Com o lançamento do novo Citroën C3, a marca francesa deu partida ao seu plano de crescimento acelerado no Brasil — que ainda inclui um SUV de sete lugares e um sedã, com lançamento em 2023 e 2024, respectivamente.
Uma versão elétrica do C3, entretanto, está longe de ser descartada: durante o lançamento do modelo, no Rio de Janeiro, QUATRO RODAS conversou com executivos da marca, que, em condição de anonimato, detalharam mais sobre o estado do projeto.
Segundo tais fontes, a Citroën — em meio a uma reestruturação aguda — está sendo cautelosa acima de tudo, pesando aspectos como a recepção de seus modelos a combustão no mercado nacional, questões macroeconômicas e a viabilidade da tecnologia elétrica em segmentos de entrada.
Feito em parceria com a filial da Índia, porém, o C3 elétrico não depende do Brasil para sair do papel. A reportagem, inclusive, chegou a um funcionário indiano que está envolvida nos trabalhos; no cenário de ascensão econômica do país asiático, o eC3 pode chegar antes a esse mercado, cada vez mais comprometido com a transição energética.
Além disso, mensagens da Citroën para investidores confirmam que, globalmente, dois modelos elétricos serão lançados até o ano que vem, e o C3 a baterias seria um deles.
De acordo com relatos da imprensa indiana, o C3 elétrico teria até 30 kWh de bateria — suficiente para autonomia entre 200 km e 300 km. Obviamente, a Stellantis observará de perto o desempenho de modelos como o Renault Kwid E-Tech no mercado nacional, a fim de calibrar sua estratégia para o modelo, sem data definida.
Barrado no baile
Outro elétrico que a Citroën vai lançar no Brasil é o simpático Ami, que QUATRO RODAS dirigiu, nos Países Baixos, há alguns meses. Com apenas 8 cv e produção extremamente simplificada, o modelo de 8 cv é quase um brinquedo — tanto que, na Europa, é possível dirigi-lo a partir dos 14 anos em alguns países.
É o veículo ideal para serviços aluguel rápido, no qual se paga por tempo ou quilômetro rodado (as baterias garantem cerca de 70 km de autonomia). Ou seja, seria uma opção perfeita para o deslocamento em cidades turísticas brasileiras, com ruas estreitas e por vezes restritas a carros. Além disso, o Ami é uma opção para serviços de delivery, permitindo substituir scooters de entregadores de apps, por exemplo, ao mesmo tempo que adiciona maior capacidade de carga.
O problema, explica o executivo ouvido pela reportagem, é que a lei brasileira não prevê esse “meio-termo”. Assim, o time jurídico da Citroën quebra a cabeça para encontrar uma solução inédita, já que vender o pequenino como um automóvel obrigaria a instalação de recursos de seguranças como o par de airbags e necessidade de emplacamento e CNH, inviabilizando sua proposta.
Enquanto isso, a francesa expõe seu produto em feiras como a Mercado Livre Experience, organizada pelo gigante de vendas online. Com mais mentes pensando em uma solução, as chances de que ela venha aumentam.
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