Os veículos híbridos não plug-in (híbridos tradicionais) são os mais penalizados pela mudança nos incentivos para estes automóveis. Não há forma de medir qual é a autonomia e as emissões destes carros quando circulam sem consumir combustível. As marcas automóveis falam num caos técnico lançado pelo Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza (PAN) nesta semana e que penaliza um mercado a sofrer, neste ano, a segunda maior queda da Europa.

Na discussão do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) na especialidade, o PAN conseguiu aprovar – com os votos a favor do PS e do Bloco de Esquerda – três alterações nos benefícios atribuídos a estes automóveis.

Para os particulares e para as empresas, os híbridos sem extensor de autonomia deixam de contar com a taxa intermédia no Imposto sobre Veículos (ISV). Passarão a pagar a totalidade do imposto no momento da compra de um automóvel, em vez do desconto de 40%. A norma do PAN estabelece que estes veículos apresentem uma autonomia em modo elétrico superior a 50 quilómetros e emissões oficiais abaixo dos 50 gramas de dióxido de carbono por quilómetro (conhecida como regra 50/50).

Nos híbridos tradicionais, contudo, “não existem dados sobre autonomia elétrica” nas folhas de aprovação de modelo, emitidas pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Os condutores “não têm a possibilidade de optar por desligar o sistema híbrido” dos veículos, ao contrário do que acontece nos plug-in (PHEV), alerta o líder da Mazda em Portugal, Luís Morais.

Marcas como a Honda e a Toyota serão as mais penalizadas pelas medidas do PAN. As duas fabricantes têm apostado, nos últimos anos, nos híbridos sem extensor de autonomia em modelos das categorias B e C, mais acessíveis aos bolsos dos portugueses.

Os PHEV que não cumprirem os 50/50 também vão deixar de beneficiar da taxa intermédia, de 25% do ISV, ou seja, um desconto de 75% neste imposto. Os híbridos plug-in têm esta vantagem até ao final do ano se tiverem pelo menos 25 quilómetros de autonomia em modo elétrico.

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