Alguns automóveis têm variação de preço muito grande entre a versão mais barata e a mais cara. Há modelos que, na versão de topo, custam (bem) mais que o dobro do cobrado pela básica. Nesses casos, o cliente pode fazer a escolha: ou compra dois carros um pouco mais simples e menos potente, ou leva um completão.

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É o caso, por exemplo, do novo Porsche Cayenne Coupé. O modelo alemão, que acaba de ser lançado no Brasil, tem duas versões. A mais barata, com motor 3.0 V6 de 340 cv, custa R$ 459 mil. Quem quiser a versão híbrida, Turbo S E-Hybrid, terá de pagar R$ 956 mil. Nesse caso, o modelo conjuga um motor 4.0 V8 biturbo e um elétrico. Não é só o preço que dobra. A potência vai dos 340 para 680 cv, enquanto o torque salta de 45,9 para 91,8 mkgf. Com isso, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h, de 6 s no modelo V6, cai para 3,8 s no híbrido. A velocidade máxima vai de 243 km/h para 295 km/h.

O caso do Cayenne Coupé não é isolado. Com o Porsche Panamera, a distância entre o mais barato e o mais caro é ainda maior. A marca alemã oferece infinitas possibilidades de personalização. O cliente que entra no site da marca tende a ficar lá por muito tempo. Isso porque há várias opções de revestimento interno, rodas, opcionais, etc.

Propulsão híbrida é o que eleva muito o preço dos Porsche

Na média, o Panamera mais em conta sai por cerca de R$ 546.483. Ele vem com motor 3.0 V6 de 330 cv, e segundo a Porsche vai de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. Caso opte pela versão Turbo Executive, o preço mínimo já salta para cerca de R$ 806.900, ou 48% a mais que o Panamera mais barato.

A versão Executive tem 15 cm a mais na distância entre eixos (para 3,1 m) e a mesma medida a mais também no comprimento total (5,2 m). Além disso, tem motor 4.0 V8, de 550 cv. Com ela, o executivo (ou seu motorista, no caso) pode ir de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos, garante a Porsche.



Mas o que eleva o preço, mesmo, é a propulsão híbrida. Como no Cayenne Coupé, é a tecnologia que concilia motores a gasolina e elétrico que faz o preço saltar. No caso do Panamera Turbo S E-Hybrid, o modelo sai por R$ 1.249.936, ou 129% a mais que o Panamera V6. Nesse caso, o modelo traz o mesmo pacote tecnológico do Cayenne. O motor a gasolina é o 4.0 V8 de 550 cv. Que trabalha em conjunto com o elétrico de 136 cv. Juntos, geram 680 cv e levam o modelo de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos.

Preço tende a subir na mesma proporção da potência

A tabela de preços da também alemã Mercedes-Benz igualmente revela algumas surpresas. Tomemos como exemplo a Classe C, de modelos médios. A primeira curiosidade é o número de versões. Só a Classe C está disponível em 12 opções, incluindo variações de carroceria (cupê, sedã e conversível), acabamento e motorização.

O modelo mais barato é o C180 Avantgarde flexível, que custa R$ 179.900. Ele tem motor 1.6 turbo de 156 cv. Já a versão esportiva Mercedes-AMG C 63 S (abaixo) sai por R$ 566.900, se for referente ao ano modelo 19/19. Nesse caso, a diferença de preços é de 215%. O modelo 19/20 salta para R$ 586.900.

Da mesma forma como o preço, a potência também dá um belo salto em relação à versão mais barata. O sedã 63 S tem motor 4.0 V8 de 510 cv. Ou mais que o triplo em relação à do C180.

O SUV Audi Q3 custa R$ 159.990 na versão Prestige 1.4 flexível, de 150 cv. Mas pode chegar a R$ 356.990 (ou 123% a mais) na versão esportiva RS Q3, que tem motor 2.5 de cinco cilindros em linha e 340 cv.

Na BMW também há pelo menos um exemplo de carro que (pelo menos) dobra de preço dependendo da versão. Enquanto o sedã Série 5 tem preço sugerido de R$ 332.950 na opção mais barata, a 530i M Sport (2.0 turbo de 252 cv), o esportivo M5 (abaixo), que utiliza a mesma carroceria mas tem motor 4.4 V8 de 600 cv, custa R$ 699.950, ou ainda R$ 744.950 com o pacote Performance.

Ou seja, como nos demais casos, dá para comprar uma unidade da versão esportiva, ou usar o dinheiro para comprar duas unidades básicas, e ainda ficar com a sobra.

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