Amargando prejuízos bilionários nos últimos anos, a indústria de automóveis no Brasil ainda tenta voltar aos bons tempos de vendas acima das 3 milhões de unidades.
Para isso, não tem outro jeito: é preciso atualizar o catálogo com novos produtos. É o que muitas marcas farão. QUATRO RODAS aponta 24 carros que serão revelados no país em 2020 e devem balançar o mercado. Confira:
GM apressadinho
O novo Tracker será um dos primeiros lançamentos de 2020: a produção do SUV em São Caetano do Sul (SP) tem início em janeiro, e as vendas começam três meses depois.
A terceira geração (contando a versão Chevrolet do Vitara) do SUV usará a mesma plataforma dos novos Onix e Onix Plus, e herdará o motor 1.0 turbo de 116 cv da dupla, com opção de câmbio manual ou automático de seis marchas.
A novidade ficará por conta do exclusivo 1.2 três-cilindros, também turbo, com estimados 150 cv. Ele será baseado no 1.3 de 164 cv oferecido na China e virá somente com câmbio automático.
O motor maior equipará quatro das seis versões do Tracker, e só o pacote inicial, batizado de Turbo, terá transmissão manual.
Apesar de o visual transmitir a sensação de um porte avantajado, o novo Tracker ficou só um pouco maior do que a geração atual.
O ganho no comprimento foi de pouco mais de 1 cm, enquanto o entre-eixos subirá dos atuais 2,55 m para 2,57 m. Mas a reformulação na cabine abriu mais espaço para cabeça e joelhos de quem vai atrás e o porta-malas passará de 306 para 390 litros.
O bom desempenho do modelo atual deve ser mantido, já que novos materiais permitiram ao Tracker ficar quase 120 kg mais leve. Segundo a GM, o modelo chinês 1.3 acelera de zero a 100 km/h em 8,9 segundos – então espere um valor somente alguns décimos inferior na versão nacional.
O pacote de equipamentos repetirá o encontrado no Onix, o que quer dizer seis airbags e controle de estabilidade de série em todas as versões – requisitos mínimos para obter a pontuação máxima nos testes do Latin NCAP.
O Wi-Fi, diferencial dos novos GM, ficará restrito às versões mais caras, mas a nova geração do MyLink deve marcar presença em boa parte da gama. Os preços serão espelhados no segmento, com referência no VW T-Cross.
Estreia: | 1o quadrimestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 100.000 a R$ 140.000 |
Os rivais: | VW T-Cross, Jeep Renegade, Honda HR-V |
O que é legal: | O bom pacote de segurança e o Wi-Fi podem, enfim, fazer o SUV decolar |
Ford made in china
O Ford Territory como conhecemos terá um mandato tampão no Brasil. O modelo, que nada mais é do que uma versão Ford do SUV chinês Yusheng S330, irá ficar no mercado por só dois anos.
Após isso virá a nova geração, fabricada na Argentina e mais adaptada ao mercado local. Até lá, o papel do Territory será conquistar consumidores que almejam algo maior que o EcoSport e não tão caro como o Edge.
O motor 1.5 turbo de 145 cv com câmbio CVT não deve ficar entre os atrativos do modelo, mas ganhará força ao virar flex para movimentar os 1.610 kg distribuídos pela longa carroceria de 4,58 metros.
Por outro lado, o Territory apostará no bom espaço interno e na lista de equipamentos, que poderá incluir faróis de led e controlador de velocidade adaptativo.
São grandes as chances de a Ford trazer o SUV em versão única, mas, se houver variações, ficará entre as opções topo de linha Titanium e a já completa SEL.
O preço será pensado para concorrer diretamente com as versões de topo do Compass Flex.
Estreia: | Meados de 2020 |
Preço estimado: | R$ 130.000 |
Os rivais: | Jeep Compass |
O que é legal: | O Territory será a alternativa para quem busca um SUV da Ford, mas não quer a falta de espaço do EcoSport nem o preço do Edge |
De volta porém gringo
Como o Duster (ao lado), o novo Audi Q3 deveria ter chegado ao Brasil este ano, mas o atraso foi pequeno: seu lançamento será logo em janeiro de 2020.
Como a maior parte dos modelos compactos e médios da marca, ele passou a usar a arquitetura modular MQB e poderá oferecer no Brasil itens como controlador de velocidade adaptativo e faróis full-led.
O visual retilíneo é um dos destaques, mas a maior novidade está debaixo do capô. Apesar de ser da mesma família do 1.4 usado no T-Cross, o novo motor 1.5 de 150 cv é capaz de receber tecnologias inéditas no segmento, como turbo de geometria variável e desligamento de dois cilindros.
O novo Q3 voltará ao Brasil importado, mas com chances de ser produzido de novo em São José dos Pinhais (PR). Antes disso acontecer, porém, a marca também trará o inédito Sportback, com perfil cupê, e o esportivo RSQ3, de 400 cv.
Estreia: | Janeiro |
Preço estimado: | R$ 160.000 a R$ 380.000 |
Os rivais: | Mercedes GLA, BMW X1 |
O que é legal: | É a chance de a Audi reconquistar a liderança no segmento |
Renault atrasado
Os mais atentos vão ter uma sensação de déjà vu quando o novo Renault Duster chegar às lojas, entre março e abril do ano que vem. Faz sentido: a segunda geração do SUV foi lançada na Europa em 2017.
O motor 1.3 turbo desenvolvido em parceria com a Mercedes (e já usado no Classe A) chega só no segundo semestre, junto com a versão 4×4. Antes disso, virá na opção de entrada com o mesmo 1.6 16V do atual.
Apesar de manter algumas características antiquadas do primeiro modelo (como os batentes das portas avançando sobre o teto, o que facilita furtos), o novo Duster passou por um banho de tecnologia.
Entre os itens inéditos para os brasileiros estarão ESP, quatro airbags, chave presencial e ar automático. O sistema multimídia MediaNAV será o do Kwid Outsider, com integração a smartphones.
Os preços serão próximos aos do Duster atual, até para evitar canibalização com o Captur.
Estreia: | Entre março e abril |
Preço estimado: | R$ 75.000 a R$ 85.000 |
Os rivais: | Citroën Cactus |
O que é legal: | O banho de loja pode ser o fôlego que faltava ao racional Duster |
Primeiro SUV cupê
Seu nome ainda não é oficial. Na fábrica, ele é tratado pelo código de projeto VW270 CUV ou pelo pomposo “New Urban Coupé”. Mas, segundo fontes, deverá se chamar T-Sport. O primeiro SUV cupê da VW no Brasil vai chegar ao mercado em meados de 2020.
Ele será produzido na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e terá a base do Polo, embora no estilo tenha maior proximidade com o T-Cross.
Sua plataforma MQB A0 é a mesma do hatch, com distância entre-eixos de 2,56 metros e partes como colunas, linha de cintura e caixas de rodas (e talvez também o para-brisas) idênticas. Mas elementos visuais como a grade dianteira e as lanternas traseiras remetem ao SUV.
No conjunto, o T-Sport terá sua própria identidade, no entanto. E a coluna traseira será sua característica mais marcante e exclusiva, embora não se possa dizer que seja totalmente inédita.
A coluna C do T-Sport, retilínea e diagonal, parece inspirada no SUV cupê de grande porte Atlas Cross Sport, recém-apresentado ao mercado norte-americano.
Outra peculiaridade do T-Sport está no balanço traseiro esticado, que aumentou a capacidade de seu porta-malas. O volume útil ainda não é conhecido, mas podemos afirmar que ele estará mais para o do T-Cross (420 litros) do que para o do Polo (300).
Assim como outros modelos da linha VW, o T-Sport deverá ter diferentes configurações (básico, Comfortline e Highline, por exemplo), com os padrões de acabamento e equipamentos que costumam acompanhar esses pacotes.
A motorização poderá ter duas ou três opções de motor (1.0 aspirado, de 105 cv; 1.0 Turbo, de 128 cv e 1.6 aspirado de 117 cv), sempre com câmbio automático de seis marchas (pelo que se saiba até agora).
Em relação ao preço, a expectativa é de que ele seja posicionado ligeiramente abaixo do T-Cross, na faixa de R$ 70.000 a R$ 100.000.
Estreia: | Meados de 2020 |
Preço estimado: | R$ 700.000 a R$ 140.000 |
Os rivais: | SUVs compactos mais baratos, como Kicks ou EcoSport |
O que é legal: | Carroceria de cupê com boa capacidade do porta-malas |
Na medida do Jeep Compass
Se existe um lançamento com importância estratégica para a VW, esse carro é o Tarek, SUV de porte médio que virá para desafiar o líder do segmento, o Jeep Compass.
Derivado da plataforma modular MQB (no caso, MQB-A1), o Tarek chegará com dimensões muito próximas às do rival (4,47 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,62 cm de altura e 2,68 cm de entre-eixos) e seu motor será o 1.4 TSI, turbo e injeção direta, de 150 cv, que também foi escolhido sob medida.
Não por acaso, no segundo semestre de 2020, o Compass receberá um novo motor 1.3, com as mesmas características construtivas e potência de 150 ou 180 cv, dependendo da versão.
O câmbio do VW será automático de seis marchas, enquanto o Compass ganhará uma caixa automática CVT.
Lançado na China no final de 2018, batizado de Tharu, o estilo do Tarek já é conhecido, embora para o Brasil a VW deva fazer adaptações ao gosto local, como fez com o T-Cross.
Tendo os irmãos como referência (T-Cross, abaixo; Tiguan, acima) é possível concluir também seus padrões de acabamento e conteúdo.
O Tarek terá duas ou três versões e trará equipamentos de segurança, como ESP e frenagem autônoma, e tecnológicos, como central multimídia de última geração e painel digital.
Os preços deverão parear com os do Compass, que hoje custa R$ 160.000, considerando a média das versões.
Produzido na fábrica de General Pacheco, na Argentina, o Tarek é um dos 20 lançamentos que a empresa prometeu até o final de 2020.
E, como promessa é dívida, ele será apresentado até dezembro, embora a comercialização só venha a ocorrer no início de 2021.
Estreia: | Final deste ano |
Preço estimado: | R$ 160.000 |
Os rivais: | Jeep Compass |
O que é legal: | Ele tem potencial para virar líder do segmento, devido ao pacote de equipamentos de segurança e à conectividade |
A volta da sigla GTS
Mostrados no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, Polo e Virtus GTS deverão ser os primeiros lançamentos da VW em 2020. A expectativa é de que eles cheguem no primeiro trimestre.
Nós dirigimos o hatch e conferimos o que muda. Visualmente, o estilo esportivo é marcado por frisos vermelhos nas grades, rodas de liga leve com design exclusivo e aerofólios, por fora.
Por dentro, também há apliques vermelhos, mas não só nos frisos. O grafismo do painel e da central multimídia também tem detalhes nessa cor. O motor é conhecido o 1.4 TSI de 150 cv remapeado para entregar desempenho mais esportivo.
O câmbio é o automático de seis marchas. E direção e suspensão também foram recalibradas, pensando em uma tocada mais nervosa. E entre os equipamentos há faróis full-led e seletor de modos de condução.
A VW ainda não fala em valores, mas os preços das versões GTS deverão superar os das atuais Highline, com o Polo custando ao redor de R$ 80.000 e o Virtus, por volta de R$ 90.000.
Estreia: | 1º trimestre |
Preço estimado: | R$ 60.000 o Polo e R$ 90.000 o Virtus |
Os rivais: | Onix RS, Argo e Cronos HGT |
O que é legal: | Não será só um esportivo de fachada: terá nova calibragem de motor, direção e suspensão |
Filhote de Leão
O grupo PSA prepara uma ofensiva para voltar a crescer no mercado brasileiro. Se a Citroën ficará responsável pelo volume, com uma família de modelos de baixo custo fabricada em Porto Real (RJ), formada por um hatch substituto do C3, um SUV pequeno e um sedã, à Peugeot caberá o papel de oferecer produtos ao mercado premium.
O primeiro deles será a nova geração do 208, que manterá o nome (em vez de se tornar 209, como mandaria a tradição) e terá como missão alçar a marca a um novo patamar no segmento.
Ele será produzido em El Palomar, Argentina, e terá um ganho de 7 cm no comprimento e 4 cm na largura. Na altura, ficará 3 cm mais baixo, mas curiosamente a distância entre-eixos praticamente não mudará: aumento de mero 0,2 cm.
As versões mais baratas devem manter o atual motor 1.2 três-cilindros naturalmente aspirado flex de 90 cv com etanol, da família PureTech, aliado a câmbio manual de cinco marchas.
A grande novidade estará na possível e (muito) aguardada estreia do propulsor 1.2 turbo flex, também tricilindro, com potência estimada na casa dos 130 cv.
Só que, além do visual para lá de invocado – que deve provocar suspiros entre os transeuntes –, o novo 208 tem tudo para deixar os consumidores boquiabertos com o padrão tecnológico a bordo.
Quer dizer… Esperamos que assim seja, se a PSA não resolver tirar do compacto itens como o painel de instrumentos holográfico. Por dentro, o acabamento seguirá à risca o padrão inaugurado pelo SUV médio 3008, incluindo uma versão mais moderna do volante i-Cockpit.
Estreia: | Entre março e abril de 2020 |
Preço estimado: | R$ 60.000 a R$ 90.000 |
Os rivais: | Volkswagen Polo, Fiat Argo, Chevrolet Onix, Hyundai HB20 |
O que é legal: | Seu visual é hipnótico e deverá ter quadro de instrumentos holográfico |
Fite-o se for capaz
A quarta geração do Honda Fit foi apresentada, por enquanto, apenas do outro lado do mundo, no Salão de Tóquio (Japão), mas já causou controvérsia por seu visual pouco “malvado” para o gosto do público brasileiro.
As boas notícias: o design deve receber pequenas modificações para ficar menos “fofinho”; o motor tem tudo para ser 1.0 turbo flex com injeção direta e potência na casa de 130 cv; há chances de o modelo ganhar também uma versão híbrida.
A não tão boa assim: embora seja estudada sua apresentação no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano que vem, a chegada efetiva às ruas pode ficar para meados de 2021.
Seja como for, o Fit 4 será ligeiramente mais comprido, largo e baixo, e será produzido em Itirapina (SP).
Estreia: | Esperado no Salão do Automóvel |
Preço estimado: | R$ 70.000 a R$ 90.000 |
Os rivais: | Toyota Yaris |
O que é legal: | Modularidade e espaço interno |
Acordo Híbrido
Detalhes como preço, mês de lançamento e previsão de vendas não foram passados, mas a Honda já confirmou que o sedã grande Accord será o seu primeiro carro híbrido no Brasil.
A chegada deve ocorrer em meados do ano que vem, logo depois de o modelo receber a reestilização de meia-vida nos Estados Unidos, de onde virá importado.
A versão híbrida será a única da gama e brigará com o Ford Fusion Hybrid. Para isso, usará um sistema híbrido diferente, sem caixa de câmbio, que promove a transmissão da força às rodas quase sempre através de um motor elétrico com 184 cv de potência e 32,1 mkgf de torque.
A velocidades de cruzeiro, o propulsor a gasolina, um quatro-cilindros de 2 litros, é acoplado a uma embreagem e rende, numa relação única de marchas, 145 cv e 17,8 mkgf.
Com esse conjunto, o fabricante promete mais que consumo acima de 20 km/l e autonomia perto de 1.000 km.
Estreia: | Meados de 2020 |
Preço estimado: | Acima de R$ 200.000 |
Os rivais: | Ford Fusion Hybrid |
O que é legal: | Desempenho do motor elétrico é muito superior ao de Prius e Fusion |
Ganho de fôlego
O Renault Zoe mal começou a ser oferecido no Brasil e já passou por mudanças importantes no exterior. Mas tudo bem, porque as novidades devem pintar por aqui já no ano que vem. Além de um leve facelift, o hatch elétrico enfim terá opção de recarga rápida.
Além disso, passará a usar uma bateria de 52 kWh, contra 41 kWh da anterior, e um motor elétrico de 136 cv, ante 92 cv do Zoe atual. Com tudo isso, terá um ganho de autonomia de 300 para 390 km.
Boas-novas, visto que em nosso comparativo publicado na edição 724, de agosto de 2019, o Zoe foi o segundo de quatro elétricos testados a ficar sem energia, e o único que não pôde ser recarregado em modo rápido.
Também foi, disparado, o carro com desempenho mais fraco na estrada. Ou seja: mais do que bem-vindas, as mudanças são necessárias.
Estreia: | Meados de 2020 |
Preço estimado: | Cerca de R$ 150.000 |
Os rivais: | Chevrolet Bolt, JAC IEV40, Nissan Leaf |
O que é legal: | Com porte de hatch compacto, ele traz detector de poluição |
Um Versa a mais
A segunda geração do Nissan Versa tirará o sedã da condição de “carro de entrada”, atraente apenas por seu espaço interno generoso, para alçá-lo ao patamar de um modelo verdadeiramente premium, capaz de seduzir pelos atributos estéticos, pelo acabamento interno e pelo bom nível de equipamentos.
E se o design conversará muito com a nova geração do Sentra, ainda a ser revelada no Ocidente, tanto a cabine quanto o motor quatro-cilindros 1.6 flex acoplado a câmbio CVT beberão muito da fonte do SUV Kicks.
Com quem, aliás, o novo Versa compartilha plataforma. A Nissan já confirmou sua chegada no segundo trimestre.
Como será mexicano, conviverá com a atual geração, que trocará de nome – passará a se chamar V-Drive – e seguirá sendo oferecida no mercado com forte apelo à relação custo/benefício.
Estreia: | 2º trimestre de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 65.000 a R$ 90.000 |
Os rivais: | VW Virtus, Chevrolet Onix Plus, Toyota Yaris Sedan |
O que é legal: | Preencherá o vácuo que há hoje entre March e Kicks |
Toro + Amarok
Impossível falar das picapes médias–compactas sem citar a Fiat Toro. Isso porque, ainda que pareça discurso repetido, foi ela que inaugurou esse segmento no Brasil (e no mundo) em 2016.
E, é claro, ela também servirá de inspiração para os próximos modelos que virão – o que inclui a inédita Volkswagen Tarok.
A mini-Amarok será fabricada em São José dos Pinhais (PR) e deverá chegar às concessionárias da marca no início de 2020.
E não é que a receita será igual à do utilitário criado pela FCA? Isso porque a base será emprestada de SUV, o que inclui a suspensão traseira independente multilink.
No caso da VW, a estrutura virá da futura Tarek (tome cuidado para não confundir os nomes, hein?), modelo médio que será feito na Argentina e também chegará em breve ao Brasil para brigar com Jeep Compass.
E quem visitou o último Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018, provavelmente conheceu de perto o conceito que antecipou algumas das principais novidades da futura Tarok: a abertura de acesso entre cabine e caçamba, além dos bancos traseiros rebatíveis, que permite levar cargas mais compridas.
Já o motor deverá ser 1.4 turbo com 150 cv e 25,5 mkgf, câmbio automático de seis marchas e sistema de tração integral 4Motion. Mas não haverá opção a diesel.
Tudo bem, a “veterana” produzida em Goiana (PE) leva vantagem com configurações movidas a óleo.
Por outro lado, a novata da Volkswagen deverá bater de frente com a rival quando o assunto é capacidade de carga: enquanto a Fiat Toro leva apenas 650 kg nas versões flex, a Tarok deverá se garantir com 1 tonelada.
Estreia: | 1º semestre de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 100.000 a R$ 150.000 |
Os rivais: | Fiat Toro |
O que é legal: | Tecnologias do Polo e caçamba modular |
VW GTI com caçamba
A disputa pelo título de picape mais potente do Brasil é digna de filme: a VW Amarok V6 chegou ao mercado em 2016, quando também estreou por aqui a reestilização que está nas lojas até hoje.
Pouco depois, a Mercedes-Benz revelou a Classe X, que tinha base de Nissan Frontier e motor com 258 cv de potência – ou seja, 33 cv de vantagem frente à antiga recordista. O que os alemães de Wolfsburg fizeram? Anabolizaram a Amarok, é claro!
E eles não só garantiram os mesmos números, como também permitiram chegar aos 272 cv por alguns segundos com o Overboost ativado. Mas muita coisa rolou por aqui desde então.
A Mercedes-Benz desistiu de produzir a picape na América do Sul e colocou fim à esperança dos concessionários brasileiros, enquanto a VW adiou algumas vezes o lançamento da versão mais forte da Amarok por aqui.
Só resta sentir inveja dos argentinos, que têm a picape desde o início deste ano.
Estreia: | 1º semestre de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 200.000 a R$ 210.000 |
Os rivais: | Ram 1500 |
O que é legal: | Será a picape mais potente do Brasil |
Reinventando a roda
Talvez haja uma fonte de inspiração em Betim (MG) à qual só engenheiros da Fiat têm acesso. Duvida? A Strada chegou em 1996 e, três anos depois, inovou com a cabine estendida (até então inédita entre as compactas).
De lá para cá, ganhou cabine dupla, três portas… Mas só agora chegará a primeira revolução da líder de vendas – que terá base de Mobi, em vez de Argo.
Ela será a primeira do segmento com cabine dupla e quatro portas, enquanto a cabine simples ganhará mais espaço atrás dos bancos.
A novata terá motor 1.4 Fire EVO de 85 cv nas versões mais baratas e 1.3 Firefly de 101 cv nas demais, que também terão opção de câmbio CVT futuramente.
E como fica a Strada atual? A previsão é que sobreviva como modelo de entrada.
Estreia: | 1º trimestre de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 70.000 a R$ 85.000 |
Os rivais: | VW Saveiro |
O que é legal: | Opção de cabine dupla e quatro portas |
Bruto de verdade
Há alguns anos as picapes têm se esforçado para se aproximar dos carros de passeio, mas a Jeep seguiu o caminho oposto: escolheu o Wrangler, um dos SUVs mais brutos disponíveis nos dias atuais, para servir de base para a Gladiator.
Bem além do visual, o novato roubou algumas ideias do veterano, como teto e portas removíveis, além de para-brisa rebatível – exclusivos no segmento.
E a picape também tem peculiaridades, como suspensão com braços mais longos para melhorar o controle e a capacidade de reboque, de quase 3.500 kg. Só não espere muito da caçamba, que leva apenas 752 kg, quase igual à pequena Chevrolet Montana.
Por enquanto, a data de chegada ao Brasil ainda é incerta por conta da alta demanda de outros mercados.
Certo é que não haverá motor a diesel. Em vez disso, o modelo virá com o mesmo V6 3.6 a gasolina com 288 cv do Dodge Journey (e do Wrangler dos EUA).
Estreia: | 2º semestre de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 280.000 a R$ 310.000 |
Os rivais: | Não há rivais |
O que é legal: | Baseada em um dos SUVs mais robustos à venda nos dias de hoje |
Gigante mais acessível
Você sempre quis uma Ram, mas não está disposto a lidar com as burocracias – como habilitação para veículos de carga, restrições de circulação e limite de velocidade menor que para veículos de passeio?
Assim que a 1500 chegar às concessionárias do Brasil, esse problema estará resolvido.
Isso porque a menor opção do fabricante norte-americano é considerada uma picape convencional pela legislação, ainda que seja bem maior que a Chevrolet S10 High Country, por exemplo: ela tem 51 cm a mais no comprimento, 21 cm na largura e 19 cm na altura.
Além do tamanho, a picape também se destaca pelo motor V8 6.7 sobrealimentado de 395 cv de potência e 56,7 mkgf de torque (movido apenas a gasolina), e pelo V6 3.0 turbodiesel com 264 cv e 66,3 mkgf, que só deverá desembarcar por aqui no fim de 2020.
Quanto à versão escolhida para nosso país, a intermediária Limited é a mais cotada.
Estreia: | Meados de 2020 |
Preço estimado: | De R$ 200.000 a R$ 250.000 |
Os rivais: | VW Amarok V6 |
O que é legal: | Grande, com motorização diesel e sem as burocracias da Ram 2500 |
Um Kia compacto
Faz tempo que a Kia tem o desejo de entrar no segmento de SUVs compactos na tentativa de repetir o relativo sucesso do Sportage, seu carro mais vendido no Brasil.
Isso já tem data para acontecer: será no segundo semestre de 2020, com o lançamento da nova geração do KX3, que nada mais é do que o novo Kia Seltos.
O modelo é fabricado na Índia e na Coreia do Sul, onde tem dois motores que interessam ao Brasil: o 2.0 Atkinson de 150 cv e o 1.6 turbo com injeção direta de 177 cv, ambos com câmbio de dupla embreagem com sete marchas.
O Kia KX3 é 5 cm mais longo que o Hyundai Creta (4,34 m) e tem entre-eixos 4 cm maior (2,63 m), e deverá ser posicionado entre os R$ 80.000 do Soul e os R$ 117.000 do Sportage – que tem motor 2.0 de 167 cv.
Estreia: | 2º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 100.000 |
Os rivais: | Honda HRV e VW T-Cross |
O que é legal: | É uma opção mais barata a Sportage |
O maior dos Citroën
A Citroën cancelou a importação dos C4 Picasso e Grand Picasso, mas não desistiu da faixa de preço entre os R$ 120.000 e R$ 170.000.
Em 2020, ocupará essa lacuna com o C5 Aircross, um SUV médio também baseado na plataforma EMP2 – a mesma dos Peugeot 3008 e 5008.
Seu trunfo para se diferenciar dos primos será o motor 1.6 THP atualizado para gerar 180 cv (um ganho de 15 cv) e o câmbio automático de oito marchas, em vez da caixa de seis.
A versão híbrida, que une um motor elétrico ao conjunto para elevar a potência aos 225 cv, também pode ter espaço no Brasil.
Mimos das minivans, como os bancos traseiros independentes que correm em trilhos e porta-objetos refrigerado sob o apoio de braço central, estão mantidos.
Estreia: | 2º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 140.000 |
Os rivais: | VW Tiguan e Peugeot 3008 |
O que é legal: | Tem cara de SUV e conforto de minivan |
Forte como o nome
Lançado em setembro, no Salão de Frankfurt, o novo Land Rover Defender chegará ao Brasil no segundo trimestre de 2020, inicialmente na versão 110 (com quatro portas e 3,02 m de entre-eixos).
O Defender 90 (duas portas e 2,58 m de entre-eixos) chegará depois. Em um primeiro momento, será equipado apenas com o motor 2.0 turbo Ingenium a gasolina de 300 cv com câmbio automático de nove marchas e tração integral.
A Land Rover já disponibiliza o configurador do modelo com todas as versões, inclusive a básica, com rodas de aço, bancos de tecido e sem quadro de instrumentos digital.
Mas as versões que mais vão vender, SE e HSE, deverão custar cerca de R$ 280.000, se posicionando entre o Discovery Sport e o Discovery – que, por sinal, é menor que ele.
Estreia: | 2º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 280.000 |
Os rivais: | Jeep Wrangler e Toyota SW4 |
O que é legal: | Um Defender tecnológico e maior que o Discovery |
Luxo familiar
Baseado na mesma plataforma do Classe A, o Mercedes GLB será o segundo SUV compacto da marca alemã.
Com interior mais espaçoso e opções de cinco e sete lugares, ele será uma alternativa mais familiar ao GLA (que terá nova geração na Europa em 2020).
Chegará importado do México com preço inicial ao redor dos R$ 230.000 e terá como principal concorrente o Land Rover Discovery Sport, que também tem versões de sete lugares.
O GLB 250 vem com motor 2.0 turbo de 224 cv, mas também está cotado para o Brasil o GLB 35 AMG, com motor 2.0 turbo de 306 cv, câmbio AMG Speedshift de dupla embreagem e oito marchas, mas mantém a tração integral sob demanda, capaz de enviar de 20 a 50% da força do motor para o eixo traseiro, dependendo do modo de condução.
Estreia: | 1º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 230.000 |
Os rivais: | Discovery Sport, Audi Q3 |
O que é legal: | É o Mercedes mais barato capaz de levar 7 pessoas |
Chery Arrizo 6
Por essa Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze não esperavam. A Caoa Chery se prepara para montar o sedã médio Arrizo 6 em Jacareí (SP), junto com o Arrizo 5.
O motor 1.5 turbo flex de 150 cv será compartilhado, mas o câmbio CVT que simula nove marchas é exclusivo. Não será o mais potente do segmento, mas será o maior: tem 4,71 m de comprimento, 1,82 m de largura e entre-eixos de 2,67 m.
O porta-malas de 570 litros vai tirar do Chevrolet Cobalt o título de maior dos sedãs.
Entre os equipamentos esperados para as versões brasileiras, estão quadro de instrumentos com tela de TFT colorida de 8 polegadas, câmeras de visão 360º, partida sem chave, teto solar, seis airbags, saída de ar-condicionado para o banco de trás e rodas aro 17.
Tudo isso por cerca de R$ 90.000 – abaixo das versões de entrada dos rivais.
Estreia: | 1º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 90.000 |
Os rivais: | Honda Civic e Toyota Corolla |
O que é legal: | Será o maior e mais barato sedã médio do Brasil |
Opulência oriental
O design da dianteira, cheio de linhas horizontais que flertam com carros-conceito, até disfarça bem, porém o Exeed LX nada mais é do que uma versão de luxo do Caoa Chery Tiggo 7.
Não é por acaso: a Exeed é a marca de luxo da Chery na China. Foi criada em 2018, mas já quer peitar marcas de renome como Mercedes e BMW. O LX é o menor dos Exeed.
Tem o mesmo tamanho do Tiggo 7, porém é mais potente. Seu 1.6 turbo tem injeção direta para gerar 200 cv e 29,5 mkgf, e é combinado à transmissão de dupla embreagem de sete marchas – mais nova que a de seis do Tiggo 7.
Os faróis estreitinhos são full-led e seu interior leva painel revestido de couro costurado e placas que imitam madeira, além de duas telas de 12,3 polegadas alinhadas (como nos Mercedes mais recentes) cumprem a função de quadro de instrumentos e central multimídia.
Estreia: | 2º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 140.000 a R$ 160.000 |
Os rivais: | BMW X1 e Mercedes GLA |
O que é legal: | Será uma alternativa mais equipada e potente ao Tiggo 7 |
Espaço para sete
A Caoa Chery vai ampliar sua linha de SUVs com o Tiggo 8, seu primeiro modelo com sete lugares.
Ele será montado em Anápolis (GO) junto com os Tiggo 5X e 7 e com os Hyundai ix35 e Tucson, e pretende ser uma alternativa viável aos Volkswagen Tiguan e Peugeot 5008 – algo que os Lifan X80 e JAC T80 não conseguiram.
Além do design marcado pela enorme grade preta, o Tiggo 8 se destaca pelas dimensões. Tem 4,7 metros de comprimento, 1,86 m de largura e 2,71 m de entre-eixos.
Os dois assentos extras podem ser rebatidos para aumentar o espaço do porta-malas de 892 para 1.932 litros.
O motor, por sua vez, será um 2.0 turbo com injeção multiponto que gera 170 cv e 25,5 mkgf combinado com um câmbio do tipo CVT.
Entre os equipamentos, terá ar-condicionado automático bizona, porta-malas com abertura elétrica e central multimídia com tela de 10,25 polegadas.
Estreia: | 1º semestre de 2020 |
Preço estimado: | R$ 140.000 |
Os rivais: | VW Tiguan e Peugeot 5008 |
O que é legal: | Um Tiggo de 7 lugares e com motor mais potente |