A viagem do novo veículo elétrico chinês começou na China e demorou 53 dias a chegar à Alemanha. A partida aconteceu a 7 de julho e passou por países como Cazaquistão, Rússia, Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, França, Suíça e terminou na Alemanha.

A apresentação oficial ocorreu no Salão Automóvel de Frankfurt, e agora vai conseguir ser comercializado na Europa, com as encomendas disponíveis a partir de 29 de novembro. Este é um marco para a China, uma vez que o Aiways U5, um SUV exclusivamente a bateria, vai ser o primeiro veículo 100% elétrico de uma marca e fabricante chinesa a ser comercializado em solo europeu.

O Aiways U5 foi criado por uma startup com o mesmo nome, que obteve da TÜV Rheinland, a certificação necessária para que o veículo possa ser comercializado em qualquer mercado da União Europeia, embora não seja avançada o país europeu em que o SUV 100% elétrico se vá estrear. Para a autorização de comércio ter sido entregue à startup chinesa, as autoridades consideraram que o veículo chinês cumpre os requisitos necessários, em matéria de segurança e de ambiente.

A empresa chinesa considera que a emergência do elétrico e da conectividade dos veículos é demasiado importante, sendo que a altura de mudar é agora. Em entrevista à ‘Auto Futures’, o vice-presidente executivo Alex Klose garante o que mais importante atualmente não é a performance, mas a experiência do utilizador.

O facto de se ter estreado em estradas europeias desconhecidas e de ter percorrido mais de 15 mil milhas (24 mil quilómetros), prova que o carro vai ser a autoridade nas estradas, mesmo tratando-se de um elétrico recente, que só se deverá estrear no alcatrão europeu na primavera de 2020.

As vendas de veículos elétricos na China caíram devido à redução dos incentivos governamentais, e a empresa agilizou uma nova estratégia de venda que passa pela Europa, de forma a compensar a quebra de vendas no seu mercado. “Toda a gente na indústria automóvel está a apontar para as altas velocidades. Estamos a chegar a uma era onde isto já não é relevante”, assumiu Alex Klose.

Mas que SUV chinês é este?

Criado após um investimento de 1,2 milhões de euros numa fábrica no sudeste da China, na província de Jiangxi, o Aiways U5 parece ter muito para dar ao mercado europeu.

Com o preço fixado em 25 mil euros para o mercado europeu, avançado pela ‘Bloomberg’, a versão base deste SUV 100% elétrico promete um autonomia de 460 quilómetros, embora seja possível aumentar para 560 quilómetros de autonomia através do aluguer de baterias.

O veículo chinês não parece ter grande concorrência no preço, uma vez que um dos primeiros carros elétricos que surgiu no mercado português tem o custo fixado em 30 mil euros. Nos SUV elétricos, o preço sobe, não existindo grande concorrência ao nível de elétricos mas de gasolina e gasóleo.

O Aiways U5 tem uma bateria de 65 kWh de capacidade e é capaz de atingir 80% do carregamento em 44 minutos, quando utilizado um carregador mais rápido, embora o desgaste das baterias seja consideravelmente maior. Como a velocidade não é uma prioridade para a empresa, o U5 vai dos 0 aos 100 quilómetros horários em nove segundos, sendo que a velocidade máxima está fixada em 100 quilómetros por hora, para ter uma autonomia melhor.

Com tração à frente, o carro debita uma potência de 170 cavalos, segundo a marca. Ainda assim, a Autocar teve um encontro com o veículo chinês e admite que este chegue aos 190 cavalos de potência.

Fazendo a comparação com os veículos elétricos da família dos SUV, chega-se à conclusão que o Aiways U5 é, efetivamente, o mais barato. Atualmente, o mais barato é o DS3 Crossback E-Tense, que tem um preço base de 41 mil euros, enquanto o mais caro é o Tesla Model X, que começa nos 95.400 euros.



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