Essa todo mundo sabe: Volkswagen significa “carro do povo“. Mas como fazer jus ao próprio nome entrando na era dos carros elétricos? Esse é o desafio que a fabricante alemã quer superar até 2030.
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Comprometida com a eletrificação de sua gama de modelos, pelo menos no mercado europeu, a Volks divulgou sua estratégia para otimizar custos de desenvolvimento e reduzir o custo final dos seus futuros modelos elétricos. Para isso, há várias estratégias em curso.
Baterias comuns a vários modelos
O custo das baterias é muito representativo no preço final dos carros elétricos, por isso o grande esforço da VW em reduzir seu custo. Para isso, a fabricante aposta no uso de um mesmo tipo de célula de bateria, a ser lançada em 2023 e que até 2030 estará em 80% de todos os carros das marcas do Grupo Volkswagen.
O que mudaria de acordo com o segmento do carro seria a composição química das células de bateria. Nos carros de entrada, serão de fosfato de ferro-lítio, o que reduzirá o custo das baterias em até 50%. Já nos segmentos de maior volume de vendas, que na Europa são os carros médios, a tecnologia terá maior quantidade de manganês, que aumenta a autonomia, mas impactará em redução do custo em 30%.
Os outros 20% dos carros usariam o que a VW chama de “soluções específicas”. São veículos de alto desempenho que seriam equipados com baterias de lítio óxido de níquel-manganês-cobalto (NMC) ou veículos pesados, como vans e caminhões, que seguiriam outras tecnologias.
Uma das vantagens da nova célula estará na otimização do design dos carros, em facilitar a futura reciclagem destas células e em facilitar a evolução da tecnologia para células de estado sólido, mais simples, baratas e eficientes, que a VW estima que já estará disponível em meados desta década. Com ela, o tempo para alcançar 80% de recarga cairia dos atuais 25 minutos para apenas 12.
Produção em grande escala
A VW planeja ter seis fábricas de células de bateria operando na Europa até 2030. Juntas, terão capacidade de produzir 240 gigawatts-hora por ano. As duas primeiras serão construídas em Skellefteå, na Suécia, e em Salzgitter, na Alemanha. Esta última ficará encarregada das células de bateria para carros de alto volume e começa a operar em 2025.
A produção de baterias premium, por sua vez, serão concentradas na fábrica da Northvolt, parceira da VW, em Skellefteå. Neste caso, a produção começa em 2023 a um ritmo de 40 GWh. A VW ainda estuda parceiros e localidades para construir as demais fábricas.
“Em média, reduziremos o custo dos sistemas de bateria para algo bem abaixo dos 100 euros por quilowatt-hora. Isso finalmente tornará a propulsão elétrica acessível e dominante ”, disse Thomas Schmall, membro do Conselho de Administração do Grupo Volkswagen responsável por tecnologia.
Plataforma elétrica simplificada
A Volkswagen também confirmou o desenvolvimento de uma versão simplificada de sua plataforma modular elétrica, a MEB. É chamada MEB-Lite e será usada por um novo carro de entrada e um crossover, ambos elétricos. Os nomes seriam ID.1 e ID.2, e seus preços ficariam entre 20.000 e 26.000 euros – preços das versões mais baratas do Polo na Europa. Hoje o ID.3 custa a partir de 35.000 euros antes de qualquer isenção governamental.
Por ser projetada para carros menores, a capacidade máxima de bateria também será menor, limitada a até 45 kWh. Essa nova plataforma também será fundamental para o desenvolvimento de modelos básicos das marcas irmãs Seat, Skoda e Cupra, e de novos carros que serão desenvolvidos com parceiros de joint-venture chineses (como a SOL, criada em parceria com a JAC).
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