A Robert Bosch, empresa com sede em Campinas (SP) e líder do setor de autopeças no Brasil, está se preparando para atender a demanda de qualquer tipo de tecnologia que seja adotada no país no processo de eletrificação da mobilidade. Em um primeiro momento, a empresa está focada nos carros híbridos flex, que estão sendo cotados por várias montadoras. O CEO e presidente da empresa na América Latina, Gastón Diaz Perez, ressalta que apenas o uso de etanol no carro flex já reduz em 60% as emissões de CO2 na comparação com a gasolina, colocando o Brasil à frente de vários países no cumprimento de metas de descarbonização no transporte. Perez avalia que a reforma tributária e o arcabouço fiscal vão destravar novos investimentos no país.

A Bosch, com mais de 10 mil funcionários no Brasil, está ampliando seus ramos de atuação e desenvolvendo produtos para os setores agro e de mineração, nas atividades de tecnologia de sensores e automação de processos. Na entrevista, Perez fala também da relevância do conteúdo local dos carros para a indústria continuar investindo em localizar produtos e do papel da Bosch em se inserir no processo de eletrificação no Brasil. Ele afirma que a empresa é agnóstica tecnologicamente porque pode usar todas as opções disponíveis para descarbonizar a mobilidade e que o híbrido flex faz muito sentido nas condições do Brasil como solução de transição. O CEO ressalta que, por muitos anos, o motor a combustão vai coexistir com os eletrificados e que, no caso do Brasil, como já temos uma frota flex, não vamos ter o carro elétrico massivamente de imediato. Mas, no médio e longo prazos, o hidrogênio seria bárbaro e o Brasil pode ser o maior produtor mundial de hidrogênio.

Fonte: ‘Discussão sobre carros não é a eletrificação, mas a descarbonização’, diz presidente da Bosch

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