A startup boliviana Quantum Motors desenvolveu um carro elétrico chamado E4 Quantum, que é vendido por menos de R$ 40 mil. Com o tamanho de um carrinho de golfe, capacidade para três pessoas e velocidade máxima de 56 km/h, o veículo é o primeiro carro elétrico desenvolvido na Bolívia que pode percorrer até 95 km com uma só carga. Apesar da pouca autonomia, a economia é outro fator que faz o carro valer a pena, já que o preço para carregar por mês é de apenas 7 dólares (menos de R$ 35 na cotação atual). Desde o lançamento, foram vendidas 370 unidades do Quantum.
O E4 Quantum é mais acessível do que os mini veículos elétricos que rodam nos Estados Unidos e Europa. Ideal para o mercado latino, o veículo teve que contornar toda a burocracia da indústria boliviana e falta de insumos durante a pandemia. Inicialmente, não pôde ser registrado na Bolívia por conta das leis locais. Companhias de seguro estavam receosas em fornecer cobertura e os bancos não estavam interessados em conceder empréstimos para financiar este tipo de carro. Somado a tudo isso, ainda havia a falta de lítio para a produção das baterias, que tiveram de ser importadas da China. Aos trancos e barrancos, tudo foi contornado e os planos dos fundadores são trazer mais soluções ao mercado de elétricos.
O Quantum é uma proposta interessante para países emergentes que estão incorporando a mobilidade elétrica em suas economias. Para o Brasil, o carro elétrico ainda é um objeto de desejo para a maioria da população, devido aos altos preços praticados pelas montadoras. O Caoa Chery iCar, por exemplo, é o modelo mais barato do país, mas ainda custa na casa dos R$ 97 mil. A venda de carros elétricos no Brasil ainda está em um estágio inicial de desenvolvimento e ainda há muito a ser feito para que os veículos elétricos conquistem o mercado brasileiro.
A produção do E4 Quantum demonstra que é possível produzir carros elétricos acessíveis e com qualidade, mesmo em países emergentes. A mobilidade elétrica é uma solução eficiente e sustentável para o transporte, e países como o Brasil precisam investir em soluções para favorecer a produção e comercialização de veículos elétricos em suas economias. Com a diminuição dos preços, possivelmente mais pessoas adotarão essa tecnologia, reduzindo o impacto ambiental do setor de transporte.