Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
5 de mar de 2021
Finalmente, a Paris Fashion Week teve um verdadeiro desfile ao vivo em passerelle. Um evento drive-in testemunhado, na noite de quinta-feira (4 de março), por alguns editores e influencers que assistiram ao mesmo, no interior da AccorArena, dentro de um Citroën DS. A ideia original de recorrer a um carro híbrido como escudo ao afastamento social passa pelo próprio espectáculo híbrido com 70 convidados onde foram distribuídas meias garrafas geladas de espumante Ruinart: duas por carro dirigido por motorista. Os faróis do Citroën iluminavam os manequins a desfilarem no interior do estádio, normalmente reservado a estrelas do rock como Madonna, U2 e Beyoncé.
Todos os rádios das viaturas sintonizados à mesma frequência, o techno trance a marcar o ritmo do elenco, os convidados a espreitarem pelos tejadilhos para captarem a performance ao vivo e publicarem no Instagram.
Uma homenagem à noite parisiense; um outono-inverno 2021 escorregadio e sensual, que tocou tudo o que é bom em Arnaud Vaillant e Sébastien Meyer, o duo de designers franceses da Coperni. A sua capacidade de redefinir clássicos com cortes, ângulos e materiais inesperados.
Casacos recortados usados com calças largas de couro descaídas; blazers com ombros de pagode apresentados com calças de punho masculino ou tops de seda de um ombro adornados com fechos de correr.
Ressalvamos, acima de tudo, os sugestivos vestidos de cocktail com ombros levantados combinados com botas altas de couro cinzento; o vestido de pele falsa com um decote gigantesco e um deslumbrante casaco branco de pele falsa cingido à cintura com um cinto onde se distingue o C do logótipo da Coperni na fivela. Um look de superestrela ao estilo “Andy Warhol and Friends in Studio 54”, antiga discoteca (se é que alguma vez existiu) que hoje é um teatro da Broadway em Nova Iorque.
Distinguimos ainda as sombras prateadas nos olhos, os óculos de ficção científica; os penteados intergalácticos de mulheres amazonas.
O ocidente pode ainda estar imerso na pandemia, mas assim que o recolher obrigatório acabar e o lockdown for levantado, esta é a coleção inteligente e festiva para abusar e devorar.
Mesmo nas profundezas de uma arena gigante, com todas as luzes apagadas – como perdidos na imensidão da noite –, a Cidade da Luz, e a moda, sentiu-se de repente um pouco mais brilhante.
Bravo Coperni.
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