Eles estão aumentando gradativamente pelas ruas de Bauru na medida em que os veículos movidos a combustíveis estão ficando cada vez mais caros para tirar da garagem e também em função da consciência ambiental. Nos últimos quatro anos, a quantidade de automóveis 100% elétricos mais que triplicou na cidade. Em outubro de 2017, a frota existente era de 26, enquanto no fechamento de outubro passado houve um salto para 84. Os dados foram obtidos pelo JC junto ao Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran). A preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente existe, chega a influenciar os interessados, mas o peso no bolso, planejando economia a médio e longo prazo, é maior.
Quem trabalha com este tipo de automóvel garante que a compra e venda é tendência e cresce diariamente a curiosidade dos motoristas para poder trocar o convencional pelo elétrico. E caso o governo aumente os incentivos para produção em larga escala no País, o crescimento será exponencial nos próximos 10 anos, não só os de passeio, mas os transportes públicos e de serviços também, afirma Rodrigo Biondi, gerente operacional de uma concessionária da Chevrolet em Bauru, a Amantini.
A reportagem testou um destes carros 100% elétricos, ou seja, que não necessita de uma gota sequer de combustível fóssil para rodar, o Chevrolet Bolt.
A emissão de gás é zero e o veículo não emite um ruído sequer. Mistura a sustentabilidade com alta tecnologia e conforto, seja por diversas câmeras em todos os lados do carro, sensores que alertam proximidade de pedestres e outros veículos e fazem o carro frear sozinho, além da segurança de 10 airbags. E o pneu, caso estoure, veda o furo sozinho. A aceleração também chama a atenção, assim como a bateria. A autonomia é de até 416 quilômetros. O carro, ao mesmo tempo que circula pela cidade, na medida em que a velocidade é desenvolvida e que o freio é acionado, os elétricos recompõem parte da bateria que vai sendo gasta. Em poucas horas na tomada, ele está apto novamente para andar.
ENGATINHANDO
Segundo Rodrigo Biondi, o Brasil ainda está engatinhando com os carros elétricos e híbridos (gasolina eletricidade), mas é um mundo sem volta. “Cada vez mais, com o passar dos anos, as pessoas vão trocar o convencional pelo elétrico. O interesse e a curiosidade tem aumentado muito. O carro elétrico tem hoje um custo maior, mas depende de políticas públicas para aumentar a demanda e diminuir os preços. Hoje o Bolt é importado dos EUA, por exemplo. É um computador com rodas”, comenta o gerente operacional da Amantini. Ainda distante da realidade da maior parte da população, hoje o Bolt custa R$ 322 mil. A Amantini oferece abastecimento gratuito na concessionária, por meio de equipamento fotovoltaico.
HÍBRIDO PIONEIRO
Enquanto os híbridos comuns dependem da gasolina para fazer o automóvel funcionar e transitar entre o combustível e a eletricidade, os híbridos Corolla sedan e Corolla Cross, da Toyota, chegam com o pioneirismo de serem os únicos flex elétricos. Na medida em que o motorista conduz estes carros, a tecnologia do motor vai alternando o gasto por quilômetro rodado, podendo fazer até 19 quilômetros por litro, quase o dobro dos 9 a 10km/litro dos carros comuns.
“Triplicou a venda desses carros. Estamos com lista de espera de ambos. Nele vai eletricidade, álcool ou gasolina. Diferentemente do 100% elétrico, ele não vai na tomada. A bateria se recarrega na medida em que você acelera e freia o carro”, comenta Elcio Nogueira, gerente comercial da Mori Motors.
O Corolla sedan híbrido custa a partir de R$ 177,8 mil e o Cross a partir de R$ 198,2 mil.