Um buggy 4×4 elétrico, com dois motores de Fórmula E, mais outro a gasolina para carregar as baterias, será a grande novidade da corrida que parte amanhã de Jeddah, na Arábia Saudita. Audi e-tron elétrico tem 680 cavalos e Peterhansel considera-o um “avião”
Stéphane Peterhansel, que soma 14 triunfos em 33 presenças, e Carlos Sainz venceram sete das últimas dez edições do Rali Dakar, sendo a partir de sábado os líderes de uma Audi que se estreia para colocar a maior prova de todo o terreno numa nova dimensão: eles vão, juntamente com o sueco Matias Ekstrom, pilotar o RS Q e-tron, o primeiro elétrico candidato à vitória.
O Audi não é o primeiro elétrico na prova mais dura do mundo. Em 2017, um Acciona chegou à meta de Buenos Aires, mas em 57.º e último. Tinha um painel solar e debitava 340 cavalos, sendo um projeto pioneiro como o que nesta edição leva Cyril Després a alinhar pela segunda vez com um protótipo a hidrogénio. Na equipa alemã tudo é diferente.
Sven Quandt dirige no deserto um plantel de 80 pessoas que dificilmente disfarça a modéstia. “Nunca tivemos um veículo tão complexo. Estamos no Dakar com grande respeito”, diz Julius Seebach, diretor da Audi Sport, referindo-se a um veículo que Stéphane Peterhansel define de forma simples: “É como pilotar um avião. Mas muito agradável e nada complicado”.
Para evitar os problemas com carregamentos, o RS Q e-tron leva um motor de quatro cilindros 2.0 litros turbo a gasolina que esteve no DTM, mas funcionando como um conversor de energia apenas ligado às baterias de 50 kWh, que pesam 370 kg. São estas que abastecem os dois motores elétricos vindos da Fórmula E que fazem girar as quatro rodas, sendo a transmissão também elétrica.
O Audi, desenvolvido em tempo recorde, fez muitos testes mas nunca competiu, sendo uma incógnita. “Para nós será complicado, havendo um terceiro homem, que será o Nasser. E sabe-se pouco sobre o BRX de Nani e Seb, que pode ser uma surpresa”, diz Peterhansel, desfilando os favoritos. A Toyota estará na primeira linha, com Nasser Al-Attiya, enquanto Nani Roma e Sébastien Loeb terão uma segunda geração dos protótipos de biofuel. O Dakar está mesmo numa nova era!