A demanda pelo novo Corolla híbrido flex tem sido tão grande que hoje há fila de espera de até três meses na rede de concessionárias.
Enquanto a Toyota não dá conta de produzir a quantidade necessária para atender os clientes, a falta de Corolla híbrido tem servido de argumento para vender Prius – que traz plataforma e conjunto motriz idênticos, porém bebe apenas gasolina, oferece menos equipamentos e custa quase a mesma coisa. Sem contar o visual que divide opiniões.
Em entrevista a UOL Carros, Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da Toyota do Brasil, revelou que hoje a empresa tem aproximadamente 2,5 mil clientes aguardando para receber seu Corolla híbrido bicombustível.
Porém, a fábrica de Indaiatuba (SP), que recebeu investimento de R$ 1 bilhão para fazer a 12ª geração do sedã médio mais vendido do Brasil, tem capacidade para fabricar cerca de 1,1 mil unidades da versão híbrida flex por mês, de acordo com o executivo.
“Estamos com cerca de dois meses e meio, quase três meses de espera pelo Corolla híbrido. Infelizmente, porque gostaríamos de atender esses clientes o mais rápido possível. Estamos no limite da produção, a produção pode aumentar, mas a restrição está nas baterias e nos motores elétricos que nós importamos do Japão”, explica Fonseca.
O vice-presidente admite que atualmente o Corolla Hybrid é “superior em termos de valor” ao Prius, cujas vendas despencaram assim que a montadora confirmou o lançamento do primeiro no País, há cerca de um ano. Segundo ele, o Prius tinha entre 200 e 300 emplacamentos por mês, volume que caiu para algo entre 20 e 30 exemplares a cada 30 dias – ou cerca de 10% do montante anterior.
“Nesse momento sem dúvida o Corolla em termos de valor é superior ao Prius, não temos que esconder porque é a realidade. Das pessoas que compravam o Prius, a minoria comprava pelo desenho e a maioria por outras razões. Essa maioria já está comprando o Corolla”.
A título de comparação, atualmente o Prius é comercializado em versão única com preço sugerido de R$ 128.530, enquanto o Corolla Altis, que traz trem de força híbrido flex, parte de R$ 124.990 e chega a R$ 130.990 com o pacote Premium, que agrega teto solar, banco do motorista com ajustes elétricos, ar-condicionado digital de duas zonas, sensor de chuva e retrovisores com rebatimento elétrico.
O detalhe é que, mesmo na versão mais barata, o Corolla Hybrid traz recursos como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática de emergência e alerta de mudança involuntária de faixa – indisponíveis no Prius.
Curiosamente, com a falta de Corolla híbrido flex em estoque, disse Fonseca, as vendas do Prius subiram nos dois primeiros meses de mercado da nova geração do sedã. “As vendas de Prius aumentaram porque há uma fila muito grande pelo Corolla e há disponibilidade de Prius”, afirmou.
De acordo com a Fenabrave, em setembro houve 71 licenciamentos do Prius, ante 51 unidades em agosto, quando o novo Corolla ainda não havia estreado. Uma elevação de pouco mais de 39%.
Prius não será flex
Questionado se ainda faz sentido vender o Prius no Brasil, Miguel Fonseca diz que sim.
“O Prius vai continuar em linha, a gente vai continuar a desenvolvê-lo, até porque é o nosso carro-chefe quando se trata de inovação tecnológica. Desde 1997 que ele assume esse papel”, afirmou o executivo, segundo o qual o Prius “continua sendo uma proposta interessante, um carro eficiente, inovador, confortável, com todos os atributos que sempre teve”. “Ele se distingue hoje do Corolla sobretudo no design”, destacou.
Fonseca acrescentou, dizendo que hoje não dá para vender o Prius por preço menor “por ser importado”. Ele também negou planos de aproveitar o desenvolvimento do Corolla para agregar a tecnologia bicombustivel ao pioneiro dos híbridos.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.