A criação de uma rota turística ecológica entre a Andaluzia, o Alentejo e o Algarve em carro elétrico é uma das propostas do fórum que hoje terminou em Sevilha e que juntou meia centena de empresárias portuguesas e espanholas.

O projeto visa mostrar que é possível fazer turismo com “zero emissões” e desmistificar a ideia de que um carro elétrico não tem autonomia suficiente para percorrer grandes distâncias, explicou à Lusa Mar Villalba, coordenadora do projeto “e-Ruta”.

A empresária e ‘blogger’ já tem itinerários definidos em várias regiões espanholas e também no Algarve, com a indicação dos locais para carregamento de veículos elétricos – em hotéis, na via pública e em centros comerciais -, próximos de pontos de interesse cultural, histórico ou gastronómico.

“A ideia é fazer uma rota que ligue as três regiões em carro elétrico, com alojamento, mostrando os monumentos, o artesanato e a gastronomia do local”, adiantou, notando que Portugal é um dos países europeus “mais avançados” em termos de mobilidade elétrica.

“Portugal tem uma boa rede pública [de carregamento para veículos elétricos] e há estruturas que permitem isso, tanto em hotéis, como em pontos públicos e nos centros comerciais, onde o carregamento é gratuito”, sublinhou.

No seu ‘blogue’, intitulado “Mi Ruta”, Mar Villalba disponibiliza, por um valor de dois euros, guias com rotas turísticas em carros elétricos na Península Ibérica, projeto que serve agora de base para a proposta de um rota entre a Andaluzia, o Alentejo e o Algarve.

No caso da rota algarvia, a empresária inspirou-se numa outra rota já existente e que une, também, as três regiões, contando a história comum do sul dos dois países: a rota Al-Mutamid, inspirada no rei poeta nascido em Beja e que governou Silves – primeira capital do Algarve -, antes de chegar a rei da Taifa de Sevilha.

Mar Villalba confessa que a criação desta rota amiga do ambiente serve ainda outro propósito: “mostrar que as mulheres sabem conduzir e que podem viajar sozinhas”, sendo ainda outro dos objetivos tentar incluir no itinerário negócios geridos por mulheres.

A proposta para a criação da “e-Ruta” – umas das várias que resultou do fórum -, vai ser apoiada pela Fundação Três Culturas do Mediterrâneo, entidade promotora do I fórum INTREPIDA plus, que decorreu entre quarta-feira e hoje na capital andaluza, em Espanha.

A iniciativa reuniu mulheres empresárias de várias áreas da economia, mas sobretudo dos setores da agricultura e alimentação, turismo, cultura, moda, artes e design.

Catalina Bejarano, da Fundação Três Culturas do Mediterrâneo, que promove a iniciativa, relatou à Lusa que participaram no fórum pequenas empresas – a maioria com uma ou duas pessoas – num registo próximo ao “autoemprego”, algumas de povoações muito pequenas.

A realização do fórum corresponde à segunda fase do projeto INTREPIDA (Internacionalização das Mulheres Empresárias de Espanha e Portugal para a Inserção, Desenvolvimento e Alianças).

O programa, que decorreu num hotel e na sede da fundação, contemplou espaços para ‘networking’, experiências sobre vendas, ‘mindfulness’ e outras atividades.

O projeto INTREPIDA é uma iniciativa enquadrada no programa INTERREG Espanha-Portugal (POCTEP 2014-2020), financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) da União Europeia.

O objetivo é impulsionar a competitividade empresarial das pequenas e médias empresas administradas por mulheres no território transfronteiriço da eurorregião formada pela Andaluzia, Algarve e Alentejo.

A Fundação Três Culturas do Mediterrâneo é a principal beneficiária do projeto INTREPIDA plus, juntamente com parceiros da província de Huelva, Núcleo de Empresários da Região de Portalegre (NERPOR), Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE) e município de Faro.

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