BMW i7 é a versão 100% elétrica do novo sedan da série 7 da BMW
Os veículos elétricos, com a necessidade que têm de baterias caras, tiveram sempre uma tendência para o luxo. Nos últimos anos, chegaram ao mercado os carros elétricos da Porsche, Mercedes e Audi. A BMW lançou os seus próprios carros elétricos, como o iX e o i4, e agora o novo i7, uma versão alimentada a bateria do novo sedan mais caro da marca.
Ainda que a BMW seja provavelmente mais conhecida pelos seus veículos mais pequenos das séries 3 e 4, a Série 7 é a grande atração da marca em matéria de luxo e tecnologia. O i7 é a versão elétrica da nova geração do topo de gama da Série 7 da BMW, que foi apresentado recentemente.
Com um preço inicial a rondar os 112 000 euros, no mercado norte-americano, o i7 xDrive60 de 536 cavalos com tração integral será capaz de percorrer cerca de 485 quilómetros com uma carga completa, uma autonomia inferior aos concorrentes Mercedes EQS ou Lucid Air. Irá igualmente oferecer uma versão a gasolina com um motor V8, o 760i X-drive, com os mesmos cavalos e um preço inicial de cerca de 300 euros menos. Vai parecer quase idêntico. A versão a combustível com um motor de 6 cilindros terá um preço inicial à volta dos 87.500 euros.
Esta nova versão realça igualmente a estratégia da BMW de dar primazia à flexibilidade dos seus veículos elétricos, algo que diverge de outros concorrentes no segmento de luxo como a Mercedes-Benz e a Audi. Ao passo que os veículos elétricos dessas outras marcas de luxo possuem um chassi dedicado para veículos elétricos com pouca relação com os seus modelos movidos a combustível, a BMW sublinha a engenharia adaptável como a prerrogativa da marca.
A BMW projetou todos os seus novos modelos para que possam ser construídos com motores de combustão interna, com energia elétrica integral ou como híbridos plug-in que combinem energia elétrica e combustível. Os executivos da BMW insistem que esta não é apenas uma questão de instalar baterias e motores elétricos em carros que se destinavam a ter motores de combustão. Pelo contrário, estes veículos foram desenhados, desde o início, para serem construídos com qualquer um destes sistemas de propulsão.
Segundo os executivos da BMW, um dos grandes benefícios desta modalidade é que oferece à empresa a flexibilidade para facilmente produzir mais – ou menos – carros elétricos ou movidos a combustível nas mesmas linhas de montagem, sem ter de dedicar recursos de produção apenas a veículos elétricos. Deste modo, com citadinos e utilitários desportivos na calha para serem construídos com motores elétricos e de combustão, o fabricante automóvel também não arrisca investir milhões de dólares nos custos de desenvolvimento de um modelo elétrico que poderá vir a ter pouca procura em certos mercados.
Outro dos benefícios, nas palavras de Oliver Zipse, presidente da BMW, é que os clientes não têm de escolher entre dois modelos completamente diferentes na altura de decidir se querem um carro elétrico ou de combustão. Podem simplesmente decidir que querem comprar um BMW Série 7, e de seguida, escolher se querem a versão a gasolina ou elétrica, assim como podem decidir se querem um motor V8 ou um 6 em linha. Seja como for, os clientes obtêm a mesma experiência e design de um carro de luxo.
A desvantagem de uma plataforma comum de engenharia é que, para incorporarem os sistemas de energia elétrica e gasolina, os designers têm de fazer concessões. Os carros com motores de combustão interna precisam de uma grande quantidade de espaço livre na parte da frente para o motor, uma mais pequena, normalmente sob a bagageira, para o tanque de combustível, e muitas vezes um longo túnel no meio para ligar o motor às rodas. Os carros elétricos, por outro lado, podem ter motores elétricos mais pequenos montados mais perto de cada roda e, embora não tenham um tanque de combustível ou um túnel de transmissão, precisam de uma área grande e relativamente plana, normalmente na parte inferior do automóvel, para as baterias.
O sedan elétrico Mercedes EQS, por exemplo, tem apenas um pequeno capô que alberga alguns componentes eletrónicos e tem um fundo praticamente plano, o que permite um maior espaço de armazenamento interior.
Zipse insistiu que o Série 7 representa um sedan de luxo superior de tamanho integral, independentemente da fonte de energia. A experiência de condução será excelente, disse, assim como o conforto e a tecnologia dos interiores.
“Não há carro com bancos traseiros mais espaçosos e luxuosos”, disse, durante uma reunião com jornalistas.
Os bancos traseiros são uma das principais razões para comprar este tipo de carro de grande dimensão. Nos sedans de tamanho normal, normalmente não há muito mais espaço (ou nenhum) nos bancos da frente, em comparação com carros de menores dimensões. O espaço extra costuma ser atribuído aos bancos de trás.
Como em muitos outros carros grandes de gama alta, os bancos traseiros são reclináveis e existem apoios para as pernas e pés que saem debaixo dos bancos. (A BMW alega que os seus bancos são mais reclináveis que os dos concorrentes.) O banco do passageiro da frente, se estiver desocupado, também pode avançar e dobrar-se para oferecer mais espaço.
Os compradores do BMW Série 7 podem optar por uma ecrã de vídeo opcional de alta resolução com 31 polegadas que desce do tecto para oferecer entretenimento aos passageiros dos bancos traseiros. Combinado com um sistema de som estéreo de alta qualidade e persianas elétricas para bloquear a claridade, o Série 7 pode ser um lugar melhor para ver um filme do que uma sala de estar, de acordo com a BMW. Os ocupantes dos bancos da frente também podem ver vídeos em streaming no ecrã central quando o carro estiver estacionado.
O sistema de quatro rodas direcionais irá permitir que o carro curve de forma mais firme em estradas sinuosas e em parques de estacionamentos e mude de faixa de forma mais suave na autoestrada. No interior, há poucos manípulos e botões. Em vez disso, os botões surgem como ícones iluminados ao longo de um friso decorativo que percorre todo o tablier.
Os faróis do carro são obscurecidos por revestimentos escuros, ao passo que, por cima deles, os sinais de direção e as luzes de circulação diurna estão instalados em finas barras proeminentes. Como opção, os sinais de direção e as luzes diurnas podem incluir cristais Swarovski que brilham à luz do sol. Outra opção é a instalação de luzes à volta das grandes grelhas frontais em forma de rim dos Série 7.
Para as alturas em que o condutor preferir não se incomodar, as tecnologias de assistência permitem que o condutor largue completamente o volante durante longos períodos em autoestradas com separador central. Esta tecnologia, semelhante ao Super Cruise da General Motors, exige que os condutores mantenham permanentemente os olhos na estrada.
O Série 7 pode entrar e sair automaticamente de lugares de estacionamento, mesmo com o condutor fora do veículo a usar uma aplicação para smartphone. O carro também pode conduzir de forma autónoma através de um percurso pré-programado, como à volta de pilares numa garagem de estacionamento, uma funcionalidade semelhante ao modo Summon da Tesla.
Um sofisticado “visor de cabeça erguida” que projeta dados no para-brisas do carro pode alinhar imagens e texto para que estes surjam como se estivessem sobre as estradas e outros elementos no mundo real. O sistema também pode exibir os regulamentos de estacionamento existentes numa determinada zona.
O desempenho é uma parte essencial da imagem de marca da BMW. Durante décadas, o slogan de marketing da BMW foi: “A Melhor Máquina de Condução”.
Hoje, os executivos afirmam que os veículos elétricos irão assumir a liderança no panteão de desempenho do fabricante, com as versões mais rápidas e poderosas dos seus veículos a serem alimentadas por bateria. Com a nova Série 7, o i7 partilha o primeiro lugar da versão mais poderosa com o 760i alimentado por um motor V8. Não existem planos para um modelo V12 da série 7 para esta geração do veículo.
Uma sofisticada suspensão pneumática funciona de forma automática para manter o carro equilibrado mesmo em curvas rápidas. Os computadores podem usar dados de mapas GPS e das câmaras na frente do automóvel para preverem uma curva iminente que venha a exigir a reação do sistema de suspensão.
A BMW referiu que em 2030 metade dos carros vendidos pela empresa em todo o mundo serão elétricos. Isto inclui os veículos das marcas Rolls-Royce e Mini. As duas icónicas marcas britânicas são propriedade da BMW e planeiam vender apenas veículos elétricos até 2030.