Toyota Prius e Ford Fusion Hybrid são do tipo híbrido misto e não podem ser recarregados em uma tomada, porque não são plug-in

O futuro do carro parece ser cada vez mais elétrico, abandonando o velho motor a combustão, poluidor, pouco eficiente, e mais que centenário. Opções de veículos elétricos vêm aparecendo no mercado desde os anos 90, trazendo a tão necessária independência entre o transporte e o petróleo. Neste sentido, os híbridos se apresentam como uma opção interessante, pois não dependem exclusivamente da eletricidade, fazendo o meio-termo neste processo de modernização. E para isso, existem três tipos de carros híbridos disponíveis no mercado.

Em comparação com os veículos comuns, estes automóveis reduzem emissões e consumo, embora não retirem totalmente o motorista dos postos de combustível. O motor a combustão continua lá, mas tem o auxílio de um motor elétrico. Assim, eles têm dois motores. Os tipos de carros híbridos são o híbrido-paralelo, híbrido-série e híbrido misto. Cada um precisa mais ou menos da bateria, o que altera seu funcionamento e também seu preço.

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O BMW i8 é um exemplo de carro híbrido-paralelo e plug-in (BMW | Divulgação)

Ricardo Takahira, da comissão técnica de veículos elétricos e híbridos da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) do Brasil, explica que a bateria representa grande parte do preço de um híbrido ou elétrico. Atualmente, o componente custa cerca de 40% do preço total do veículo, e no passado chegava a 60%. Por causa disso, quanto mais um veículo depende dela, maior será seu custo.

Nos híbridos paralelos, tanto o motor elétrico quanto o motor a combustão geram tração para mover as rodas do carro. Por isso, diz-se que os dois funcionam paralelamente. Geralmente, o elétrico está conectado ao eixo dianteiro, e o eixo traseiro é movido pelo motor a combustão, explica Takahira.

Também é possível que ambos estejam no mesmo eixo, mas isso encarece o sistema, pois exige controladores eletrônicos mais sofisticados. Exemplos de híbrido-paralelo são o Honda Insight e o BMW i8, que também é plug-in.

Já no híbrido-série, apenas o motor elétrico gera tração, e o motor a combustão é usado para alimentar a bateria. Como o carro não é capaz de andar diretamente com gasolina ou etanol, ele precisa de uma bateria maior que o híbrido-paralelo, e por isso será mais caro.

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O Toyota Prius é um híbrido misto (Toyota | Divulgação)

Por fim, o híbrido-misto tem a estrutura mais complexa dos três. Takahira explica que um conjunto eletrônico intrincado avalia, o tempo inteiro, as condições do veículo e do percurso. Ele decide qual é o melhor momento de se usar o motor a combustão ou o elétrico. O motorista também pode escolher com qual dos dois quer rodar através de um menu.

No híbrido-misto, a bateria também deve ser grande, e ele é um veículo mais caro. Exemplos são o Toyota Prius e o Ford Fusion Hybrid, os híbridos mais vendidos do Brasil.

Em todos os três tipos de carros híbridos é comum ser instalada a tecnologia de freios regenerativos. Ela permite que a energia dispersada quando o freio é usado seja reutilizada para recarregar as baterias, contribuindo para a eficiência do conjunto.

E os tipos de carros híbridos plug-in?

Quando falamos em um híbrido-plug-in, estamos falando da forma de alimentação das baterias, independente da estrutura que traciona as rodas. Por isso, qualquer um dos três tipos de carros híbridos pode ser equipado com esta fonte de eletricidade.

O plug-in é como uma tomada no veículo, onde se conecta um cabo de alimentação. O cabo pode ser de um tipo especial, para ser utilizado em eletropostos, ou comum, para ser conectado a uma tomada residencial. Segundo Takahira, a autonomia costuma ser mais restrita nestes carros.

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No híbrido plug-in, as baterias podem ser carregadas através de conexão por um fio, como de uma tomada

No Brasil, os quatro modelos plug-in disponíveis são de preço elevado: BMW i8, Porsche Cayenne S-Hybrid, Porsche Panamera E-Hybrid e o Volvo XC90 T8 Hybrid. Takahira esclarece que a estrutura não é atrativa para a região, pois não possuímos a infraestrutura necessária para recarregar o veículo durante uma viagem ou percurso mais longo.

A autonomia, portanto, é um fator importante quando o assunto são os híbridos e elétricos. Os veículos que são puramente elétricos têm uma autonomia maior, e podem andar uma média de 300 quilômetros sem recarregar, de acordo com Takahira. Alguns modelos podem até mesmo passar dos 400 quilômetros. Por isso, suas baterias são maiores que as dos híbridos, e eles são mais caros.

Já um híbrido misto, por exemplo, tem uma autonomia elétrica de cerca de 40 quilômetros. Nenhum carro híbrido pode ser usado apenas com a eletricidade o tempo inteiro. Todos dependem do motor a combustão, abastecido com gasolina ou etanol, explica o especialista.

Uma das últimas novidades é o mild-hybrid

Os mild-hybrid são veículos equipados com algumas tecnologias híbridas, mas onde o motor elétrico não tem força suficiente para tracionar as rodas. No geral, é feito o uso de um motor de arranque que administra um sistema de start/stop. Assim, o motor é desligado quando o carro para, mas dispositivos elétricos podem continuar funcionando.

As baterias são menores, o que os torna mais baratos, mas a eletricidade faz apenas uma pequena economia no consumo, de 8% a 10%. O sistema funciona no formato do híbrido-paralelo, mas não há tração elétrica, apenas um auxílio ao motor a combustão. Em comparação, há os full hybrid, que são os tipos de carros híbridos que conseguem andar apenas com eletricidade, ainda que por pouco tempo.

Uma breve história dos carros híbridos

O termo híbrido, tecnicamente, diz respeito a um carro que faz uso de mais que uma tecnologia para se movimentar. No uso mais comum, entretanto, é a combinação do antigo motor a combustão com um motor elétrico.

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O Toyota Prius foi o primeiro híbrido produzido em larga escala, e lançado em 1997, no Japão (Toyota | Divulgação)

Neste sentido, o primeiro híbrido produzido em larga escala no mundo foi o Toyota Prius, lançado em 1997 no Japão. No Brasil, o primeiro a chegar foi o Mercedes-Benz S400, em abril de 2010, seguido pelo Ford Fusion, em outubro. Apenas em 2013 o Prius apareceu por aqui. Hoje, ele está saindo por R$ 126.600 e tem sete primos equipados com a tecnologia disponíveis no mercado, dos quais é o mais em conta.

Apesar de parecer coisa do futuro, o primeiro híbrido do mundo é antigo. Segundo o HybridCars, o primeiro veículo elétrico foi inventado em 1839 pelo escocês Robert Anderson of Aberdeen. Já o primeiro híbrido com motor a combustão e elétrico foi o Elektromobil, desenvolvido por Ferdinand Porsche e Jacob Lohner em 1896.

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O Elektromobil é considerado o primeiro híbrido do mundo, e foi inventado em 1900. (Reprodução da internet)

O Elektromobil tinha um motor elétrico em cada uma das quatro rodas e um motor a combustão que funcionava como um gerador para recarregar as baterias. Assim, ele era do tipo híbrido em série. 300 unidades foram vendidas, e ao longo do século XX diversas alternativas de híbridos e elétricos passaram pela história do automóvel, muitos vendendo diversas unidades.

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