Desde o Rali da Turquia de 2019 que só vencem provas no WRC a Toyota ou a Hyundai (Sebastien Ogier, Citroen C3 WRC) e do Rali da Grã Bretanha 2018 que um Ford Fiesta WRC não triunfa numa prova.
Numa competição bipolarizada em termos de quem luta pelos triunfos, é muito importante para o Mundial de Ralis que a M-Sport/Ford consiga regressar a essa luta, e o que já se percebeu ter de acontecer, é algo muito simples: precisa de um piloto de ponta.
A M-Sport/Ford tornou-se na primeira equipa a revelar o seu novo carro de ralis híbrido de 2022, o Ford Puma Rally1, mas mesmo antecipando que os carros vão ser os três capazes de lutar por triunfos, será a qualidade dos pilotos e das equipas a determinar quem vence mais vezes.
Nesse particular, já sabemos que a M-Sport é capaz de lutar por vitórias e campeonatos, basta recordar a história recente (2017/2018) para o provar, mas neste momento a grande dúvida é se a M-Sport/Ford conseguem pelo menos um piloto de ponta para a sua equipa.
Thierry Neuville, Ott Tanak, já estão garantidos na Hyundai em 2022, Sébastien Ogier só deverá fazer algumas provas pela Toyota em 2022, Elfyn Evans deverá quase de certeza permanecer na Toyota, Kalle Rovanpera está garantido, fala-se em Esapekka Lappi para o outro carro, mas isso depende se o finlandês aceita partilhar o carro com Ogier. Takamoto Katsuta, vai guiar o quarto Toyota Yaris WRC e por isso não há grandes alternativas para a Ford. Já voltamos à questão dos pilotos.

Bom carro não chega
Ninguém duvida que a Ford e a M-Sport fizeram um bom carro. Claro que ao escrever isto não sabemos a valia relativa dos três carros quando comparados uns com os outros em competição e a afirmação “um bom carro” bate sempre de frente com o que irão valer os outros dois.
O Ford Puma Rally1 até pode ser um bom carro, mas ninguém o vai afirmar se a M-Sport/Ford continuarem a perder sistematicamente para a Hyundai e para a Toyota. E isso pode não ser do carro ou da equipa, mas sim dos pilotos.
Portanto, vamos ver até que ponto a M-Sport e a Ford se vão reinventar para conseguir orçamento para lutar com as mesmas armas face à Hyundai e Toyota. Assim de repente, esta é uma situação muito difícil de acontecer.
Contudo, a valia do carro pode encurtar as diferenças e a M-Sport não precisar de um super-piloto, como foi Sébastien Ogier quando esteve na M-Sport/Ford, mas sim, de apenas um bom piloto para regressar aos triunfos. E quem acreditamos ser esse piloto? Craig Breen.
Sabe-se que quer um programa a tempo inteiro, a Hyundai dificilmente lhe dá. O que tem feito nos ralis com a Hyundai poderá fazê-lo com um Ford Puma Rally1 de 2022.
A M-Sport vai demorar ainda algum tempo a divulgar o seu line up para 2022, mas nós acreditamos que será constituído por Craig Breen, Adrien Fourmaux e Gus Greensmith. O dinheiro que o inglês coloca na equipa deve permitir-lhe manter-se, mas aqui não é de descurar que algo possa mudar. Quanto a Adrien Fourmaux, já é quase uma certeza que irá continuar. Quem ficará de fora será Teemu Suninen.
Em termos económicos, o mercado está a pouco e pouco a voltar ao normal e acreditamos que a M-sport possa ser capaz de conseguir patrocinadores suficientes para ter um line up ainda melhor do que o que referimos. Por exemplo, sem Gus Greensmith e com Andreas Mikkelsen ou mesmo Teemu Suninen.
O caro leitor imagina Gus Greensmith na Toyota ou na Hyundai? Nós, não!
Já não é a primeira vez que Malcolm Wilson admite que nesta temporada o foco seria totalmente o novo Rally1 de 2022. Sabia-se que a Ford só ficaria no WRC com a passagem para os híbridos, sem a Ford, a M-Sport estaria em muitos maus lençóis. Mas a história da Ford é muito forte nos ralis, e o novo Puma pode ser o regresso a um lugar de onde nunca devia ter saído: às lutas por vitórias e títulos.
É um facto que este tem sido o maior contributo de sempre da Ford com a M-Sport, na construção de um novo carro, nunca foi vista maior cooperação do que a atual: “Conseguir esse apoio técnico em áreas onde não temos esse equipamento e conhecimentos tem sido absolutamente inestimável”, disse recentemente Malcolm Wilson ao Autosport inglês.
Poderá estar a Ford a preparar-se para regressar como ‘full’ fabricante como são a Hyundai e a Toyota, e como fez com a M-Sport entre 1999 e 2012? Não sabemos, mas estamos certos que o apoio aumentou muito, mesmo que não seja em dinheiro, mas sim em ‘géneros’.
Vamos ver como tudo termina, e se a Ford é capaz em 2022 de voltar às lutas na frente. O Mundial de Ralis, adeptos incluídos, agradecem…



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