A Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, está aderindo à mobilidade elétrica em suas operações. A partir deste mês, a empresa vai colocar em circulação 10 veículos totalmente elétricos para realizar entregas na cidade de São Paulo. A expectativa é que o número de veículos dobre ainda nos próximos meses.
Os caminhões e vans terão baterias com até 300 quilômetros de autonomia e serão capazes de transportar, individualmente, até 720 kg em mercadorias. Inicialmente, os carros irão rodar na zona sul da capital paulista, mas devem expandir as operações para outras regiões ainda em 2021.
“Em 2020 deixamos claro ao mercado nossos esforços para ESG como um todo, sobretudo na governança. Agora, do lado ambiental, sempre tivemos uma grande preocupação e a mobilidade elétrica surge como mais uma ampliação disso”, diz Roberto Fulcherberguer, presidente da Via Varejo.
A iniciativa faz parte dos planos da companhia de reduzir suas emissões de carbono até 2025 e tornar os processos de logística cada vez mais sustentáveis. Segundo Fulcherberguer, ações ambientais são parte indispensável da atuação da empresa, que já possui diferentes programas de logística reversa e economia circular. Um exemplo disso é que em 2020, a rede dobrou o número de lojas que servem de postos de coleta para o descarte de eletrônicos, chegando a 400 unidades.
Aos consumidores que já autorizam a retirada das embalagens dos produtos no momento da entrega, a Via Varejo também faz o caminho reverso ao encaminhá-las a 11 cooperativas que ficam a cargo de reciclar as embalagens. Segundo Fulcherberguer, mais de 5 mil toneladas já foram recicladas e 250 famílias foram beneficiadas por meio do programa, que leva o nome de Reviva.
Os veículos elétricos, diz o executivo, também contemplam esforços da companhia em busca de matrizes energéticas mais limpas. “Já temos todas as lojas de Minas Gerais e 57 lojas no Rio de Janeiro são abastecidas unicamente com energia solar. Fazemos isso para reduzir nosso impacto”, diz.
Parte dos esforços “verdes” da Via Varejo nos próximos meses estarão voltados à eficiência logística. Com a compra da ASAP Log, empresa de tecnologia voltada a chamada “entrega de última milha” (trajeto entre o centro de distribuição e o destino final de um produto), em abril de 2020, a Via Varejo quer otimizar e trazer mais veículos eletrificados e até de motorizados como bicicletas, por exemplo, como alternativas para entregas em centros urbanos. Segundo Fulcherberguer, a parceria com a ASAP Log reduziu drasticamente o número de caminhões em circulação desde o ano passado.
Apesar de ter divulgado a emissão de 291,6 toneladas de CO2 em 2020, a empresa ainda não consolidou dados sobre a participação de cada etapa da operação nesse total. Sendo assim, ainda não é possível medir o impacto da operação logística e de transportes nas emissões da companhia. O portfólio de emissões, bem como as metas sustentáveis para o próximos anos serão divulgadas em breve, afirma Fulcherberguer.
Com a ação, a Via Varejo entra para o rol de empresas que olham para a mobilidade elétrica como solução para limpar suas operações. Em meados de março, a TelhaNorte anunciou a integração de caminhões elétricos para entregas, também na cidade de São Paulo.
“A evolução para uma frota de veículos é um pontapé inicial no que pode vir a ser uma grande revolução no nosso processo logístico a curto prazo”, diz Fulcherberguer.
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