A Cruise, a divisão de veículos autoguiados da General Motors, revelou seu primeiro veículo elétrico autoguiado, afirmando que ele poderia ser construído “por mais ou menos metade do custo” de um carro convencional.

O Origin, um modelo parecido com uma minivan, foi mostrado em San Francisco na terça-feira (21) e não tem pedais ou volante; foi projetado para uso compartilhado, permitindo que os passageiros dividam veículos.

A Cruise anunciou que o Origin —que a empresa insiste não ser um carro— poderia ajudar a reduzir os congestionamentos, a poluição e as mortes no trânsito.

A companhia não estabeleceu um prazo para a entrada em uso comercial do veículo e nem revelou empresa companhia, que tem participação majoritária da GM mas também conta com investimentos do grupo japonês SoftBank e da montadora de automóveis Honda.

O valor de mercado da Cruise foi avaliado em US$ 19 bilhões (R$ 79,8 bilhões) no ano passado —o equivalente a mais de um terço da capitalização de mercado da GM— mas ainda não está fornecendo serviços viáveis, e nem demonstrou de que forma sua tecnologia poderia se tornar lucrativa caso usada em grande escala. Em 2019, a empresa adiou por prazo indefinido o lançamento de seu serviço de carros autoguiados em San Francisco, mencionando a necessidade de testes adicionais.

Mas a GM é vista como uma das montadoras convencionais que realizaram mais avanços no desenvolvimento da tecnologia para veículos autoguiados, considerada crucial para o futuro da indústria automobilística. A Tesla e a Waymo, do Google, as líderes do setor, investiram bilhões de dólares no desenvolvimento de veículos autoguiados.

Kyle Vogt, fundador e vice-presidente de tecnologia da Cruise, disse que o novo veículo havia sido submetido a mais de 1,5 milhão de quilômetros de testes de rodagem, no ano passado em San Francisco.

Ele acrescentou que a tecnologia da empresa era avançada a ponto de permitir que seus veículos atravessassem os Estados Unidos “sem a mínima colisão”.

No entanto, críticos alertaram que a Cruise havia criado limitações para si mesma ao testar sua tecnologia para veículos autoguiados apenas em San Francisco. Eles dizem que isso poderia dificultar a expansão da empresa em outras cidades nas quais o ambiente e as condições de trânsito são muito diferentes.

O evento de lançamento da Cruise tem por foco o projeto do veículo, que tem jeito de ônibus, com espaço interno significativo e “um desempenho de sensores excepcional”, que permite que os sensores vejam-no escuro e através da neblina. No entanto, o evento omitiu outros detalhes técnicos importantes, como o alcance máximo do Origin com uma carga de bateria.

Voga disse que o veículo era tão espaçoso que “provavelmente dá para fazer ioga dentro dele”.
Dan Ammann, o presidente-executivo da Cruise, acrescentou que o Origin oferecia “uma experiência melhor, a um preço mais baixo do que o que você paga para se deslocar hoje”.

Ammann, que diz que serviços de transporte de passageiros como a Uber e a Lyft agravaram os problemas de trânsito das cidades, afirmou no mês passado que o sistema de transporte estava “quebrado”.

Tradução de Paulo Migliacci

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