Voar como os pássaros sempre foi o sonho da humanidade e desde Leonardo Da Vinci, no século XV, o homem colocou em marcha esse propósito.

Objetivo este alcançado com os irmãos Wright em 1903, quando pela primeira vez uma máquina, já com formato de avião, realizou um voo controlado na região da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Muito embora o modelo agora apresentado não seja propriamente um carro, na sua figura tradicional, e se assemelhe mais a um drone quadricóptero, a finalidade é ser viável para servir de transporte individual no dia-a-dia.

Passado pouco mais de um século, voar é quase tão habitual como andar de bicicleta. Mas, apesar de existir um forte avanço tecnológico nos meios de locomoção individual, como os carros, certo é que a ambição do ser humano é ir sempre um pouco mais longe. Neste caso até um pouco mais “alto”.

Foi com este intuito que a SkyDrive Inc. do Japão, decidiu desenvolver um protótipo que pretende revolucionar a industria do transporte individual, criando uma espécie de “carro voador” autónomo.
Da ficção à realidade científica

Imaginar um carro voador não é difícil para nenhum de nós. Exemplos não faltam em diversos filmes de ficção científica: Blade Runner, Regresso ao Futuro, Total Recall, Harry Potter, entre outros.

E se existe algo que gostamos de fazer, é passar da dita ficção para a realidade.

Muito embora o modelo agora apresentado não seja propriamente um carro, na sua figura tradicional, e se assemelhe mais a um drone quadricóptero, a finalidade é ser viável para servir de transporte individual no dia-a-dia.

E para quem pensa que esse objetivo ainda está longe, a SkyDrive Inc. está a pensar fabricar este modelo, ou um muito idêntico, em larga escala, já no ano 2023.

Tomohiro Fukuzawa, que chefia o esforço da SkyDrive, disse que espera que este carro voador [eVTOL – electric Vertical Takeoff and Landing ], 100 por cento eletrico, possa ser transformado num produto da vida real dentro de três anos, mas reconheceu que torná-lo seguro é fundamental.

Os especialistas comparam este tema dos carros voadores aos dias em que a indústria da aviação começou com os irmãos Wright e a indústria automobilística com o modelo Ford T.

“Dos mais de 100 projetos de carros voadores do mundo, apenas alguns tiveram sucesso com uma pessoa a bordo”, referiu à Associated Press.

“Espero que muitas pessoas queiram pilotá-lo e se sintam seguras.”

Até agora, este protótipo apenas pode voar entre cinco e dez minutos, mas, se se conseguir chegar à autonomia de 30 minutos, todo este projeto terá um forte potencial, incluindo exportações para lugares como a China, explica Fukuzawa.

Vídeo do teste efectuado perante os jornalistas sexta-feira, 28 de agosto de 2020. O eVTOL apresenta-se como um quadricóptero monolugar, onde o tripulante ou o condutor tem acesso aos seus controlos e locomoção.

Ao contrário de aviões e helicópteros,  o eVTOL poderá oferecer viagens pessoais ponto a ponto, acabando com os constrangimentos e incómodos em aeroportos e elevados custos de contratação de pilotos, porque, para além da capacidade manual, também poderia ser autónomo.

Infelizmente existem grandes desafios para a empresa fabricante: autonomia enregética, tamanho das baterias, controlo de tráfego aéreo e outros problemas de infraestrutura.

Desafios hercúleos que os poderes económicos já instalados não vão facilitar ou dar de mão beijada.

“Muitas coisas precisam acontecer”, diz Sanjiv Singh, professor do Instituto de Robótica da Carnegie Mellon University, que co-fundou a Near Earth Autonomy, perto de Pittsburgh, e que também faz parte deste projeto.

“Se estas unidades custarem cada uma 10 milhões de euros, ninguém vai comprá-los. Se voarem por 5 minutos, ninguém vai comprá-los. Se eles caírem do céu, de vez em quando, ninguém vai comprá-los”.

O governo japonês está otimista com a visão dos Jetsons, com um programa ambicioso que servirá serviços empresariais até 2023 e uso comercial expandido até 2030, enfatizando o seu potencial para conectar áreas remota

Mas se, à semelhança dos veículos rodoviários elétricos – tecnologia que existe há mais de 50 anos, e que as grandes empresas fabricantes e petrolíferas não permitiram que vingasse mais cedo – soubessem aproveitar esta inovação, o mundo poderia ganhar e muito com este tipo de veiculo.

Logo à partida, a emissão de monóxido de carbono seria drasticamente reduzida, quer por meio dos veículos terrestres, quer por parte da aviação.



O projeto SkyDrive começou humildemente como um projeto voluntário chamado Cartivator em 2012, com financiamento das principais empresas japonesas, incluindo a montadora Toyota Motor Corp., a empresa de eletrónicos Panasonic Corp. e a desenvolvedora de videojogos Bandai Namco.

Mas os primeiros testes de demonstração, há três anos, correram mal.

O projeto não ficou na gaveta e recebeu recentemente um financiamento de 3,9 mil milhões de ienes (36 milhões de euros), incluindo do Banco de Desenvolvimento do Japão.

O governo japonês está otimista com a visão “Jetsons”, com um programa empresarial até 2023 e uso comercial expandido até 2030, enfatizando seu potencial para conectar áreas remotas.

Os especialistas comparam esta agitação, sobre os carros voadores, aos dias em que a indústria da aviação começou com os irmãos Wright e a indústria automobilística com o modelo Ford T.

Este projeto já mostrou interesse por parte de outras companhias como a Lilium da Alemanha, Joby Aviation na Califórnia e Wisk, uma joint venture entre a Boeing Co. e Kitty Hawk Corp., que também estão a trabalhar em projetos tipo eVTOL.

Sebastian Thrun, presidente-executivo da Kitty Hawk, disse que o mundo demorou algum tempo para que aviões, telemóveis e carros elétricos e autonomos ganhassem aceitação no mercado, “mas o tempo, a tecnologia, a evolução ambiental e a adoção social podem ser mais reduzidos para este tipo de veículos (eVTOL)”, rematou.

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