A Renault sentiu uma pancada forte em 2020. A marca francesa viu a participação despencar de quarta para sétima colocação. Fatores como a pandemia e a restrição de crédito impactaram nas operações da marca que tira o volume de modelos de entrada, como Kwid e Sandero. Assim, é natural que a fabricante ajuste o portfólio com foco numa faixa de consumidores com maior poder de compra. E, para isso, mais uma vez irá recorrer à Dacia.

A Dacia, braço romeno da francesa, revelou o conceito Bigster. Um jipão de linhas futuristas que indica o caminho de futuros projetos da marca. Para quem não sabe, foi a Dacia quem desenhou o Logan, assim como o Duster e o Sandero (a partir da segunda geração). Ou seja, o que Dacia faz reverbera por aqui, mais cedo ou mais tarde.

E o Bigster vai além de ser um SUV, ainda mais anabolizado que o Duster. O conceito indica que a linha de utilitários da marca vai crescer e o estudo dará vida a um SUV de porte médio e sete lugares. Ou seja, será a solução da Renault, no Brasil, para atacar num segmento que ela vislumbrou há quatro anos com o sofisticado Koleos, mas que nunca se confirmou.

O conceito

Desenvolvido em parceria com a russa Lada, aquela mesma que veio para o Brasil no início dos anos 1990 com o Niva, Samara e Laika, o Bigster tem o objetivo de ser um utilitário médio, híbrido e de custo mais acessível. A ideia é fazer o que o Logan fez em 2005, mas agora com uma roupagem mais moderna.

Inclusive a marca afirma que o uso de plástico reciclado e a total ausência de itens cromados e acabamentos que encarecem o preço final foram removidos. Nas palavras da própria marca, é um carro “sem frescuras”.

O desenho com predomínio de formas retangulares agrada aos olhos. Os faróis afilados com luzes que correm pela grade dão um visual agressivo. A segunda grade elevada também reforça a ideia dessa musculatura. 

A traseira segue a mesma pegada, sem excessos de recortes, com tampa do porta-malas elevada e lanternas em forma de “Y”, como os faróis. Nas laterais, as caixas trapezoidais completam o estilo “bombadão”. 

Para o Brasil, a Renault terá que colocar recheio no grandalhão, assim como fez com todos os projetos Dacia (acredite se quiser). Então deverá carregar na decoração e equipamentos, pois terá que concorrer com os médios vendidos por aqui, que são todos muito bem recheados.

Sete lugares

Até agora a Dacia não revelou dados sobre o interior do conceito. Ela divulgou apenas imagens externas do SUV. Assim não dá para cravar se essa versão tem, ou não, sete lugares. 

Mas a julgar pelos 4,60 m de comprimento, divulgados pela marca, é um indicador que cabem dois bancos extras no porta-malas. A referência para tal hipótese é que ele tem praticamente o mesmo tamanho do Peugeot 5008, opção de sete lugares da marca do Leão. 

Tendência

Utilitários com bancos extras voltaram a ser tendência no mercado, como opções para famílias numerosas. A Jeep lançou a nova geração do Grand Cherokee com bancos adicionais e a marca se prepara para lançar por aqui um novo SUV com sete lugares.

Na estratégia da Renault poderia ser a terceira opção para sua linha de jipinhos. Com Duster, no segmento de entrada, Captur (que será reestilizado este ano) como opção mais refinada e uma versão final do Bigster, com emblema do diamante.

Híbrido

Na apresentação do Bigster, a Dacia gastou mais saliva para dizer que ele será um SUV grande e pé-de-boi, do que com demais informações. No entanto, deixou claro que o carro foi projetado para receber motores a combustão, assim como variantes híbridas. 

Hoje, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi conta com modelos eletrificados em seu portfólio, que inclusive são vendidos no Brasil, como o Zoe e o Leaf. Dessa forma, já há tecnologia disponível na prateleira que pode ser utilizada. No entanto, como se trata de um SUV médio de baixo custo, resta saber qual será a solução para entregar motorização híbrida se fazer com que seu preço fuja da realidade da marca.

Lançamento

O Bigster ainda é um estudo, apesar de as linhas de carroceria serem bem próximas de um carro finalizado. Basta remover um monte de enfeites, trocar as luzes figurativas por peças funcionais e o carro está pronto. A chegada à Europa deve acontecer até o fim do ano que vem. 

Mas a vinda para o Brasil pode demorar um pouco mais. Há especulações otimistas que indicam que o carro seja lançado em 2023. No entanto, numa perspectiva mais realista, antes de 2024 é bastante improvável que pinte por aqui.



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