Carros híbridos começam a ganhar mais espaço no mercado brasileiro com o sucesso da dupla Toyota Corolla e Corolla Cross. Entretanto, essa tecnologia está em produção desde 1997, quando a própria fabricante japonesa lançou a primeira geração do Prius no Japão.
Apesar da popularização, os híbridos ainda são cercados de dúvidas por parte dos consumidores. Hoje você entenderá a evolução desses modelos desde que eles foram pensados pela primeira vez por Ferdinand Porsche, o pai do Fusca, em 1899.
Lohner-Porsche Mixte Hybrid foi o primeiro carro híbrido — Foto: Reprodução
É difícil de imaginar que essa tecnologia nasceu no século XIX, quando o engenheiro Ferdinand Porsche desenvolveu o Lohner Mixte. Este primeiro híbrido usava um sistema parecido com o ePower da Nissan, onde um motor a combustão gera energia para que uma unidade elétrica mova as rodas do veículo. Aproximadamente 300 unidades foram produzidas.
Em 1904, com a popularização dos automóveis a combustão produzidos pela Ford, carros híbridos deixaram de ser interessantes. Eles eram mais caros, difíceis de consertar e tinham menos potência que seus pares – e acabaram caindo no esquecimento por 60 anos.
O congresso norte-americano aprovou incentivos para reduzir as emissões de gases tóxicos na primeira metade da década de 1960. Eles não foram bem aceitos pela indústria até o início da crise do petróleo, em 1973, causando o aumento excessivo dos preços.
E foi durante o embargo ao petróleo do mundo árabe que as montadoras voltaram a injetar dinheiro no desenvolvimento de carros eletrificados. Em 1990, surgiram os primeiros veículos de produção totalmente elétricos, sendo o Toyota RAV4 o mais lembrado. O público, entretanto, não engajou. Foi aí que o velho assunto dos híbridos foi retomado nos escritórios das montadoras.
Toyota Prius era vendido apenas na configuração híbrida e enfrentou desconfianças — Foto: Divulgação
A tradição da Toyota no segmento dos híbridos se justifica pelo lançamento do Prius em 1997. Ele foi o primeiro veículo de série vendido com motor a combustão e um sistema de baterias para melhorar o consumo e reduzir emissões.
A desconfiança do mercado continuou, mas a Toyota seguiu firme na estratégia dos híbridos. O primeiro Prius desenvolvia 58 cv e 10 kgfm de torque, mas era capaz de marcar 18 km/l na cidade.
O Mercedes-Benz C 200 tem sistema híbrido leve EQ Boost — Foto: Divulgação
A categoria pode ser dividida em três tipos: híbrido leve, híbrido puro e híbrido plug-in. No primeiro caso, há um motor elétrico de baixa potência que auxilia a unidade a combustão, aumentando temporariamente o torque e reduzindo o consumo. Veículos com sistema híbrido-leve não usam a eletricidade para mover as rodas, apenas oferecem uma “ajudinha” ao motor .
Toyota Corolla híbrido faz mais de 16 km/l na cidade com etanol — Foto: Rafael Munhoz/Autoesporte
Híbridos puros (ou apenas “híbridos”) são os mais vendidos da categoria, mas devem cair em desuso nos próximos anos. Neste caso, há um conjunto de baterias mais generoso que pode até mover o carro, mas quem recarrega o sistema é o próprio motor a combustão.
Carros desperdiçam calor, tanto do motor quanto das frenagens. O objetivo do sistema híbrido é transformar essa energia que seria perdida em eletricidade, abastecendo a bateria que auxilia o motor elétrico. Isso explica os 16,3 km/l que o Toyota Corolla Altis pode marcar na cidade, segundo o Inmetro.
BMW 530e é o veículo híbrido com melhor consumo do Brasil — Foto: Divukgação
A grosso modo, modelos plug-in fazem a ponte entre os híbridos e elétricos. Eles funcionam da mesma forma que os “puros”, mas a bateria também pode ser recarregada em estações de carga, exatamente como os modelos elétricos. Estes são os modelos que ostentam os melhores números de consumo, como o BMW 530e, que pode aferir 26,4 km/l na cidade.
Agora que você sabe como eles surgiram, quais são as diferenças e suas principais vantagens, estaria aberto à possibilidade de levar um híbrido para a garagem? Deixe sua resposta nos comentários.
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