É só na hora de estacionar o novo Volvo XC90 B5 híbrido com caixa automática e sete lugares a bordo que o condutor se lembra que está ao volante do carro mais volumoso de toda a oferta do fabricante sueco. O que, dado o cariz familiar da Volvo, diz bastante. Digamos mais: ele mede 4.953 mm de ponta a ponta e tem 1.958 mm de largura e 1.776 mm de altura.
Somados os milímetros, é muito carro. Porém, o respeitinho pela dimensão do novo XC90 dura pouco. Dura, na realidade, até ao momento de ligar o motor e galgar os primeiros quilómetros, porque depois a sensação é a de estar ao volante de uma viatura com metade da dimensão desta, tal o conforto, a agilidade, a surpreendente resposta na aceleração e – mais importante ainda – na travagem, seja em autoestrada, vias secundárias off-road.
Não damos pelo tamanho do carro até sermos confrontados por uma curva mais apertada ou uma passagem mais estreita, acompanhada da questão: será que passa? Passa. A geração 2020 do XC90, aqui testada na versão a gasóleo B5 de 235 cavalos que substitui a D5 e na variante Inscription (recheada de equipamento de série) é a primeira a fazer uso de um avançado sistema de travagem cinética da Volvo que regenera a energia do motor elétrico a cada toque no travão e nas desacelerações.
Convencionou-se chamar de mild hybrid, ou semi-híbrido, a este tipo de integração de um motor de combustão convencional com um elétrico onde a parte elétrica, na verdade, não tem peso suficiente na estrutura para mover o carro só por si, mas consegue, por outro lado, auxiliar o motor principal de forma a poupar até 15% nos consumos, além de reduzir as emissões. Tudo isto é o que representa a abreviatura “B5”, que também podemos encontrar na linha imediatamente abaixo: a do XC60.
No interior, o design minimalista é um descanso para a vista. Peles e madeiras dominam o habitáculo, onde o requinte da versão Inscription encontra a sua manifestação máxima no comando da caixa de velocidades em cristal ou no sistema de som topo de gama da Bowers & Wilkins. O som é absurdo de bom.
O “prazer de condução” é um conceito geralmente aplicado a italianos de sangue quente ou às berlinas alemãs, mas faz sentido usá-lo neste carro-bandeira da Volvo. É um prazer conduzi-lo, e se em cidade os consumos disparam, em estrada consegue-se gastos abaixo de 9 litros aos 100 quilómetros, o que é assinalável dadas as duas toneladas de peso do novo XC90.
Se à frente se vai bem, nos três lugares de trás quase se vai melhor, tanto é o conforto e sobretudo o espaço de que se dispõe. E, se necessário, na bagageira há mais dois lugares rebatíveis prontos a serem usados. Eis então um carro que dá vontade de fazer filhos em catadupa para encher os sete lugares e se ter uma desculpa legítima para comprar o XC90 B5, que na versão testada – Inscription, motor a gasóleo semi-híbrido, caixa automática e 235 cavalos – custa €89.655,48.