quarentena do novo coronavírus, em que escolas se veem obrigadas a fechar as portas, a defasagem entre o ensino público e privado fica ainda mais evidente. Afinal, enquanto alunos da rede particular continuam com suas aulas online, a maioria dos estudantes de escolas municipais e estaduais nem ao menos conta com um acesso decente à internet.” data-reactid=”33″>No atual momento de quarentena do novo coronavírus, em que escolas se veem obrigadas a fechar as portas, a defasagem entre o ensino público e privado fica ainda mais evidente. Afinal, enquanto alunos da rede particular continuam com suas aulas online, a maioria dos estudantes de escolas municipais e estaduais nem ao menos conta com um acesso decente à internet.
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Por isso, muitos especialistas acreditam que o atual momento é a prova definitiva para as startups de educação (edtechs). Afinal, essas empresas, que levam inovação e digitalização para o ensino privado há anos, agora contam com a abertura necessária que era preciso para entrar na rede pública e, ainda, com a possibilidade de fazer a diferença à estudantes.
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“Víamos as edtechs muito elitizadas. Escolas que cobram R$ 5 mil de mensalidade têm até estúdios para gravar vídeos no YouTube, soluções digitais, aulas online há algum tempo”, afirma o pedagogo Rubens Dário. “Antes tinha o discurso que era difícil, preciso de licitação. Agora, o governo está pegando todas soluções momentos. É o período de democratização”.
Já são várias as iniciativas dentre as startups. Uma que tem atuado de maneira consolidada na rede pública é a ChatClass. Fundada pelo alemão Jan Krutzinna, a startup dá aulas de inglês em um chatbot do WhatsApp. O estudante consegue escrever, escutar e falar inglês com uma inteligência artificial como se tivesse papeando com algum colega de fora do país.
“Atuamos com ensino de inglês para escolas públicas desde o princípio”, afirma o fundador e CEO da startup. “Agora, [durante a quarentena], abrimos nossa plataforma premium de forma gratuita por um mês. Neste período, chegamos a mais de 25 mil pessoas no Brasil todo. Grande parte de escolas públicas. Nosso produto quer democratizar ensino no País”.
Jan, porém, ressalta que para que as edtechs cheguem ao ensino público, a iniciativa deve partir de cima. “A solução sempre deverá partir dos tomadores de decisão e secretários para que unir as ferramentas às necessidades reais dos alunos. Há um desafio em conectar os pontos, as ferramentas e as soluções às necessidades dos alunos e professores”.
Frederico Faria, diretor da DragonLearn, também tem olhado pro setor público. Durante a quarentena, a startup, que oferece atividades e exercícios gamificados para crianças na sala de aula, fez uma parceria com o Governo de São Paulo e distribuiu licenças para que alunos da escola pública usem seus serviços. O objetivo é de 2 milhões de estudantes.
“Nossa expectativa é que o Brasil, que ainda utiliza sala de aulas com o mesmo modelo de anos atrás, possa se aproveitar mais da era da tecnologia”, diz Faria. Mas ele ressalta: é necessário que a rede pública tinha mais preparo. “É preciso acreditar e investir no digital. Capacitar professores em novas ferramentas de trabalho que sejam totalmente digitais”.
Já a Geekie, startup que tem como carro-chefe uma plataforma de preparação para o ENEM e vestibular, decidiu disponibilizar 20 mil bolsas de estudo para o setor público. A ideia é que alunos das redes municipais e estaduais tenham uma ajuda a mais na hora de se preparar para o ENEM, que este ano terá uma edição digital além da presencial.
“O nosso principal objetivo é que esses estudantes usem o período para se prepararem da melhor forma”, conta Claudio Sassaki, cofundador da Geekie. “A expectativa é que possamos, como um negócio de impacto social, auxiliar os jovens brasileiros a realizar seus sonhos por meio da educação e diminuir o máximo o impacto do distanciamento social”.
Apesar das boas intenções das startups, é preciso resolver um problema anterior: o acesso à internet. Segundo pesquisa da Happy Code, escola de tecnologia e programação, 44% dos profissionais da educação acreditam que a falta de notebook e de internet são os fatores impeditivos para realizar o ensino remoto para crianças e adolescente na escola.
“Muitas vezes o aluno da rede pública têm apenas um celular ou um computador para compartilhar com as famílias ou, às vezes, nem isso”, afirma Debora Noemi Inouye, diretora de Tecnologia Educacional da Happy Code “As escolas públicas estão preocupadas com o abandono dos alunos por não terem o acesso à equipamentos. Falta alfabetização digital”.
Sassaki, da Geekie, ressalta a importância da mistura de edtechs, governos e instituições. “É fundamental a atuação do poder público, de organizações da sociedade civil e também das edtechs no combate a essa distorção para não termos um cenário de aprofundamento das desigualdades entre alunos das escolas particulares e públicas”, disse o empreendedor.
Com isso, a educação pública pode seguir finalmente para o futuro ideal: o ensino híbrido.
“Nós acreditamos em um ensino híbrido, que valoriza a figura do professor e que possui soluções digitais que conversam com todos os stakeholders, sejam as escolas, alunos, pais ou até os coordenadores”, afirma o empreendedor Jan Krutzinna, CEO e fundador da ChatClass. “Acreditamos que esse seja o futuro e é para isso que trabalhamos”
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