suas principais características. O sucesso foi imediato, mas o viés espartano era também um ponto negativo.
Eis que em março de 1994 entrava em cena no Brasil o Corsa. O novo projeto era inspirado no do europeu, tinha linhas arredondadas e acabamento mais caprichado que o do Mille.
O Chevrolet chegou a ser chamado por alguns de “novo Fusca”. E a fila de espera passava dos seis meses.