O novo Citroën C3, que acaba de ser lançado por aqui com duas opções de motores a combustão, está ganhando um irmãozinho à bateria na Índia. O país foi o escolhido para inaugurar a vertente elétrica o projeto C-Cubed, que inclui o C3 e que utiliza uma plataforma global chamada CMP, que já nasceu com previsão para a eletrificação.

Com visual praticamente idêntico ao dos C3 “comuns”, o novo carro utiliza o mesmo motor que gera 136 cv de potência e 26,5 kgfm de torque que seu “primo” de Stellantis, o Peugeot 208 e-GT que conhecemos, e que também equipa o Opel Corsa-e o Jeep Avenger, revelado recentemente.

Todos esses modelos são dotados com uma bateria de 50 kWh, suficiente para que percorram uma distância de até 350 km em ciclo urbano, número que o credencia para atender as necessidades de 90% dos motoristas, incluindo aí até os de aplicativos e táxis (que rodam, em média, até 200 km diários).

Como já mencionamos aqui no iCarros, além do C3, a “família C-Cubed” inclui o lançamento de outros modelos, entre eles, já são conhecidos um sedã e um SUV, que devem também chegar ao Brasil em um futuro próximo.

E, como sua plataforma foi criada para também sustentar a propulsão elétrica, é bastante possível que, um pouco mais adiante, tenhamos também modelos a bateria montados na fábrica da antiga PSA (Peugeot+Citroën), atual Stellantis, em Porto Real, RJ.

Na Índia, como aqui, o C3 ocupa um dos segmentos, digamos, de entrada no mercado, com preços bastante competitivos. E a expectativa é de que a nova versão elétrica tenha um custo (até o momento de nosso fechamento, não divulgado) igualmente competitivo e até agressivo.

Isso, claro, em comparação a outros carros elétricos disponíveis atualmente na Índia, entre eles o Renault Kwid E-Tech, também vendido aqui no Brasil. De toda forma, não seria abusar da bola de cristal prever que, quando for lançado por aqui, o C3 EV (de veículo elétrico) vai estar entre os mais acessíveis do mercado.

Vendido na Índia, produzido na Índia

Num parêntese, vale lembrar que a Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com 1,38 bilhão de habitantes (dado de 2020), sendo também um dos que mais emitem CO2 e outros poluentes no planeta.

Pensando em mudar isso, o país é um dos emergentes que tem planos mais ambiciosos em relação à eletrificação. Faz um tempo, seu governo anunciou que a Índia seria a primeira grande nação do mundo a ter 100% de veículos elétricos. Para isso, financiaria a compra dos modelos pela população.

A justificativa era a de que, com o que seria economizado com o abastecimento, os compradores poderiam tranquilamente pagar as prestações dos carros. O fato de um percentual alto da população não ter sequer luz elétrica em casa parece ter adiado um pouco essa pretensão.

Por outro lado, os impostos de importação para automóveis – incluindo os elétricos – na Índia são bem altos e o governo explicitamente desencoraja que se tragam carros elétricos de fora, especialmente da vizinha China. A ideia é privilegiar a produção local.

Não por acaso, projetos como os do próprio C3 EV e do Kwid E-Tech nasceram na terra do Mahatma Ghandi, e a maior montadora local, a Mahindra, já oferece vários modelos desse tipo a seus conterrâneos.

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